No
jogo que fechou a fase de oitavas-de-final da Copa do Mundo de Futebol Feminino,
o Japão confirmou o favoritismo e venceu a seleção holandesa. O placar, um
magro 2x1, não refletiu o domínio das asiáticas durante os 90 minutos. Se não
fez uma partida perfeita em todos os setores, poucos riscos correu durante todo
o tempo, mesmo enfrentando um ataque qualificado e veloz como o da Holanda.
Desta vez com alterações no posicionamento das atletas, o técnico Norio Sasaki optou
por recolocar as jogadas em seus lugares de origem. Durante os jogos da
primeira fase, a meio campo Utsugi fora utilizada como lateral-esquerda, mas
hoje ela voltou para o papel de volante. Com isso, a até então meia-esquerda
Sameshima retornou à lateral. Marcada principalmente pela boa velocidade no
apoio, desta vez a camisa 5 foi posta de volta à linha de defesa com a incumbência
única de marcar a ágil Manon Melis, meia do time holandês. O problema
para a Holanda passou a ser o espaço que Melis deixava no lado direito de
defesa. E o técnico japonês tratou de “piorar” as coisas deslocando Miyama para
aquele lado.
Com
liberdade para jogar tanto centralizada quanto pelo lado esquerdo, Miyama mais
uma vez tomou conta da partida. Se fora o maior nome do Japão na primeira fase,
a experiente capitã da seleção foi mais uma vez a principal responsável pela
boa partida do meio campo japonês, o ponto mais forte do time mesmo que
modificado. Ao lado de Sakaguchi, a camisa 8 do país asiático foi o grande nome
do jogo, com lançamentos precisos como o
que originou o primeiro gol. Em um cruzamento preciso para a área, a bola
cabeceada por Ogimi tocou no travessão. No rebote, a lateral Ariyoshi (mais uma
afirmação do time japonês) chutou cruzado e abriu o placar. A dinâmica e o bom
rendimento do meio campo, além da marcação ainda na saída de bola da Holanda,
não deixavam as europeias avançarem ao campo de ataque tocando bola, a
principal virtude do time. Nem mesmo Melis, o desafogo pelo lado direito, conseguia
levar a melhor sobre a segura Sameshima.
E
foi a própria lateral que quase ampliou o placar aparecendo de surpresa na área
para finalizar. Sameshima recebeu um lindo passe de Shinobu Ohno, mas finalizou
por cima do gol. Outra boa trama do Japão veio pelo meio, mas o chute de
Kawasumi foi torto e desviado pra fora. E se o primeiro tempo foi todo do
Japão, o segundo foi mais equilibrado. A Holanda voltou disposta a tudo, já que
uma derrota mandaria o time de volta pra casa. Se não conseguia contar com o
bom rendimento de nenhuma boa peça ofensiva, pelo menos o time mostrou mais
organização e vontade. O problema se mostrava na hora da finalização, já que os
únicos momentos em que a seleção holandesa conseguia levar a melhor se
iniciavam em lances aéreos. Foi assim inclusive que a lateral Sameshima quase
marcou um gol contra, salvo pela goleira Kaihori em cima da linha de gol. E foi
em mais uma roubada de bola no campo holandês que o Japão chegou ao segundo
gol. Uma bela troca de passes depois da meia-lua da área terminou com uma linda
finta de Iwabuchi, que deixou a bola passar e permitiu um chute preciso de
Sakaguchi com o pé esquerdo. A bola entrou à direita da goleira Geurts, que
nada pode fazer (foto).
Um
dos jogos mais movimentados do mundial não poderia, porém, terminar sem emoção
nos minutos finais. E foi em uma falha grotesca da goleira Kaihori já nos
acréscimos que a Holanda conseguiu o seu gol. O cabeceio de Van de Ven não foi
forte e a japonesa estava bem posicionada, mas de alguma forma a bola escapou e
acabou entrando na meta asiática. Apesar do pouco tempo que restava, um novo
cruzamento para a área foi bloqueado por Iwashimizu e depois salvo pela goleira
Kaihori, evitando assim o empate holandês e garantindo a classificação do Japão
às quartas-de-final do Mundial. A adversária das japonesas na fase será a
Austrália, responsável por eliminar o Brasil. A Holanda, estreante em mundias, volta pra casa com uma campanha de uma vitória (Nova Zelândia), um empate (Canadá) e duas derrotas (China e Japão).
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