Medalhista de bronze na maratona aquática nos Jogos Olímpicos do Rio, Poliana Okimoto demonstra preocupação na preparação para o o próximo ciclo olímpico de Tóquio 2020. Em entrevista ao 'Estadão ,a primeira mulher da natação brasileira a conquistar uma medalha olímpica, afirma que o investimento para o esporte diminuiu e deixa a atleta mais tensa:" Depois de uma medalha olímpica, a gente esperava ter tranquilidade para trabalhar e, na verdade, tem sido ao contrário. Temos incerteza de patrocínio, incerteza da Confederação (Brasileira de Desportos Aquáticos). Essa incerteza acaba refletindo nos resultados",
A principal mudança sentida pela atleta em sua rotina foi a redução do número de pessoas ao seu redor, trabalhando pelo seu desenvolvimento. Até a Olimpíada do Rio, contava com o auxílio de psicóloga, nutricionista, massagista, entre outros profissionais pagos pela verba do Plano Brasil Medalhas – programa do governo federal que contemplava, por exemplo, a contratação de uma equipe multidisciplinar de até R$ 20 mil por atleta. Com o fim do incentivo após os Jogos, os custos passaram a ser responsabilidade de Poliana e, com isso, ela decidiu manter por hora apenas o preparador físico na equipe.
Apesar do temor diante da crise enfrentada pelos esportes, especialmente pelos aquáticos, a atleta da Unisanta torce para que a dificuldade seja passageira. Para ela, o planejamento ficará mais claro depois da eleição presidencial da CBDA, prevista para o primeiro semestre de 2017. "A gente precisa de investimento para pensar no próximo ciclo olímpico. Uma medalha não é feita de uma hora para outra, a gente precisa de tempo para trabalhar. Tem de começar agora", cobra.
Ela tem suas metas bem definidas, porém ressalta: "A gente tem de focar no presente, esquecer o futuro e o passado também." A curto prazo, o objetivo é subir ao pódio no Mundial de Esportes Aquáticos de Budapeste, em julho de 2017. Mas a ambição não tem freio, e o maior propósito é a Olimpíada de Tóquio, em 2020. Depois de se despir de um grande peso na Rio-2016 pela ânsia de ser novamente a pioneira nas águas abertas, Poliana diz encarar o próximo desafio olímpico com mais tranquilidade. "O peso de querer ser a primeira a ganhar uma medalha já passou. Agora vai ser mais leve", acredita Poliana.
A medalhista olímpica também não baixa a guarda, até porque sabe que tem uma concorrente de peso à espreita. "A competitividade que tenho com a Ana (Marcela Cunha) é muito forte, mas a gente tem uma relação boa fora d’água. Essa competitividade faz as duas crescerem, nenhuma se sente na zona de conforto. A gente sempre quer dar um pouquinho a mais, isso ajuda muito."
Poliana chegou ao patamar mais alto de sua longeva carreira. Foram 20 anos sonhando, como ela mesma define. E a atleta, de 33 anos, sente que ainda tem mais para dar e receber da maratona aquática. "É difícil abrir mão. Estou na minha melhor forma física, melhorando cada vez mais. Acredito que o atleta se aposenta quando está em decadência. Eu ainda estou na escala subindo, espero que esteja nadando em alta performance até Tóquio."
Com informações de Estadão
foto: Satiro Sodre/SSPress/Brasil 2016
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