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Coluna Surtado no Esporte: O Brasil no ranking olímpico com os países do Continente Americano


Faltando pouco mais de 500 dias para se dar início aos Jogos Olímpicos de Tóquio/2020, os qualificatórios para a maior competição do mundo já começaram em várias modalidades. Inclusive, muitos atletas/esportes já estamparam seu passaporte para o Japão. O Brasil tem representantes garantidos no futebol feminino (18 atletas) e na vela (5 atletas – 49er FX, Laser (M) e Nacra 17). 

Muita água ainda vai rolar. O período de qualificação só termina poucas semanas antes dos Jogos. Só então saberemos quais os integrantes do Time Brasil que farão bonito em terras nipônicas e buscarão trazer mais medalhas para o nosso país tropical. 

Após uma boa participação nos Jogos do Rio/2016, com 07 medalhas de ouro, 06 de prata e 06 de bronze, 13º na classificação geral, a melhor de todos os tempos, a expectativa é para um bom desempenho no Japão. 

Historicamente, o Brasil é o 35º país em desempenho nos Jogos Olímpicos. Isso contando com países que sequer competem mais, como a antiga União Soviética (dissolvida em 1991), Tchecoslováquia (dissolução em 1993), entre outros. 


Embora a 35ª posição, da olimpíada de Moscou, em 1980, até a última, realizada no Rio, em 2016, o Brasil só não ficou entre as vinte e cinco nações melhores ranqueadas em Sidney 2000, quando saiu sem ganhar uma medalha de ouro sequer. Na ocasião, foram 06 pratas, 06 bronzes e um amargo 53º lugar. Nas demais: Moscou/1980 (17º - 2Ou e 2 Br), Los Angeles/1984 (19º - 1Ou, 5Pr e 2Br), Seul/1988 (24º - 1Ou, 2 Pr e 3 Br), Barcelona/92 (25º - 2Ou e 1Pr), Atlanta/1996 (25º - 3Ou, 3Pr e 9Br), Atenas/2004 (16º - 5Ou, 2Pr e 3Br), Pequim/2008 (23º - 3Ou, 5Pr e 10Br), Londres/2012 (22º - 3Ou, 5Pr e 9Br). 

Assim, a nível mundial, o Brasil não chega a ser considerada uma potência olímpica, estando em uma região intermediária. 

Porém, e se levarmos em consideração apenas os países do continente americano? E da América do Sul? Será que o Brasil faz bonito?

O Surto Olímpico fez uma pesquisa sobre o desempenho de todos os países do continente americano  em olimpíadas e descobriu que, se fosse feito um ranking apenas com as nações da região, o Brasil seria considerada a quarta força olímpica das Américas, ficando atrás da forte equipe dos Estados Unidos, de Cuba e do Canadá, tanto no critério de número de medalhas, quanto no de “peso/importância” da medalha. 

Os Estados Unidos, maior potência olímpica do mundo, lideram com folga o quadro olímpico local, com quase 1000 medalhas de ouro a mais que o segundo colocado, Cuba. 

Cuba, aliás, que vem perdendo em desempenho nas últimas olimpíadas e ainda se abraça no boxe e no atletismo para se manter na elite do esporte. Nos jogos de Londres/12 e Rio/16 Cuba ganhou “apenas” 15 e 11 medalhas respectivamente. 

O Canadá, que é a terceira potência no continente, mantém uma distância considerável para o Brasil e tenta alcançar Cuba. Entretanto, nas olimpíadas do Rio, o Brasil obteve o segundo lugar no continente, atrás apenas dos americanos, superando tanto Cuba, quanto o Canadá. 

Em quarto lugar, o Brasil atualmente está sendo seguido de perto pela Jamaica, que sempre surge forte no atletismo, mas não terá mais um grande trunfo: Usain Bolt (dono de oito medalhas douradas nas últimas três edições das olimpíadas). 


Se formos considerar apenas os países da América do Sul, o Brasil segue soberano, acompanhado pela Argentina e bem distante dos demais. Dos países sul-americanos, apenas a Bolívia nunca conquistou uma medalha em olimpíadas. 

Como critério de desempate, foi utilizado o número de participações nos Jogos Olímpicos. Em caso de empate, quem teve mais participações fica atrás de quem teve menos participações, vez que quem participou de menos olimpíadas teve, teoricamente, melhor aproveitamento para subir ao pódio.

Vejamos o ranking, contabilizado até as olimpíadas do Rio/2016:

País
Ouro
Prata
Bronze
Total de Medalhas 
Participações 
Critério peso da medalha
Critério nº de pódios
EUA
1022
794
704
2520
27
Cuba
77
69
74
220
20
Canadá
63
102
137
301
26
Brasil
30
36
62
128
22
Jamaica
23
33
22
78
17
Argentina
21
25
28
74
24
México
13
24
30
67
23
Bahamas
6
2
6
14
16
11º
Colômbia
5
8
14
27
19
República
Dominicana  
3
2
2
7
14
10º
15º
Chile
2
7
4
13
23
11º
12º
Trindad Tobago
2
6
11
19
17
12º
Venezuela
2
3
10
15
18
13º
10º
Uruguai
2
2
6
10
21
14º
13º
Peru
1
3
0
4
18
15º
17º
Porto Rico
1
2
6
9
18
16º
14º
Costa Rica
1
1
2
4
15
17º
16º
Granada
1
1
0
2
9
18º
19º
Equador
1
1
0
2
14
19º
21º
Panamá
1
0
2
3
17
20º
18º
Suriname
1
0
1
2
12
21º
20º
Haiti
0
1
1
2
15
22º
22º
Ilhas Virgens
0
1
0
1
12
23º
23º
Paraguai
0
1
0
1
12
24º
23º
Guatemala
0
1
0
1
14
25º
26º
Barbados
0
0
1
1
12
26º
23º
Guiana
0
0
1
1
17
27º
27º
Bermudas
0
0
1
1
18
28º
28º
Bolívia, Nicarágua, Belize, Honduras, El Salvador, Antígua e Barbuda, Samoa Americana, Aruba, São Tomé e Príncipe, Ilhas Cayman, Ilhas Virgens Britânicas, Santa Lúcia, São Cristovão e Nevis, São Vicente e Granadinas são países (ou federações inscritas no COI) localizadas no continente americano que nunca ganharam medalhas. 

Nas últimas olimpíadas, a América do Sul teve desempenho destacado, o melhor da história. Tendo como anfitrião o Brasil, foram 34 pódios (19 só do Time Brasil): 13 ouros, 10 pratas e 11 bronzes. Colômbia com 3 ouros, 2 pratas e 3 bronzes (23ª posição) conquistou mais medalhas de ouro no Rio do que em toda sua história olímpica. A Argentina ficou na 27ª colocação com 3 ouros e 1 prata. Já a Venezuela conquistou uma prata e duas medalhas de bronze, terminando em 65º lugar. 


O que será que a 32ª edição das Olimpíadas, em Tóquio/2020, reservará para o Brasil, para a América do Sul e para o Continente Americano? Cada dia que passa, a expectativa só aumenta. Queremos ver o Brasil crescer e melhorar cada vez mais seu desempenho esportivo. Contem os dias, porque está chegando.

Fotos: Divulgação

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