Um dos comitês chaves da Agência Mundial Antidoping (Wada) recomendou que a Rússia fique proibida de mandar atletas para as principais competições por quatro anos, por violações às regras da entidade. Essa decisão, se abraçada oficialmente pela Wada, tiraria o país não só da Olimpíada de Tóquio 2020, que terá início em julho do ano que vem, como de uma série de outros grandes eventos esportivos.
Uma decisão final sobre as punições propostas é esperada em 9 de dezembro, quando o conselho da Wada irá se reunir em Paris. Importante lembrar que qualquer decisão da Wada estaria sujeita a recurso no Tribunal de Arbitragem do Esporte (CAS).
As possíveis punições propostas foram incluídas em um relatório produzido por um comitê da Wada liderado pelo advogado britânico Jonathan Taylor. Seu painel investiga há vários anos a relação da Rússia com as regras antidoping. Segundo as investigações, a Rússia teria manipulado um banco de dados de resultados de testes entregues à Wada para ocultar testes de drogas falhados por atletas russos.
A decisão de barrar a Rússia e impor restrições a seus atletas e equipes é o capítulo mais recente de um escândalo que surgiu em 2015 com revelações de um amplo programa de doping patrocinado pelo Estado russo.
Se o conselho da Wada concordar com as recomendações de Taylor, os atletas russos só poderão competir em Tóquio da mesma forma que os Jogos de Inverno de 2018, em Pyeongchang, Coreia do Sul. Nesses Jogos, federações individuais foram autorizadas a liberar participantes específicos do país, que tinham um histórico limpo em casos de doping.
De acordo com fontes do jornal "The New York Times", as recomendações pedem que a Rússia seja barrada de todas as competições internacionais por quatro anos, incluindo a Copa do Mundo de futebol no Catar.
A Wada tem total autoridade para punir a Rússia, algo que não era o caso quando o escândalo surgiu pela primeira vez após as Olimpíadas de Sochi, em 2014. Na época, federações esportivas individuais, incluindo o Comitê Olímpico Internacional (COI), tinham permissão para lidar com o caso. Tanto que, na Olimpíada do Rio, a Rússia foi proibida de competir em algumas modalidades, como atletismo e remo, mas participou da maioria.
As sanções estão alinhadas com os comentários recentes de Yuri Ganus, chefe da RUSADA, que é a agência antidoping da Rússia, que tem sido forte em suas críticas ao tratamento dado pela Rússia à crise antidoping.
Também nesta segunda-feira, o Comitê Olímpico da Rússia pediu a mudança completa do comando da Federação Russa de Atletismo. Em decisão unânime, a entidade recomendou à RusAF que tomasse as medidas necessárias para fazer uma reforma radical na estrutura da organização. Para o Comitê, a entidade não agiu de forma incisiva para combater os esquemas de doping no esporte.
Com informações de globoesporte.com
foto: Maxim Shemetov/Reuters
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