O basquete masculino em Seul tinha o atrativo da presença de Estados Unidos e União Soviética no torneio olímpico. As seleções que tiveram embates épicos em outras Olimpíadas, poderiam fazer mais outro em uma final olímpica. Só que em 1988 o basquete mundial só falava de uma jovem seleção que vinham arrebatando títulos e admiradores de seu estilo de jogo: a Iugoslávia.
A Iugoslávia já passava por um bom momento no basquete. Foi ouro em Moscou em 1980 e bronze em Los Angeles 1984. E 1988 era vez de uma geração considerada muito melhor que a anterior brilhar. Tinha Drazen Petrovic, um armador que além de habilidoso era uma máquina de fazer pontos e era chamado de o 'Mozart do Basquete'; Toni Kukoc, um ala pivô técnico e ótimo pontuador com a canhota; Vlade Divac, âncora defensiva desse time junto com o também pivô Dino Radja. Outros grandes nomes como Stojko Vrankovic, Zarko Paspalj e Jure Zdovc, apesar dos terceiro lugar no mundial de 86 e no Eurobasket de 87, vinham bem cotados.
Na estréia eles enfrentariam logo a União Soviética, uma das favoritas ao ouro. Resultado: uma vitória acachapante por 92-79, com 25 pontos de Drazen Petrovic. A Iugoslávia assombrou o mundo e deu a entender que eles viriam é para prata ou para o ouro.
Depois de vitórias tranquilas sobre a Republica Centro Africana, Coréia do Sul e Austrália (todas as partidas com Petrovic como cestinha iugoslavo), no último jogo os iugoslavos jogaram com o freio de mão puxado e perderam para Porto Rico por 74-72. Mas nada que tenha atrapalhado seu primeiro lugar no grupo. Além de fugir dos norte-americanos, eles jogaram os soviéticos na chave dos Estados Unidos, onde fatalmente se enfrentariam na semi final.
Depois de vitórias tranquilas sobre a Republica Centro Africana, Coréia do Sul e Austrália (todas as partidas com Petrovic como cestinha iugoslavo), no último jogo os iugoslavos jogaram com o freio de mão puxado e perderam para Porto Rico por 74-72. Mas nada que tenha atrapalhado seu primeiro lugar no grupo. Além de fugir dos norte-americanos, eles jogaram os soviéticos na chave dos Estados Unidos, onde fatalmente se enfrentariam na semi final.
Após passar com facilidade pelo Canadá, com show de Divac, os iugoslavos enfrentaram, na semifinal, novamente os australianos. Com isso, mais uma vitória fácil. 91 a 70, Petrovic sendo cestinha e Divac fazendo um duplo duplo.
Na final o adversário seria o mesmo da estreia, a União Soviética, que teve um jogo duríssimo contra os norte-americanos e saíram vitoriosos. A disputa do ouro foi um jogo equilibrado, nervoso, com a defesas fortes. Os soviéticos brilharam com Marciulionis, que fez 21 pontos, e Sabonis, que fez um duplo duplo com 20 pontos e 15 rebotes. Petrovic marcou 24 pontos, mas não foi o suficiente para evitar a derrota iugoslava por 76 a 63. Apesar de sucumbirem aos craques soviéticos, eles eram uma seleção jovem, em que os iugoslavos se enchiam de esperança de ter muitas glórias pela frente.
E foi o que aconteceu. A seleção iugoslava foi bicampeã europeia em 1989 e 1991 e campeã mundial em 1990. Eles seriam uma forte seleção para Barcelona, os únicos que poderiam bater de frente com o Dream Team que os Estados resolveu montar para 1992 após o bronze em 1988. Os principais jogadores iugoslavos já jogavam na NBA, sendo os pioneiros a irem para liga americana e ajudarem ela no processo de globalização.
Mas quis que a guerra civil da Iugoslávia impedisse esse embate entre iugoslavos e norte-americanos. O europeu de 1991 foi o último torneio dessa lendária seleção, que se dissolveu. A Croácia conseguiu sua independência e a Iugoslávia, em guerra com a Bósnia pelo seu território, ficou de fora das olimpíadas em 1992. A Croácia, com Petrovic, Kukoc e Radja entre outros talentos, conseguiram uma importante medalha de prata, que teve gosto de ouro, afinal, o campeão foi o lendário Dream Team norte-americano.
Muitos dizem que se a Iugoslávia não tivesse se dissolvido, os americanos teriam muito mais trabalho pela frente. Mas isso ficará sempre no campo da especulação. A realidade é que, mesmo por pouco tempo, eles fizeram história no basquete europeu e mundial. Faltou o ouro olímpico para encerar com chave de ouro essa geração tão incrível do basquete mundial.
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