O ano da Seleção Brasileira pode ser facilmente dividido em antes e depois da Copa do Mundo, disputada no nosso país. A seleção com o comando de Luiz Felipe Scolari, teve a missão de ganhar a Copa e mostrar ao Mundo que o Brasil estava de volta ao seu auge e além disso, exorcizar o fantasma de 1950.
Pré-Copa:
Nos amistosos pré-Copa, vitórias fáceis contra a África do Sul e contra o Panamá (por 5 a 0 e 4 a 0 respectivamente). A única dificuldade ficou no último amistoso antes do mundial, onde a vitória contra a Sérvia por 1 a 0 causou vaias da torcida brasileira.
Até ali, a seleção estava jogando do mesmo jeito da Copa das Confederações e mesmo com a goleada em times bem mais fracos tecnicamente, ficou provado que contra a Sérvia, um adversário quase no mesmo nível técnico, seria um mundial complicado.
Copa do Mundo:
Na semana do dia 7 de junho, até a estreia no dia 12, o clima dentro da Granja Comary era de já ganhou. Não conseguimos ver a seleção completamente focada como em 2013, com famosos invadindo o campo e Felipão dizendo na imprensa que a Copa era nossa (Parreira dizia o mesmo) e isso, inevitavelmente encheu os brasileiros de esperança. Sem dizer que a equipe era totalmente diferente de 2010 e tinha no banco alguns nomes que poderiam mudar uma partida no seu decorrer.
Na estreia contra a Croácia já ganhou desespero logo no início do jogo com Marcelo fazendo um gol contra. Sorte que Neymar decidiu aparecer para dar a vitória com um pênalti polêmico a favor dos donos da casa e Oscar completou a festa brasileira. Depois contra o México o sofrimento já bateu na porta novamente e o 0 a 0 foi amargo pra gente. Aaaaah e é bom que se diga que o goleirão Ochoa estava impossível naquela tarde. Contra o Camarões que já estava eliminado, a seleção atropelou em Brasília e conquistou a classificação com sete pontos.
Felipão foi incrivelmente teimoso na fase de grupos. O time jogava mal e quando pegou adversários a altura, foram jogos com uma vitória suada e um empate onde o México era superior e por pouco não houve a derrota. Era a hora do Chile nas oitavas.
A partir das oitavas, o torcedor brasileiro viveu muitas emoções, de alegria e de tristeza, ou seja, o sofrimento estava novamente ali, presente, e o fantasma de 1950 voltava a assombrar novamente. Contra o Chile era jogo pra ficar arrepiado. Foi nos pênaltis de maneira suada e Júlio Cesar vivendo momentos de herói, após sair da Copa da África como vilão.
Contra a Colômbia, mais sofrimento. 2 a 1 contra uma seleção encardida, liderada por James Rodríguez, e nossa...Como foram difíceis os últimos dez minutos de jogo. E para piorar, Neymar sofreu um joelhada nas costas por Zuñiga. Neymar estava fora do mundial com uma lesão na vertebra.
O dia 8 de julho. Me lembro que no momento que acordei, estava ansioso para o jogo. Quando chegou a hora de ver o jogo, fui a pé para casa do meu tio e diferente dos outros jogos, estava tudo muito quieto na rua, os bares vazios. Parecia que todo mundo previa o que estava para acontecer.
Começou o jogo e nunca vi o Brasil jogando tão mal na minha vida. Foram 18 minutos intermináveis e o 7 a 1 para a Alemanha veio de uma forma que se eles quisessem seria bem mais de sete. E o Felipão (aquele mesmo que dizia que a Copa estava ganha) viu sua seleção tomar um gol atrás do outro e não mexia no time. Pela teimosia, foi premiado e ficou marcado negativamente na história.
Já contra a Holanda, os 3 a 0 sofridos apenas serviram pra mostrar que o fundo do poço era ainda maior. Não podemos deixar de falar que os jogadores durante a Copa muitas vezes demonstraram uma instabilidade emocional que poucas vezes foram vistas na história dos mundiais. Faltou experiência.
A volta de Dunga e o início avassalador:
A medida mais rápida da CBF foi demitir Felipão e contratar - para surpresa de muitos, o técnico Dunga. O treinador foi desaprovado pelos brasileiros em sua volta, mas mostrou que pode ser o cara para resgatar a seleção.
Depois da humilhação na Copa, era hora de jogar amistosos, e o Brasil enfrentou a Colômbia e o Equador, no dia 5 e 9 de setembro, respectivamente. Com um Brasil bem diferente, a vitória de 1 a 0 nos dois jogos ainda era pouco, mas qualquer vitória pra resgatar o prestigio da seleção com seu povo é valida.
No mês de outubro, as vitórias contra a Argentina e o Japão foram benéficas para ver que o treinador vai fazer com que Neymar seja o protagonista e que Diego Tardelli vai ser o centroavante da camisa nove.
Agora em novembro, a goleada contra a Turquia e a vitória contra a Áustria serviu para notar que Dunga já tem sua base montada e é uma seleção completamente diferente. Não joga bonito, mas o futebol é pragmático.
Depois da Copa, o Brasil é a seleção que tem o melhor desempenho no mundo, com seis vitória em seis jogos, com 14 gols marcados e apenas um gol sofrido. As derrotas tem que servir de lição e mostrar que a camisa ainda tem que ser respeitada. O caminho é longo, mas a seleção brasileira está no caminho certo.
Os 15 Jogos da Seleção Brasileira em 2014 (11 vitórias, 2 empates e 2 derrotas) :
3 de junho - África do Sul 0 x 5 Brasil (Soccer City, Joanesburgo)
5 de março - Brasil 4 x 0 Panamá (Estádio Serra Dourada, Goiânia)
6 de junho - Brasil 1 x 0 Sérvia (Estádio do Morumbi, São Paulo)
12 de junho - Brasil 3 x 1 Croácia (Arena Corinthians, São Paulo)
17 de junho - Brasil 0 x 0 México (Arena Castelão, Fortaleza)
23 de junho - Camarões 1 x 4 Brasil (Estádio Mané Garrincha, Brasília)
28 de junho - Brasil 1(3) x(2) 1 Chile (Estádio Mineirão, Belo Horizonte)
4 de julho - Brasil 2 x 1 Colômbia (Arena Castelão, Fortaleza)
8 de julho - Brasil 1 x 7 Alemanha (Estádio Mineirão, Belo Horizonte)
12 de julho - Brasil 0 x 3 Holanda (Estádio Mané Garrincha, Brasília)
5 de setembro - Brasil 1 x 0 Colômbia (Sun Life Stadium, Miami)
9 de setembro - Brasil 1 x 0 Equador (MetLife Stadium, Nova Iorque)
11 de outubro - Brasil 2 x 0 Argentina (Ninho de Pássaro, Pequim)
14 de outubro - Brasil 4 x 0 Japão (Estádio Nacional de Cingapura, Cingapura)
12 de novembro - Turquia 0 x 4 Brasil (Türk Telekom Arena, Istambul)
18 de novembro - Áustria 1 x 2 Brasil (Estádio Ernst Happel, Viena)
Gols marcados: 35
Gols sofridos: 15
Artilheiro: Neymar (15 gols)
Maior público: 69.112 pessoas assistiram em 23 de junho a vitória por 4 a 1 em cima de Camarões, no Estádio Mané Garrincha.
Menor público: 57.714 pessoas assistiram em 28 de junho a vitória nos pênaltis por 3 a 2 em cima do Chile, no Estádio do Mineirão.
Melhor vitória: 3 de junho - África do Sul 0 x 5 Brasil
Pior derrota: 8 de julho - Brasil 1 x 7 Alemanha
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