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Lex Gillette (Foto: Brasil 2016) |
Palco, para Lex Gillette, são vários lugares. Pode ser a pista onde corre os 100m ou o campo preparado para o salto em distância, prova em que é recordista mundial, com 6,73m, na classe T11 (para cego total). Dá pra ser também o palco de concertos, já que é cantor, compositor e pianista. Mas o palco que o norte-americano almeja mesmo é o lugar mais alto do pódio. Com três medalhas de prata em Jogos Paralímpicos, o atleta só quer saber do ouro nas Paralimpíadas do Rio.
“Ganhar o ouro no salto em distância é meu objetivo. Estou muito focado na concentração e em tentar colocar em prática na competição o que aprendi no treino. Sei que o ambiente é diferente, mas o que eu tenho que fazer é o mesmo. Nos últimos anos eu trabalhei pesado para estar no topo”, disse o atleta, que ficou totalmente cego aos 8 anos, em virtude de descolamento de retina.
A trilha sonora ideal para o momento tão sonhado, segundo Lex, é exatamente “On the stage” (“No palco”), música composta por ele. Assista a Lex cantando a música no vídeo abaixo:
No Open Internacional de Atletismo Paralímpico, na última sexta-feira (20), no Engenhão, ele venceu o evento-teste com a marca de 6,41m e já se familiarizou com a área de competição. Ele também disputou os 100m e elogiou a pista do Estádio Olímpico.
O palco dos Jogos Rio 2016 é um velho conhecido de Lex e de seu atleta-guia Wesley Williams, já que os dois iniciaram a parceria nos Jogos Parapan-Americanos de 2007, também na capital fluminense. Em setembro, ele virá pela terceira vez ao Engenhão, o que ele considera um bom sinal.
“Coloquei no twitter: em setembro será minha terceira vez no Rio de Janeiro. E vocês sabem o que isso significa: a terceira vez é a da sorte”, disse o atleta, de 31 anos, atual bicampeão mundial no salto em distância.
Música como aliada
Quando ainda enxergava um pouco, Lex teve o primeiro contato com o piano. Nos tempos de escola, investiu no atletismo e só voltou a tocar o instrumento para valer quando chegou à faculdade. Atualmente, Lex tenta se dividir entre a música e as pistas, e garante que uma atividade ajuda a outra.
“Música ajuda na preparação, a te manter focado, a visualizar o que você precisa fazer. Tudo que o que você aprende dentro de competições, como o espírito esportivo e a perseverança, também podem ser aplicados na música”, explicou.
Disputando o evento-teste no Engenhão, deu para sentir um pouco da atmosfera que o espera em setembro e agora, depois dessa "prévia", Lex retorna para os Estados Unidos. Enquanto alia treino e música pensando no mais alto palco dos Jogos Paralímpicos, Gillette já se acostuma, a distância, com o ambiente brasileiro. No centro de treinamento da equipe norte-americana na Califórnia, Lex convive com Joaquim Cruz, medalhista de ouro do Brasil nos 800m em Los Angeles 1984.
“Primeiro, ele me ensina algumas palavras em português. E aprendo um pouco mais sobre a cultura e o que esperar nos Jogos. Ter ele lá nos ajuda muito a saber o que fazer e o que não fazer para ter a melhor performance”, disse.
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