Considerado um dos melhores jogadores do mundo e MVP da Liga dos Campeões no ano passado, o brasileiro Felipe Perrone, capitão da seleção brasileira na Olimpíada do Rio de Janeiro, foi convidado a defender a seleção espanhola neste ciclo olímpico. Nascido no Rio de Janeiro, mas com dupla cidadania, o atleta já atuou pela seleção europeia entre 2004 e 2012. O jogador ainda não definiu seu futuro:
"Na verdade, a intenção é seguir jogando com o Brasil, mas também preciso ver o que vai acontecer no polo aquático nacional. O pessoal lá (Espanha) gostaria que eu voltasse a jogar pela Espanha. Mas por enquanto não penso nisso. Estou com 31 anos e espero que o que a gente construiu na Olimpíada continue. Porém, o esporte no Brasil, principalmente o polo aquático, se encontra em um momento de incertezas" - disse, se referindo à crise vivida na Confederação Brasileira.
Na Olimpíada, a seleção brasileira ficou na oitava posição, depois de uma grande campanha na primeira fase. Na ocasião, o time conseguiu três vitórias, uma delas, inclusive, contra a Sérvia, que seria a campeã olímpica. O time foi treinado pelo croata Ratko Rudic, tetracampeão olímpico, e contou com dois jogadores naturalizados, além de quatro (um deles, o próprio Perrone) repatriados
Felipe Perrone nasceu no Rio de Janeiro, jogou pela seleção brasileira no início da carreira, foi inclusive, prata nos Jogos Pan-Americanos de 2003. A partir de 2004, passou a defender a Espanha, nação na qual tinha passaporte, e jogou duas Olimpíadas, além de ter sido bronze no Mundial de 2007, em Melbourne (Austrália), e prata em 2009, em Roma (Itália). Atualmente, joga no Jug, da Croácia, um dos melhores times do planeta.
As mudanças de nacionalidades não são raridade no polo aquático mundial. O país, que jamais conseguiu uma medalha olímpica, tem três atletas que já foram ao pódio: Alexandra Araujo, carioca campeã pela Itália em 2004, Tony Azevedo, também nascido no Rio, foi vice-campeão em 2004 e foi capitão da seleção americana por mais de uma década, e Pietro Figlioli, nascido no Rio, e prata com a Itália em Londres 2012.
Ricardo Cabral, consultor de polo aquático da Confederação Brasileira de Desportes Aquáticos (CBDA) explica a renovação que o polo aquático nacional está passando:"Nosso pensamento está em 2020 e até em 2024. Convocamos três atletas acima de 30 anos, aqueles que consideramos fora de série. O Perrone, o (Slobodan) Soro e o (Jospi) Vrlic. O Soro topou seguir e os outros dois, em um primeiro momento, não toparam jogar. De resto, renovamos tudo, pensando no futuro."
Com informações de globoesporte.com
foto: Reuters
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