Felipe Wu entrou para a história ao conquistar no dia 6 de agosto a primeira medalha brasileira na Olimpíada do Rio de Janeiro. O tiro de pontuação 10.1 parecia perfeito e lhe colocava na liderança da pistola de ar 10m. Na sequência, porém, o vietnamita Xuan Vinh Hoang atirou para 10.7 e ficou com o ouro. Para que desta vez os detalhes façam a diferença a seu favor, o paulista de 24 anos mira uma melhora "invisível" no ciclo até Tóquio 2020.
"É muito difícil, no esporte de alto rendimento é assim. Na natação são milésimos de segundo, no tiro é difícil mensurar, mas quando colocamos no macro, vemos a manutenção de resultados, a melhora, é o que te dá um pontinho, dois a mais, é o que poderia me dar a medalha de ouro, então o mínimo detalhe é o que faz a diferença." comentou Wu ao site globesporte.com
Mensurando quase o intangível, ele quer evoluir visando o ouro no Japão e depois de sofrer com um recomeço de caminhada sem técnico, ganhará novamente a companhia do colombiano Bernardo Tobar. O treinador o acompanhou na trajetória até a Rio 2016, sob contrato da Confederação Brasileira de Tiro, e agora foi recontratado pelo Comitê Olímpico do Brasil para seguir o trabalho, dando um alívio na cabeça de Wu.
"Me veio a boa notícia de que o meu técnico já está sendo contratado pelo Comitê Olímpico Brasileiro, então isso me alivia. É importante ter a possibilidade de desempenhar o meu melhor. Se eu não me classificar para algum torneio a culpa é minha, mas é importante eu ter essa condição. O técnico no tiro esportivo é muito importante, e como falei, agora é olhar para frente e não lamentar o passado" diz Wu, lembrando que o técnico chega em abril para assinar contrato.
O início do novo ciclo não foi fácil para o atirador. Wu voltou a treinar sozinho no Hebraica, sem a orientação de um técnico, e segue com apenas uma arma para competir. Assim, retomou a faculdade de Engenharia Aeroespacial, já vislumbrando uma carreira paralela no futuro. Em 2017, o momento é de se preparar para o que vem pela frente já em 2018.
"Estamos no começo do ciclo, ano de preparação, não por isso é menos importante. Esse é o ano de testar coisas novas, tentar adaptar um pouco a técnica para melhorar um, dois pontos, que farão diferença a partir de agosto do ano que vem, quando começam a ser distribuídas as vagas para os Jogos de Tóquio. Então, 2017 é um ano de poucas competições, mas não deixar de ser importante por ser de preparação."
Em maio e junho deste ano, Felipe terá duas etapas da Copa do Mundo. No segundo semestre, ainda sem local e data confirmada, disputa o Sul-Americano e o Ibero-Americano. Depois da Rio 2016, ele segue como militar, para ele um oásis no meio da crise olímpica pós-Rio 2016.
"Continuo como militar. É um apoio super importante. Posso dizer que é o mais importante que tenho. Para o atleta é sempre uma insegurança muito grande. E as Forças Armadas são certeza de salário em dia, de que vou ter uma estrutura para treinar quando precisar, também para me hospedar. Essa segurança é muito importante para a gente."
Com informações de globoesporte.com
imagem: Reprodução/sportv
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