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Hugo Calderano finaliza preparação para o Mundial de Tênis de Mesa confiante: 'Chego como um atleta que pode surpreender'

Hugo Calderano iniciará na próxima terça-feira (30) a disputa do seu sexto Campeonato Mundial de Tênis de Mesa - o terceiro individual. Apesar da relevante experiência que já acumula com apenas 20 anos, esta edição, em Düsseldorf, na Alemanha, é diferente para o brasileiro. Na sua visão, será a primeira participação no evento em que terá chances reais de buscar feitos históricos, tanto no torneio de simples quanto no de duplas.

"É a primeira vez que chego a um Mundial como um atleta que pode surpreender, avançar mais rodadas. No anterior, eu era muito novo, seria uma surpresa muito grande. Agora, pelos resultados que conquistei desde então, já tenho um nome maior no circuito", afirmou o 25º colocado do ranking mundial.

O desempenho de Hugo nos últimos anos respaldam sua confiança. Desde o Mundial de 2015, o mesatenista carioca chegou a cinco finais no Circuito Mundial, com três títulos conquistados, igualou o melhor resultado do país em Jogos Olímpicos (nono colocado), foi medalhista de ouro nos Jogos Pan-Americanos, levou o tricampeonato latino-americano e alcançou a 17ª posição do ranking mundial em fevereiro.

Hugo, no entanto, sabe que as dificuldades serão grandes. Diferentemente das disputas olímpicas, em que cada país pode ter no máximo dois representantes, o Mundial permite a inscrição de até cinco atletas por federação, de acordo com seu desempenho no ranking. Assim, potências como China, Japão e Coreia do Sul aumentam suas chances nas disputas.

"Realmente, é muito mais difícil uma medalha ou um resultado especial em Mundiais, principalmente por ter mais chineses, além de japoneses e coreanos. Por outro lado, a tensão é bem menor do que em uma Olimpíada, que tem um clima diferente, com ainda mais foco", disse.

Para Hugo, algo que pode lhe ajudar a superar as adversidades é o fato de jogar "em casa". O carioca vive há três anos na Alemanha, onde defende o Liebherr Ochsenhausen, semifinalista da última edição da Bundesliga, o campeonato nacional.

"A maior vantagem é não ter de fazer uma grande viagem e precisar me adaptar a um outro fuso, como aconteceu nos dois últimos Mundiais (China, em 2015, e Malásia, em 2016). Jogar no país onde moro é mais confortável", ressaltou.

Dupla afinada
No individual, Hugo é o 21º cabeça de chave e estreará contra um atleta vindo do qualifying, na próxima quarta (31). Na véspera, o carioca fará, ao lado de Gustavo Tsuboi (104º), sua primeira partida no torneio de duplas. A parceria, quinta favorita da competição, vem de grandes resultados: chegou às finais das últimas três etapas do Circuito Mundial que disputou, com dois ouros e uma prata, assumindo a terceira posição do ranking mundial.

Além disso, os brasileiros estão invictos contra os cabeças de chave número um - os japoneses Masataka Morizono/Yuya Oshima (vitórias por 3 sets a 1, no Japão, e 3 a 2, na Suécia) - e dois - o alemão Patrick Franziska e o dinamarquês Jonathan Groth (3 a 0, na Suécia).

"Na dupla, acredito que temos muitas chances. Viemos correspondendo nos últimos eventos e acho que estamos entre as duplas mais fortes", disse Hugo, que destacou ainda a sintonia natural com o parceiro.

"Fizemos atividades juntos na preparação, mas sempre nos entendemos bem naturalmente, nunca precisamos de muitos treinos específicos. Crescemos com as atividades individuais e até mesmo vendo os treinos do outro", explicou.

Preparação especial
Para chegar ao Mundial em boas condições físicas, Hugo passou por uma preparação especial após se recuperar de uma lesão muscular que o tirou de ação por cerca de dois meses este ano. O brasileiro recebeu atenção ainda maior nas semanas anteriores ao evento, quando a maior parte de seus companheiros se apresentou às suas respectivas seleções nacionais.

"Prestamos muita atenção ao meu corpo na parte física, para chegar bem ao Mundial. Usamos muita massagem, banho de gelo depois dos treinos, alongamento, até para prevenção. Os treinos também não estão tão longos, mas com uma qualidade bem alta, que é o que faz a diferença. Ainda não estou 100% fisicamente, mas me sinto em condições de buscar um bom resultado", avaliou.

Foto: CBTM


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