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Franquias estudam medidas para frear ida de astros da NBA às seleções

 A fratura na tíbia e na fíbula da perna direita de Paul George, na última sexta-feira, durante um jogo-treino de apresentação dos EUA, em Las Vegas, trouxe de volta à discussão se as franquias da NBA devem continuar liberando seus jogadores às seleções para a disputa de competições organizadas pela da Fiba (Federação Internacional de Basquetebol), fato que acontece desde as Olimpíadas de Barcelona em 1992, quando um acordo foi feito em 8 de abril de 1989 entre a própria Fiba, o COI (Comitê Olímpico Internacional) e a liga americana de basquetebol. No termo, as confederações devem fazer um seguro e arcar com os prejuízos em caso de lesão de atletas. Todavia, o valor pago é muito inferior ao que o mesmo recebe anualmente de suas equipes.

Nesta temporada, Paul George, de 24 anos, passaria a receber US$ 15,9 milhões (R$ 35,6 milhões), em um contrato válido por cinco temporadas com o Indiana Pacers. As especulações na imprensa dos EUA dão conta de que o seu seguro gira em torno de 30 a 40% desse valor. Como a ausência dele das quadras deve durar toda a competição, o prejuízo do time de Indianápolis vai ser de, no mínimo, US$ 9.3 mi (R$ 21 milhões). Além do rombo no cofre, os Pacers terão dificuldades dentro de quadra, já que pelas regras da NBA o time só poderá trazer um jogador com um salário de até 50% do que George recebia ou um que seja free agent (passe livre).

- Isso (a lesão de Paul George) pode ser um divisor de águas para o basquete internacional - declarou um gerente geral de uma das franquias ao repórter especializado em NBA, Adrian Wojnarowski, torcendo para o fim da obrigação de ceder seus jogadores.

De acordo com Wojnarowski, uma nova conversa entre a Fiba e a NBA deve acontecer em breve para tratar do assunto. Enquanto isso não ocorre, os proprietários, que não têm o direito de vetar qualquer convocação, a não ser que seja por motivo de lesão, como no caso de Manu Ginobili, buscam opções de diminuir os riscos de perdas. Uma alternativa seria não pagar salário ao jogador lesionado durante o período de inatividade. Outra, tirá-lo do teto salarial estipulado para cada franquia.

- Quando consideramos os eventos Fiba/Olimpíadas, perguntamos quem tem que pagar. Jogadores = não. NBA = não. Fiba/COI = sim. Perguntem às pessoas que ganham dinheiro da gente o que pensam - criticou o dono dos Dallas Mavericks, Marc Cuban, em seu Twitter.

Em uma assembleia realizada há dois anos foi levantada a hipótese dos Jogos Olímpicos serem disputados no basquete apenas com seleções sub-23, assim como é feito no futebol, mas tanto a Fiba como o COI e, ainda, os jogadores da NBA rechaçaram essa possibilidade. Na ocasião, Cuban atacou o Dream Team de 92, primeira seleção americana composta com os profissionais da NBA.

- Se você olhar (a palavra) estúpido no dicionário, você vai ver uma imagem do Dream Team dos EUA jogando de graça, enquanto o comitê olímpico americano ganhava bilhões de dólares - declarou, referindo-se ao time de Michael Jordan, Magic Johnson, Bird, Charles Barkley e cia.

Porém, na contramão do que vem sendo noticiado na imprensa americana, o atual comissário da NBA, Adam Silver, declarou ao site da ESPN dos EUA que não acredita em nenhuma mudança, já que o esporte cresceu desde a sua "profissionalização" em Barcelona.

- Sem dúvida, o basquetebol tem crescido muito desde 1992, quando os jogadores da NBA começaram a jogar nas Olimpíadas. Além disso, é importante observar a melhoria de muitos de nossos jogadores em termos de capacidade, liderança e paixão pelo jogo, jogando para os seus países de origem. As lesões podem acontecer em qualquer lugar a qualquer momento. Eu não antecipo uma grande mudança na participação da NBA em competições internacionais - opinou.

NENÊ NÃO CRÊ EM PROIBIÇÃO E COLOCA CULPA NA NBA

 Treinando com a seleção brasileira para a Copa do Mundo da Espanha, a ser disputada entre os dias 30 de agosto e 14 de setembro, Nenê e Tiago Splitter preferiram não dar muita bola para a tentativa de intimidação das franquias. Para eles, tantos os times como a liga não têm poder para vetar qualquer atleta de atuar pelo seu país.

- É uma jogada de azar, acontece. Da mesma forma que poderia ser no meio da quadra, foi ali no fundo. Infelizmente, ele vai ficar fora um tempo das quadras. Acho que não tem nada a ver (o veto), qualquer um que jogue está sujeito a ter um tipo de lesão desse tipo. Não tem nenhuma diferença entre NBA e Fiba. Pode acontecer em qualquer competição. Proibir os jogadores de defenderem suas seleções é um pouco demais. Se o jogador estiver lesionado, aí é claro que tem o interesse do clube para que ele se recupere no período de férias, mas, estando inteiro, não vejo motivo para não poder jogar - opinou o pivô dos Spurs, primeiro brasileiro a ser campeão da história NBA nesta última temporada.

O mais antigo jogador do país no basquete americano, Nenê foi mais longe. Na sua opinião, as equipes e a liga deveriam se preocupar mais com o produto interno do que com o externo.

- As pessoas têm que entender que as lesões acontecem no basquete, que é um esporte de contato. Eles pensam que nunca vai acontecer uma coisa dessas. Temos que cuidar do nosso corpo. Um acidente desse pode acabar com a carreira de uma pessoa. O comissário não tem o poder de decidir quem joga e quem não joga. Dentro da NBA, ele pode decidir o que ele quiser, mas os jogadores internacionais, se vão servir ou não, não cabe a ele. Acho que poderia diminuir um pouco a temporada, porque é muito puxado. Todo o ano vem aumentando o número de lesões e agravando - disparou o pivô do Washington Wizards.

Brasil e Estados Unidos vão se enfrentar no dia 18, sábado, em Chicago, em mais um jogo de preparação das seleções para o Mundial de Basquete.

Fonte: globoesporte.globo.com

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