Caracas 1983
Período - 14 a 29/8/1983
Nações - 36
Atletas - 3426
Esportes - 22
Eventos - 269
O primeiro grande evento recebido pela Venezuela contou com a participação de 3426 atletas de 36 países de toda a América tendo como palco principal o Estádio Olímpico da Universidade Católica Venezuelana, remodelado para o Pan. A abertura dos Jogos, com o acendimento da tocha ficou a cargo do ex-boxeador Francisco 'Morochito' Rodríguez.
O Pan de Caracas também assistiu pela primeira vez a aplicação séria do controle antidopagem numa competição de tal porte. 19 atletas acabaram pegos
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Abertura do Pan de 1983 com direito a mosaico em homenagem a Simon Bolívar, um dos Libertadores da América Foto: Autor Desconhecido |
BRASIL TEM BOA ATUAÇÃO NA VENEZUELA
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Ricardo Prado em ação no Pan 1983 Foto: Arquivo COB |
O nadador Ricardo Prado foi a grande estrela do Brasil em Caracas. Campeão Mundial em Guayaquil, no ano anterior, ele ganhou duas medalhas de ouro (200m e 400m medley) e duas de prata (200m borboleta e 200m costas) na Venezuela. No ano seguinte, foi prata na Olimpíada de Los Angeles.
Em Caracas também brilhou pela primeira vez a estrela do mesatenista Cláudio Kano, que viria a ser um dos grandes nomes do esporte no país. Ele medalhou em duplas com Ricardo Tetsuo e ainda por equipes masculino, com Ricardo e Aristides Nascimento.
Sem João do Pulo, coube a Agberto Guimarães ser o grande nome do atletismo brasileiro no Pan. O meio-fundista venceu nos 800m e 1500m. Além dele, a velocista Esmeralda Garcia levou o ouro nos 100m rasos e a heptatleta Conceição Aparecida Geremias conquistou a prova mais desgastante do atletismo feminino.
A vela foi vitoriosa em Caracas. Quatro ouros garantidos pelos velejadores brasileiros no país, nas classes 470 (José Luiz Ribeiro e Paulo Roberto Ribeiro); Laser (Pedro Bulhões Fonseca); Lightining (Cláudio Biekarck, Gunnar Ficker e Ralph Berger) e Soling (Daniel Adler, Ronaldo Senfft e Torben Grael).
O judô foi o esporte que mais medalhas garantiu ao Brasil em Caracas. Foram 11 no total, mas nenhuma de ouro (5 de prata e 6 de bronze), superando o atletismo, que obteve dez (4 de ouro, 3 de prata e 3 de bronze).
E a geração de prata do Vôlei masculino conquistou o ouro no Pan em Caracas, com apenas uma derrota para Cuba na fase de grupos. A derrota foi devolvida na final, mais precisamente por 3 sets a 1.
OUTROS DESTAQUES
Três recordes mundiais foram quebrados no Pan de 1983, todos eles por nadadores americanos. Nos 4x100m medley masculino, nos 100m costas por Rick Carey e por Steve Lundquist nos 100m peito. Carey e Lundquist foram campeões olímpicos no ano seguinte nas mesmas provas.
O ginasta cubano Casimiro Suárez foi um dos grandes vencedores em Caracas, tendo conquistado seis medalhas de ouro na capital venezuelana. Ele foi ouro por equipes, individual, solo, salto sobre o cavalo, argolas, barra fixa e barras paralelas.
Cuba faturou o ouro em oito das 12 categorias do boxe. Um dos que quebrou a hegemonia cubana foi o norte-americano Pernell Whitaker, futuro campeão mundial como profissional, que ganhou entre os leves (até 60 kg).
Em Caracas tivemos pela primeira vez nos Jogos a disputa feminina do judô e do remo, e o tênis de mesa. Já o sambô - arte marcial popular em países do leste europeu - foi disputado pela última vez na competição.
CONTROLE ANTIDOPAGEM RÍGIDO E 'INÉDITO' BOTA ATLETAS PARA CORRER
O Pan realizado em Caracas foi o primeiro a fazer um controle antidopagem rígido aos atletas participantes da competição. E em 1983 também houve o maior número de casos de doping na história dos Jogos: 19 casos, sendo 10 deles medalhistas naquele Pan. Cuba (4), Estados Unidos, Canadá, República Dominicana e Argentina (cada uma com 2 atletas) foram pegos. Além disso, 12 atletas dos EUA fugiram de Caracas ao saber que realmente haveriam testes antidopagem nos Jogos.
Até hoje, o Brasil teve apenas um caso registrado em Pans: o da nadadora Rebeca Gusmão, no Pan de 2007, o que culminou na perda das medalhas conquistadas e no seu banimento das competições, por ser o segundo caso em que a atleta foi condenada.
QUADRO DE MEDALHAS
Como esperado, os Estados Unidos fizeram prevalecer o domínio esportivo no cenário pan-americano, com 137 ouros, 92 pratas e 56 bronzes. Em crescimento, Cuba se aproximou ainda mais dos EUA no quadro de medalhas, com 79 conquistas. O pódio é completado pelo Canadá, que quase foi superado pelo Brasil, que fez boa campanha para os padrões da época. 18 ouros para o Canadá, 14 brasileiros.
Posição | País | O | P | B | Total |
1 | ![]() | 137 | 92 | 56 | 285 |
2 | ![]() | 79 | 53 | 43 | 175 |
3 | ![]() | 18 | 44 | 47 | 109 |
4 | ![]() | 14 | 20 | 23 | 57 |
5 | ![]() | 12 | 26 | 35 | 73 |
6 | ![]() | 7 | 11 | 24 | 42 |
7 | ![]() | 2 | 11 | 22 | 35 |
8 | ![]() | 2 | 7 | 6 | 15 |
9 | ![]() | 1 | 7 | 13 | 21 |
10 | ![]() | 1 | 3 | 9 | 13 |
11 | ![]() | 1 | 1 | 6 | 8 |
12 | ![]() | 1 | 0 | 2 | 3 |
13 | ![]() | 1 | 0 | 0 | 1 |
14 | ![]() | 0 | 7 | 7 | 14 |
15 | ![]() | 0 | 1 | 2 | 3 |
16 | ![]() | 0 | 1 | 0 | 1 |
![]() | 0 | 1 | 0 | 1 | |
18 | ![]() | 0 | 0 | 6 | 6 |
19 | ![]() | 0 | 0 | 1 | 1 |
![]() | 0 | 0 | 1 | 1 |
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