'Recurso existe, falta incentivo', diz Fabiola Molina sobre natação no Brasil
Fabiola Molina é a nadadora mais longeva da natação brasileira. Foram 22 anos defendendo a Seleção Brasileira e cravando os melhores índices profissionais da categoria. Aos 38 anos, a atleta anunciou a aposentadoria na última sexta-feira e falou sobre a dificuldade do Brasil em revelar uma boa quantidade de nadadores que tenham condições de brigar por índices olímpicos.
Segundo Fabiola, o investimento para a natação existe, o que falta é o incentivo para revelar novos atletas. Esta será uma das missões da atleta quando virar ex-nadadora, já que será responsável por projetos de natação para crianças e adolescentes em São José dos Campos, interior paulista, sua cidade natal.
- O trabalho tem que ser feito na base. Existem muitos caminhos para você seguir e o esporte não é o mais fácil. Para ser atleta olímpico, precisa de muito treino e falta incentivo. Dinheiro existe, mas precisamos mudar a mentalidade de como o trabalho é feito. Nos Jogos Abertos, por exemplo, as cidades contratam os atletas que não têm nada a ver com a cidade, em vez de incentivar novos atletas - disse a nadadora.
Em sua coletiva de despedida, Fabiola lembrou como começou sua carreira, que inclui participações em três olimpíadas e cinco jogos Pan-Americanos. A lista de conquistas inclui 14 medalhas de ouro em mundiais e sete recordes sul-americanos. Tudo isso começou há 20 anos, quando a atleta aceitou o convite de nadar nos Estados Unidos.
- Sair para os Estados Unidos foi muito importante. Tinha 18 anos, foi o momento que decidi que iria seguir o sonho de ser atleta. Morar fora é uma superação. Na época, eu era muito menina e não existia skype, nem whatsapp (risos). Então a comunicação era muito difícil. Ser um atleta olímpico era um sonho, mas tive de vencer a distância e as saudades da minha família, que me incentivou o tempo todo - afirmou.
A despedida de Fabiola das piscinas está marcada para o dia 29 de novembro, em um evento criado por ela e que além de competições, terá workshops ministrados pela própria Fabiola, por seu marido Diogo Yabe, do psicólogo Bruno Ferrarezi e de Gustavo Calado, que falará sobre a neurociência no esporte.
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