Preocupação para as autoridades
por conta dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, em 2016, a Baía de
Guanabara também é tema que Lars Grael deposita bastante importância.
Para o velejador, que já faturou dois bronzes olímpicos durante a sua
carreira (a primeira foi em 1988 e a segunda em 1996), é preciso, ao
menos, "reduzir a possibilidade de vexame". O governador do estado, Luis
Fernando Pezão, já admitiu que a meta de tratar 80% do esgoto no local pode não ser atingida.
-
Eu estou otimista em termos de melhorar a qualidade. Mas estou
pessimista com relação ao cenário que a gente vai apresentar para os
Jogos Olímpicos daqui um ano e meio apenas. Então, acho que o nosso
papel agora é reduzir a possibilidade do vexame - afirmou.
Com
um semblante de tristeza, Lars Grael exemplificou alguns objetos que
podem ser encontrados nas águas da Baía de Guanabara. Durante a gravação
da reportagem do canal SporTV com o iatista, até um preservativo pôde ser
visto flutuando. O velejador afirmou que é esse cenário que os atletas
estão se acostumando a velejar.
- Tem uma grande parte de
plásticos, vários tipos de embalagens, de produtos, lixo industrial. Tem
até um preservativo flutuando. É com esse cenário que o velejador
estrangeiro e o velejador brasileiro estão se acostumando. A velejar com
mar, com vento e com lixo - disse Lars Grael, tio da velejadora Martine
Grael, que em janeiro de 2014 encontrou uma televisão e postou a foto nas redes sociais.
E são vários os episódios que teve o lixo acumulado como
protagonista. O suíço Romuald Hausser, da seleção de seu país, da classe
470, disputou a Copa Brasil de vela, em dezembro, na Baía de Guanabara.
Em entrevista pela internet, revelou que seu capitão se sentiu mal após
a disputa.
- Meu capitão Yannick teve problema de estômago
depois de velejar na Baía de Guanabara. Nunca velejamos em um lugar como
esse - contou.
O brasileiro Thomas Low-Bieer, da classe
49ER, veleja na baía há 10 anos. Durante os treinos, já encontrou um
para-choque de carro e até uma tartaruga morta dentro de um pneu. No
entanto, o atleta afirmou que o Rio de Janeiro não é o único lugar com
dificuldades na prática da modalidade. Thomas citou Miami, nos Estados
Unidos, e o sul da França como outros exemplos.
- Sem dúvidas, o lixo flutuante pode atrapalhar. Só que é uma
realidade em várias raias em diferentes lugares do mundo. Um exemplo é
Miami, que tem as algas. No sul da França tem pedaços de galhos e mais
ocorrências que os sacos plásticos aqui na Baía de Guanabara -
respondeu.
Com os Jogos de 2016 se aproximando, a Baía de
Guanabara vem ganhando destaque no universo da vela mundial. Em maio do
ano passado, o jornal americano "The New York Times" publicou uma
reportagem sobre a poluição na Baía de Guanabara. O título da matéria
era um alerta aos velejadores olímpicos para não caírem na água do Rio.
No
primeiro evento-teste, em agosto de 2014, o austríaco Nico Del Cartier,
terceiro do ranking mundial na categoria 49ER, publicou uma foto nas
redes sociais em que aparece tomando um banho de mangueira depois de
sair da baía. Nico escreveu: "Às vezes está sujo lá fora. Então se limpe
e olhe adiante". Ele comenta ainda que um saco plástico e os restos de
uma bananeira pararam o barco e fizeram com que ele perdesse a
liderança.
Foto: Reprodução
Fonte: SporTV.com
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