O gelo atrapalhou, mas os favoritos saíram na frente no Internationaux de France, terceira etapa do Grand Prix de Patinação Artística de 2019, realizada na arena Patinoire Polesud na cidade de Grenoble, região dos Alpes do Rhône. Gabriella Papadakis e Guillaume Cizeron (foto) conseguiram um recorde mundial na Dança no Gelo. No feminino a russa Alena Kostornaia ganhou por margem estreita. Em busca de classificação antecipada para as finais, no masculino a vitória ficou com Nathan Chen, dos EUA e nos Pares com Daria Pavliuchenko e Denis Khodykin, da Rússia.
Masculino:
Em um dia bastante complicado, onde ninguém obteve uma patinação totalmente sem erros, a vantagem ficou com o favorito: Nathan Chen, dos EUA conseguiu 102.48 pontos e conquistou o primeiro lugar. O programa curto de Chen apresentou um trabalho de passos superior ao que foi apresentado no Skate America, mas teve erros, sobretudo uma quase queda com duas mãos apoiadas no chão na saída do salto triplo Axel. Chen comentou as dificuldades encontradas: "Estou feliz em estar nesta posição, mas o programa foi um pouco frouxo. No Axel eu obviamente fiz um erro, e no primeiro salto Toeloop a aterrissagem foi um pouco adiantada demais, mas fora isso foi uma boa segunda execução do programa curto."
A rotina mais limpa do dia foi a do russo Alexander Samarin, que ficou na segunda posição: apenas um passo fora na saída de um salto triplo Axel. Samarin marcou o melhor placar da carreira em programa curto, com 98.48 pontos.
Em terceiro ficou o francês Kevin Aymoz, que com uma rotina artisticamente muito forte desbancou outro favorito à vitória, o japonês Shoma Uno. Mesmo bastante decepcionado e quase indo às lágrimas após cometer um erro grave—uma queda que ocasionou a perda total de um dos saltos obrigatórios—Aymoz ainda conseguiu 82.50 pontos. Uno, por sua vez, teve uma performance de valor de base alto mas bastante irregular, com duas quedas e um dos elementos não realizado, computando apenas 79.05 pontos. O japonês, medalha de prata nas Olimpíadas de PyeongCheng-2018 continua sem técnico ou base de treinos definida, e tem comparecido sozinho no anúncio de notas após as performances.
Dança no Gelo:
Os franceses Gabriella Papadakis e Guillaume Cizeron aproveitaram bem o tema proposto para a Dança Rítmica deste ano—Musicais—e ousaram: ao som da trilha do filme "Fame" e com um figurino inspirado em aulas de jazz e performances de ginástica aeróbica, não deram chance para a concorrência: obtiveram a melhor marca do dia, exatos 8 pontos à frente dos segundos colocados, Madison Chock e Evan Bates, dos EUA. A marca é o novo recorde mundial de Dança Rítmica sob as novas regras da União Internacional de Patinação (ISU).
As duplas que se apresentaram na Dança Rítmica tiveram que enfrentar um adversário à mais: a péssima condição do gelo no Patinoire Polesud de Grenoble, que começou a derreter. O mau estado da superfície já havia causado preocupação e influenciado em quedas nos programas das duplas francesas Marie-Jade Lauriault e Romain Le Gac e Julia Wagret e Pierre Souquet-Basiege, e a partir da segunda metade da competição era possível ver diversas poças na pista. Papadakis e Cizeron, na tentativa de desviar do gelo derretido chegaram a ter um voto de juiz para dedução por uso de elemento irregular em coreografia, mas o pedido não foi acatado.
Gabriella Papadakis ressaltou a importância do apoio da torcida na vitória do dia: "Foi uma performance divertida. Nós estávamos muito nervosos porque era nossa primeira competição, mas tivemos sorte que foi na França. A platéia foi muito reativa, nos apoiou muito, então nos ajudou durante nossa apresentação. Cometemos alguns erros pequenos, então temos coisas para melhorar para a próxima."
O terceiro lugar foi um show de garra mostrado pelos italianos Charlene Guignard e Marco Fabbri, que valeu 79.65 pontos. Fabbri competiu com o punho imobilizado: está em em recuperação de uma contusão grave que lesionou os tendões de sua mão direita em setembro. A dupla foi liberada pelos médicos para participar da competição com restrições. "Decidimos vir apenas dois dias antes de viajarmos para a França. Até uma semana atrás achamos que não viríamos, uma vez que os médicos disseram que eu não conseguiria realizar os programas. Eu não podia usar minha mão e não estava achando que conseguiríamos adaptar tudo", disse o Marco Fabbri em entrevista. Mas mesmo com a expectativa negativa, o italiano realizou levantamentos e sequências de dança com precisão, errando apenas e ironicamente ao escorregar nos giros paralelos: "Estou super feliz e super furioso ao mesmo tempo. No único elemento em que não uso a minha mão eu cometi um erro idiota que nos custou um monte de pontos. Mas não vou me queixar."
Feminino:
No duelo de russas treinadas por Eteri Tutberidze, um salto ousado valeu a vitória: Alena Kostornaia mais uma vez incluiu um triplo Axel em seu programa e saiu na frente. Mas o resultado gerou polêmica: Kostornaia teve uma apresentação ovacionada pelo público, mas bastante mal avaliada pelo júri. A performance impressionanate da jovem de 16 anos que faz sua primeira temporada senior recebeu graus de execução modestos e perdeu em componentes artísticos para a campeã olímpica Alina Zagitova.
Zagitova ficou bastante próxima de Kostornaia na classificação: uma diferença de 2.31 pontos que poderia ter sido ainda menor não fosse uma violação de tempo no final de seu programa, o que valeu um ponto de dedução. Foi a primeira apresentação do novo programa curto de Zagitova em competições internacionais.
O terceiro lugar ficou com Mariah Bell, dos EUA, que também estreou um programa curto novo, ao som de "Radar" e "Work, Bitch!", de Britney Spears. A nova apresentação tem coreografia de Adam Rippon, medalhista de bronze olímpico na competição por equipes das Olimpíadas de PyeongCheng-2018.
Pares:
Tentando a classificação antecipada para as finais, os medalhistas de prata do Skate America, Daria Pavliuchenko e Denis Khodykin, da Rússia fizeram um programa limpo e ficaram com a melhor marca do dia, com 76.59 pontos. Ao som de "Storm", de Havasi, a performance foi bastante artística e levantou o público nas cadeiras do Patinoire Polesud.
A atuação foi comentada por Paviluchenko após a competição: "Nosso programa é chamado 'Storm' ('Tempestade') e há algo de excitante, mesmo alarmante que estamos buscando mostrar. Nele, sou a musa de Denis e ele no início não me vê, mas no final eu o inspiro".
O segundo lugar ficou com os também russos Anastasia Mishina e Alexandr Galliamov, que somaram 73.77 pontos. Em terceiro, também com possibilidades de classificação para as finais, os norte-americanos Haven Denney e Brandon Frazier, medalha de bronze no Skate America, realizaram uma performance com alguns erros menores e somaram 68.65 pontos.
Todas as tabelas com resultados, agenda de apresentações em horário local e súmulas detalhadas de julgamentos do Internationaux de France de 2019 estão disponíveis aqui, no site oficial de resultados do evento.
Masculino:
Em um dia bastante complicado, onde ninguém obteve uma patinação totalmente sem erros, a vantagem ficou com o favorito: Nathan Chen, dos EUA conseguiu 102.48 pontos e conquistou o primeiro lugar. O programa curto de Chen apresentou um trabalho de passos superior ao que foi apresentado no Skate America, mas teve erros, sobretudo uma quase queda com duas mãos apoiadas no chão na saída do salto triplo Axel. Chen comentou as dificuldades encontradas: "Estou feliz em estar nesta posição, mas o programa foi um pouco frouxo. No Axel eu obviamente fiz um erro, e no primeiro salto Toeloop a aterrissagem foi um pouco adiantada demais, mas fora isso foi uma boa segunda execução do programa curto."
A rotina mais limpa do dia foi a do russo Alexander Samarin, que ficou na segunda posição: apenas um passo fora na saída de um salto triplo Axel. Samarin marcou o melhor placar da carreira em programa curto, com 98.48 pontos.
Em terceiro ficou o francês Kevin Aymoz, que com uma rotina artisticamente muito forte desbancou outro favorito à vitória, o japonês Shoma Uno. Mesmo bastante decepcionado e quase indo às lágrimas após cometer um erro grave—uma queda que ocasionou a perda total de um dos saltos obrigatórios—Aymoz ainda conseguiu 82.50 pontos. Uno, por sua vez, teve uma performance de valor de base alto mas bastante irregular, com duas quedas e um dos elementos não realizado, computando apenas 79.05 pontos. O japonês, medalha de prata nas Olimpíadas de PyeongCheng-2018 continua sem técnico ou base de treinos definida, e tem comparecido sozinho no anúncio de notas após as performances.
Dança no Gelo:
Os franceses Gabriella Papadakis e Guillaume Cizeron aproveitaram bem o tema proposto para a Dança Rítmica deste ano—Musicais—e ousaram: ao som da trilha do filme "Fame" e com um figurino inspirado em aulas de jazz e performances de ginástica aeróbica, não deram chance para a concorrência: obtiveram a melhor marca do dia, exatos 8 pontos à frente dos segundos colocados, Madison Chock e Evan Bates, dos EUA. A marca é o novo recorde mundial de Dança Rítmica sob as novas regras da União Internacional de Patinação (ISU).
As duplas que se apresentaram na Dança Rítmica tiveram que enfrentar um adversário à mais: a péssima condição do gelo no Patinoire Polesud de Grenoble, que começou a derreter. O mau estado da superfície já havia causado preocupação e influenciado em quedas nos programas das duplas francesas Marie-Jade Lauriault e Romain Le Gac e Julia Wagret e Pierre Souquet-Basiege, e a partir da segunda metade da competição era possível ver diversas poças na pista. Papadakis e Cizeron, na tentativa de desviar do gelo derretido chegaram a ter um voto de juiz para dedução por uso de elemento irregular em coreografia, mas o pedido não foi acatado.
Gabriella Papadakis ressaltou a importância do apoio da torcida na vitória do dia: "Foi uma performance divertida. Nós estávamos muito nervosos porque era nossa primeira competição, mas tivemos sorte que foi na França. A platéia foi muito reativa, nos apoiou muito, então nos ajudou durante nossa apresentação. Cometemos alguns erros pequenos, então temos coisas para melhorar para a próxima."
O terceiro lugar foi um show de garra mostrado pelos italianos Charlene Guignard e Marco Fabbri, que valeu 79.65 pontos. Fabbri competiu com o punho imobilizado: está em em recuperação de uma contusão grave que lesionou os tendões de sua mão direita em setembro. A dupla foi liberada pelos médicos para participar da competição com restrições. "Decidimos vir apenas dois dias antes de viajarmos para a França. Até uma semana atrás achamos que não viríamos, uma vez que os médicos disseram que eu não conseguiria realizar os programas. Eu não podia usar minha mão e não estava achando que conseguiríamos adaptar tudo", disse o Marco Fabbri em entrevista. Mas mesmo com a expectativa negativa, o italiano realizou levantamentos e sequências de dança com precisão, errando apenas e ironicamente ao escorregar nos giros paralelos: "Estou super feliz e super furioso ao mesmo tempo. No único elemento em que não uso a minha mão eu cometi um erro idiota que nos custou um monte de pontos. Mas não vou me queixar."
Feminino:
No duelo de russas treinadas por Eteri Tutberidze, um salto ousado valeu a vitória: Alena Kostornaia mais uma vez incluiu um triplo Axel em seu programa e saiu na frente. Mas o resultado gerou polêmica: Kostornaia teve uma apresentação ovacionada pelo público, mas bastante mal avaliada pelo júri. A performance impressionanate da jovem de 16 anos que faz sua primeira temporada senior recebeu graus de execução modestos e perdeu em componentes artísticos para a campeã olímpica Alina Zagitova.
Zagitova ficou bastante próxima de Kostornaia na classificação: uma diferença de 2.31 pontos que poderia ter sido ainda menor não fosse uma violação de tempo no final de seu programa, o que valeu um ponto de dedução. Foi a primeira apresentação do novo programa curto de Zagitova em competições internacionais.
O terceiro lugar ficou com Mariah Bell, dos EUA, que também estreou um programa curto novo, ao som de "Radar" e "Work, Bitch!", de Britney Spears. A nova apresentação tem coreografia de Adam Rippon, medalhista de bronze olímpico na competição por equipes das Olimpíadas de PyeongCheng-2018.
Pares:
Tentando a classificação antecipada para as finais, os medalhistas de prata do Skate America, Daria Pavliuchenko e Denis Khodykin, da Rússia fizeram um programa limpo e ficaram com a melhor marca do dia, com 76.59 pontos. Ao som de "Storm", de Havasi, a performance foi bastante artística e levantou o público nas cadeiras do Patinoire Polesud.
A atuação foi comentada por Paviluchenko após a competição: "Nosso programa é chamado 'Storm' ('Tempestade') e há algo de excitante, mesmo alarmante que estamos buscando mostrar. Nele, sou a musa de Denis e ele no início não me vê, mas no final eu o inspiro".
O segundo lugar ficou com os também russos Anastasia Mishina e Alexandr Galliamov, que somaram 73.77 pontos. Em terceiro, também com possibilidades de classificação para as finais, os norte-americanos Haven Denney e Brandon Frazier, medalha de bronze no Skate America, realizaram uma performance com alguns erros menores e somaram 68.65 pontos.
Todas as tabelas com resultados, agenda de apresentações em horário local e súmulas detalhadas de julgamentos do Internationaux de France de 2019 estão disponíveis aqui, no site oficial de resultados do evento.
Foto: CBC
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