Faltando menos de uma semana para o início da Copa do Mundo de Futebol Feminino, que será realizada no Canadá, o Surto Olímpico iniciará a cobertura do torneio a partir dessa semana.
Logo da edição desse ano do mundial. (FOTO:FIFA)
Ao decorrer da semana, postagens com um breve resumo das 24 seleções e dos grupos do mundial serão feitas por mim, Bruno Bezerra e por Gustavo Rodrigues, responsáveis por trazer as informações sobre o torneio.
Nessa "estreia" da cobertura da Copa do Mundo Feminina, decidimos trazer um breve resumo das seis edições já realizadas na história do torneio.
Vale lembrar, que antes da chancela da FIFA, a partir de 1991, já haviam ocorrido algumas edições da Copa do Mundo Feminina (chamadas de mundialitos).
1991 – China (Por Gustavo
Rodrigues)
Time norte-americano campeão em 1991, na China. Ao centro, Michelle Akers, tida como uma das melhores jogadoras da história da modalidade. (FOTO:entdecke-deutschland.diplo.de)
A primeira edição da Copa do Mundo Feminina foi realizada em 1991, tendo como país-sede a China. As 12 seleções participantes foram divididas em três chaves de quatro equipes. O Brasil ficou no grupo da morte ao lado das favoritas seleções de Estados Unidos, Suécia e Japão. O único resultado vitorioso das brasileiras veio na estreia, na magra vitória por um a zero contra as asiáticas e que valeu à seleção seus dois únicos pontos no torneio.
Nos
demais grupos, a anfitriã China terminou em primeiro na sua chave e avançou à
segunda fase junto a Noruega e Dinamarca (esta como melhor terceira colocada).
Na chave C, a Alemanha liderou e obteve a vaga ao lado de Itália e Taiwan. Na
fase de mata-mata, o maior destaque ficou por conta da precoce eliminação da
seleção chinesa, derrotada pela Suécia. Os Estados Unidos passaram com
facilidade por Taiwan e golearam a seleção asiática pelo placar de 7x0, com
cinco gols de Michelle Akers.
As
semifinais foram marcadas por goleadas de americanas e norueguesas sobre
Alemanha e Suécia, respectivamente. A grande decisão foi responsável por coroar
os Estados Unidos como os primeiros campeões da então inaugural edição da Copa
do Mundo feminina. As americanas tiveram a artilheira (Michelle Akers, autora
de dez gols) e a craque do torneio (Carin Jennings).
1995- Suécia (Por Bruno Bezerra)
Norueguesas comemoram a vitória diante da Alemanha, na grande final do torneio. Na imagem, a figura triste da atual treinadora da Alemanha, Silvia Neid. (FOTO:FIFA)
A
segunda edição do torneio foi realizada pela primeira vez no continente
europeu. Coube a Suécia, país de muita tradição dentro do futebol feminino,
sediar o torneio. As 12 seleções participantes foram divididas em três chaves
de quatro equipes. O Brasil ficou no grupo A novamente e que também era da
morte, como há quatro anos anteriores, ao lado das seleções de Alemanha, Suécia
e Japão. O único resultado vitorioso das brasileiras veio na estreia, na magra
e surpreendente vitória por um a zero contra as anfitriãs e que valeu à seleção
seus únicos três pontos no torneio. Alemãs, suecas e japonesas (pelo saldo de
gols) passaram a fase de quartas de final do torneio.
Nos
demais grupos, a Noruega conseguiria a classificação de forma invicta, sem
sofrer nenhum gol sequer na primeira fase e se classificaria para a segunda
fase ao lado da estreante Inglaterra. No grupo C, as atuais campeãs também não
decepcionariam e se classificariam ao lado da forte seleção da China e da
Dinamarca.
Nas
quartas de final, a Alemanha venceria sem dificuldades a seleção da Inglaterra,
enquanto a China surpreenderia as anfitriãs nas quartas de final, vencendo na
disputa de pênaltis. Os Estados Unidos massacraram o Japão e a Noruega venceria
sem dificuldades a Dinamarca.
Nas
semi finais, a Alemanha venceria a China pela diferença mínima, assim como a
Noruega venceria os Estados Unidos pelo mesmo placar. Na final européia, entre
alemãs e norueguesas, vitória das nórdicas pelo placar de 2 a 0, garantindo o
primeiro título mundial de sua história. As norueguesas tiveram a artilheira do
torneio (Ann Kristin Aarones) com 6 gols e a melhor jogadora do torneio, Hege
Riise.
No
ano seguinte, o primeiro torneio de futebol feminino das Olimpíadas seria
disputado em Atlanta. O marco para a modalidade que teve como grande vencedor em sua estréia, a seleção dos Estados Unidos.
1999 – Estados Unidos (Por Gustavo
Rodrigues)
A imagem da jogadora Brandi Chastain, após converter o pênalti decisivo na final do mundial, tirando sua camisa, se ajoelhando com os punhos cerrados, ficaria marcada na história dos mundiais femininos. (FOTO:FIFA)
A
terceira edição do mundial teve uma importante novidade: o aumento do número de
seleções de 12 para 16. Assim, a competição realizada nos Estados Unidos foi um
marco para o desenvolvimento do futebol feminino pelo mundo. A maior surpresa
da competição acabou sendo o Brasil, derrotado apenas nas semifinais do torneio
pela seleção dona da casa. O terceiro lugar conquistado após vencer a Noruega
acabou coroando o excelente mundial realizado por Sissi, uma das artilheiras do
torneio com sete gols marcados.
O
time americano corou um mundial perfeito ao vencer seus seis jogos, e sempre
contra seleções fortes como Alemanha, China e Nigéria. A decisão contra as
chinesas foi envolta de um drama muito grande, já que a campeã foi obtida
apenas nas cobranças de pênalti. Outro tempero especial foi o público de mais
de 90 mil pessoas que compareceu ao Rose Bowl, na Califórnia, para assistir a
grande final.
Ainda
que com o vice-campeonato, a China teve a melhor atleta do mundial eleita pela
FIFA, a lendária Sun Wen. Além de Bola de Ouro, a chinesa terminou a competição
como artilheira, ao lado da brasileira Sissi. Pelo lado campeão dos Estados
Unidos, os destaques principais foram a meio campo Michelle Akers, a goleira
Briana Scurry e Mia Hamm, medalhistas de ouro nas nos Jogos olímpicos de
Atlanta em 1996 e Atenas em 2004.
No
ano seguinte, o torneio de futebol feminino nas Olimpíadas de Sydney teria a
Noruega como a grande vencedora, após derrotarem as norte americanas na disputa
pelo ouro.
2003 – Estados Unidos (Por Bruno
Bezerra)
Alemãs conquistaram o primeiro título, com um gol de ouro, na grande final (FOTO:DFB)
A
quarta edição da Copa do Mundo seria realizada na China em 2003, porém, por
conseqüência da Síndrome Respiratória Aguda Severa (SARS) e que Foi registrada primeiramente na província de Guangdong, na China, em novembro de 2002 e logo se espalhou, sobretudo para partes do leste e
sudeste da Ásia. Com isso, a sede do
mundial foi realocada para os Estados Unidos, que 4 anos antes havia sediado o
mundial.
16
seleções participaram do torneio. No Grupo A, as anfitriãs mantiveram 100% de
aproveitamento ao vencer a Suécia, Coréia do Norte e Nigéria. As suecas se
classificariam na segunda colocação do grupo.
O
Brasil se classificaria como líder do grupo B, após vencer Noruega e Coréia do
Sul, empatando na última rodada do grupo, diante da França. A Noruega
conseguiria a segunda vaga dessa chave.
No
Grupo C, alemãs com 100% de aproveitamento e o Canadá, na vice-liderança. O
grupo tinha ainda Argentina e Japão. As hermanas, encerraram o mundial com a
pior campanha entre as 16 equipes, com 0 pontos, 15 gols sofridos e apenas 1
gol marcado.
Pelo
grupo D, a China conseguiria a liderança da chave, seguida pela surpreendente
seleção da Rússia, que superaria a Austrália e Gana, na luta pela segunda vaga
do grupo.
Nas
quartas de final, vitória magra dos EUA diante da Noruega, massacre alemão por
7 a 1 (não foi contra o Brasil, e sim contra a Rússia), derrota brasileira no
detalhe para a Suécia e a surpreendente vitória do Canadá diante da China.
EUA
e Alemanha fizeram um jogo extraordinário nas semi finais, com grandes defesas
da goleira alemã Rottenberg e atuação primorosa de Garefrekes e Prinz. A Suécia
chegaria a sua primeira final após virar para cima do Canadá em Portland.
Na
grande final, a decisão do campeão da Copa foi no extindo gol de ouro. Nia
Künzer, aos 8 minutos da prorrogação, marcou o gol do primeiro título alemão na
história do mundial feminino.
Brigit
Prinz, foi a bola de ouro e a artilheira da Copa do Mundo, com 7 gols. Além
disso, foi eleita a melhor jogadora do mundo naquele ano e no ano seguinte, artilheira
das Olimpíadas, ao lado da brasileira Cristiane.
2007 – China (Por Gustavo
Rodrigues)
Alemãs conquistaram o bicampeonato, diante da seleção brasileira. (FOTO:FIFA)
Servindo
como base para a Olimpíada que seria realizada no país no ano seguinte, a Copa
do Mundo aconteceu na China. Além das 16 seleções que foram ao país asiático, o
torneio contou também com a presença de um tufão (!), que deu as caras e fez
com que algumas partidas a serem realizadas em Hangzhou fossem remarcadas.
Um
dos grandes destaques do torneio aconteceu logo no dia inaugural, quando a
Alemanha aplicou 11x0 na Argentina em jogo válido pelo Grupo A. No Grupo B, a
seleção americana avançou junto com a Coreia do Norte, responsável por deixar a
favorita Suécia ainda na primeira fase. E enquanto Noruega e Austrália passavam
na chave C, Brasil e China desbancavam Dinamarca e Nova Zelândia e conseguiam a
classificação às quartas no Grupo D.
A
segunda fase foi marcante para os brasileiros pela goleada imposta sobre a
favorita seleção americana pelo placar de 4x0. Mais do que o placar, a atuação
de gala e os lances de Marta empolgaram o mundo e ajudaram a apagar a derrota
para as adversárias na Olimpíada de Atenas, em 2004. Na outra semifinal, a
Alemanha desbancava a Noruega também com facilidade.
Na
final, a goleira Angerer brilhou ao defender um pênalti de Marta quando o
placar ainda era 1x0 para as alemãs. Aos 38 minutos da segunda etapa, Laudehr
ampliou o marcador e decretou o título para a Alemanha. Ao Brasil, coube o fato
de realizar a melhor campanha de sua história em um mundial e de ver Marta como
artilheira do torneio e também como craque da competição.
2011 – Alemanha (Por Bruno Bezerra)
Japonesas conquistam o primeiro título da história do futebol japonês, a nível internacional, seja no masculino ou feminino (FOTO:Zimbio)
A
sexta edição do mundial feminino ocorreu pela primeira vez na Alemanha, campeã
em 2003 e 2007. 16 seleções participaram da edição, que voltaria ao continente
europeu após 16 anos.
As
donas da casa fariam uma campanha impecável na primeira fase, vencendo Canadá,
França e Nigéria, conseguindo a primeira colocação do grupo, seguida das
francesas.
No
grupo B, a Inglaterra lideraria após vencer Japão e Nova Zelândia, empatando
com o México na primeira rodada. As japonesas venceriam duas partidas e se
classificariam como segundas colocadas.
Pelo
grupo C, os Estados Unidos conseguiriam vitórias diante da Colômbia e da Coréia
do Norte, e perderiam para a Suécia. A Suécia por sua vez, venceria todas as
partidas do grupo, conseguindo a vaga como primeira colocada, seguida da
seleção norte-americana.
O
Brasil conseguiu 100% de aproveitamento também na primeira fase. Vitórias sobre
Austrália, Noruega e Guiné Equatorial. As australianas surpreenderiam a
Noruega, e conseguiriam a segunda vaga no grupo, após vencerem as nórdicas de
virada na última rodada (onde apenas a vitória interessava). Vale destacar
também que a seleção de Guiné, foi treinada pelo brasileiro Marcelo Frigério e
contava com inúmeras jogadoras naturalizadas.
Nas
quartas de final, a chamada Tragédia de
Wolfsburg, episódio dado a derrota na prorrogação da seleção alemã para a
seleção do Japão, com um gol de Maruyama, derrota essa que tiraria a Alemanha
do torneio feminino dos Jogos Olímpicos de Londres (as vagas européias para o
torneio são para os três melhores times europeus na Copa do Mundo, no caso
daquela edição apenas 2 em virtude da ida da seleção da Grã Bretanha). A
vitória nos pênaltis da França diante da Inglaterra, a vitória sueca diante da
Austrália e ´por fim, o emocionante Brasil x EUA, que não nos leva a boas
recordações, principalmente quando se fala de Abby Wambach, autora do gol de
cabeça na prorrogação, que levaria a partida para os pênaltis e onde brilharia
a estrela de Hope Solo, defendendo a cobrança de Daiane.
Nas
semi finais, japonesas e norte-americanas não tiveram dificuldades para vencer
suecas e francesas, respectivamente.
A
grande final, jogada em Frankfurt, foi digna de um dos grandes jogos da
história da modalidade. Empate em 2 a 2 no tempo normal e prorrogação, com gols
de Morgan e Wambach para as norte-americanas, enquanto Miyama e Sawa fizeram
para as japonesas.
Nos
pênaltis, brilhou a estrela da pequenina goleira japonesa Ayumi Kaihori (de
apenas 1,70m) que defendeu dois pênaltis. Kumagai marcaria a última e decisiva
cobrança, que daria o primeiro título mundial as japonesas.
A
veterana jogadora japonesa Homare Sawa foi a bola e ouro e a chuteira de ouro
do torneio, além de ter sido eleita a melhor jogadora do mundo em 2011.
No
ano seguinte, os Estados Unidos dariam o troco nas Olimpíadas de Londres,
garantindo a medalha de ouro diante das japonesas.
Espero que tenham gostado desse, vamos dizer assim resumo sobre a história dos mundiais de futebol feminino.
Ao decorrer da semana, eu e o Gustavo, traremos as expectativas das seleções participantes da edição de 2015 do torneio.
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