O Surto Entrevista volta com uma entrevista super especial, o pugilista medalhista de prata em Londres Esquiva Falcão. Um ano após a conquista, que veio com a polêmica final onde um erro do árbitro mudou o metal da medalha de Esquiva, falamos sobre suas expectativas para o mundial de boxe no Cazaquistão e para os jogos do Rio, e sobre aquela final em Londres. Confere aí:
- Esquiva, como anda a sua preparação para o mundial no Cazaquistão?
Minha preparação está muito boa. Fui para os Estados Unidos e México, treinei muito forte e esse mês estou indo para Alemanha para treinar e logo depois estou indo para o mundial, estou muito confiante.
- Quem você considera os adversários mais fortes na competição?
Todos. Acredito que todos estão bem treinados e querendo conquistar uma medalha, então todos serão fortes adversários, mas como estou bem preparado, não tenho e não posso ter medo de ninguém.
- As novas regras do Boxe olímpico já vão valer nesse mundial e eu gostaria de saber da sua opinião sobre elas, principalmente sobre não usarem mais os capacetes de proteção
Eu estou muito ansioso. Tem o lado bom e o ruim: O bom e que agora nós atletas vamos ficar mais reconhecidos nas lutas, e o lado ruim são alguns ferimentos que podem acontecer, como cabeçadas e cotoveladas, isso pode atrapalhar alguns atletas nas lutas.
- Sobre as olimpíadas de Londres, Como você analisa aquela final contra o Ryota Murata?Você concordou com aquela punição que você sofreu no último round?
Não concordei. O juiz errou grave, e isso não pode acontecer em um campeonato tão importante para todos. Infelizmente, eu fui o prejudicado, mas estou feliz, pois todos no Brasil e fora do Brasil sabem a verdade - que eu fui o primeiro campeão olímpico de boxe do Brasil. Errar e humano, e eu desculpo o juiz pelo erro dele.
- Nesse ciclo olímpico, quais serão as principais competições que você pretende disputar?
Pretendo lutar as competições mais importantes para o Brasil , que são: Jogos Pan americanos, Mundial, Sul Americano e Olimpíada, esses 4 anos eu quero fazer o Brasil se destacar no boxe.
- Quais são as suas expectativas para os Jogos Olímpicos do Rio, em casa?
Minhas expectativas são as melhores, que é o OURO. Quero deixar o Brasil super contente com o meu resultado, estou trenando muito para atingir todos os meu objetivos.
- Falando sobre o seu início, você treinava no ringue que o seu pai Touro Moreno construiu. E quando você viu que poderia chegar mais longe no boxe?
Quando eu ganhei a minha primeira luta no Espírito Santo. Aí comecei a me dedicar mais, percebi que poderia chegar na seleção brasileira de boxe e representar o Brasil nos campeonatos .
- Seu pai é um lendário pugilista. Ele cobra muito você e o Yamaguchi depois das lutas? Como é ter um pai que sabe tudo de boxe?
Sim, meu pai foi um grande atleta, e como qualquer atleta, ele nunca gostou de perder, sempre cobra e pede determinação para que conquistemos a nossa vitória. Ter um pai que sabe tudo de boxe é a Melhor coisa pra quem pratica essa modalidade, sempre que tenho alguma dúvida, eu ligo ou arrumo um jeito de falar com ele para pegar umas dicas.
- Você já disse em entrevistas que depois de 2016, você pode seguir para o MMA. Esse é o seu plano mesmo para 2016, ou ainda é cedo para planejar isso?
Depois de 2016 estou pensando em ir para o boxe profissional e depois, quem sabe, se surgir uma boa proposta eu passe para o MMA.
- O Boxe levou muitos anos até conseguir medalhas olímpicas novamente. O que você acha que falta para o boxe no Brasil crescer mais ainda e conquistar mais medalhas nos próximos Jogos Olímpicos?
Primeiramente incentivo, valorização e apoio por parte das empresas privadas (patrocínio). A Petrobras dá um grande exemplo de como tratar um atleta na parte de incentivo, apoio, valorização e etc. Tenho certeza que outras empresas tem o mesmo potencial, mas precisam acreditar nos atletas e investir de verdade. Quero agradecer também a Confederação Brasileira de Boxe (CBboxe) e a bolsa atleta pelo apoio que estão me dando. Com apoio aos atletas, vem os resultados, e eu sou a prova viva disso.
Imagens: O Globo, Reuters
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