Foi inaugurado na semana passada, na área do Estádio de Remo da Lagoa, reformada para os
Jogos Olímpicos de 2016, o Centro de Treinamento de Remo Olímpico e Paralímpico, a
primeira instalação de formação e de alta performance da modalidade no
país.
Criada com o objetivo de abranger desde a fase de captação e
detecção de talentos até o suporte para atletas de alto rendimento, o CT
será referência nacional para a prática do remo recreativo ou
competitivo objetivando a disputa de campeonatos regionais, nacionais,
internacionais e, principalmente, a preparação dos atletas para os Jogos
de Tóquio 2020.
O novo espaço, que deverá iniciar a operação em dez dias, conta
com uma estrutura sem precedentes no país para o remo. Com sala de
musculação, salas de avaliações médicas e fisioterápicas, além de
dormitórios, o CT herdará equipamentos de primeira linha utilizados nos
Jogos Rio 2016, o que permitirá que os atletas treinem com materiais
equivalentes àqueles usados nos principais centros de remo do planeta.
O ministro do Esporte, Leonardo Picciani, participou da
inauguração e falou sobre a importância da nova estrutura. “É um espaço
que traz as mais modernas tecnologias e instalações altamente
qualificadas, que permitirão que os atletas brasileiros possam se
desenvolver. O CT está à altura do que merece o remo brasileiro. Aqui e
em outras estruturas a gente consegue ver o legado olímpico na prática”,
afirmou.
“Nós temos embarcações que foram adquiridas por ocasião das
Olimpíadas sendo usadas pelo centro de treinamento, temos equipamentos
de arbitragem e de raiamento adquiridos para as Olimpíadas sendo usados,
além da própria reforma do estádio de remo aqui da Lagoa, que foi feita
por ocasião das Olimpíadas. Além disso, o calendário de eventos do
Parque Olímpico da Barra e de Deodoro começam a se desenhar com
intensidade. A partir de hoje, se iniciou a etapa do Circuito Mundial de
Vôlei de Praia no Centro Olímpico de Tênis. Na próxima semana, o
Velódromo recebe o Estadual de Ciclismo do Rio de Janeiro e, no final de
junho, o Campeonato Brasileiro, tanto da categoria júnior quanto da
categoria elite e paraolímpico. Teremos ainda, neste fim de semana,
competições de judô em Deodoro e assim por diante, com mais de 20
eventos já confirmados para o Parque Olímpico”, enumerou o ministro.
Modo legado
Para os Jogos Rio 2016, o Ministério do Esporte viabilizou a
aquisição de 90 embarcações, adquiridas pela Marinha, para uso no apoio
às provas aquáticas dos megaeventos, entre elas o remo. No modo legado, o
CT já foi contemplado com equipamentos adquiridos pelo Comitê Rio 2016 e
utilizados nos Jogos, como catamarãs e sistema Albano de raias (que
determina como devem ser as demarcações das linhas de competição), por
exemplo.
O presidente da Federação de Remo do Estado do Rio de Janeiro,
Paulo Carvalho, lembrou que apesar da descrença de muitos, o legado dos
Jogos é, sim, uma realidade.
“Poucos acreditavam no legado. E nós tivemos um grande legado. A
estrutura toda desses boxes, a torre de arbitragem, rampas,
catamarãs... O remo foi presenteado com um grande legado. A Federação
pegou esse legado e o transformou em um centro de treinamento cujo
objetivo é possibilitar ao atleta melhorar seu rendimento para que daqui
a quatro anos (em Tóquio 2020) nós tenhamos resultados”, afirmou o
dirigente.
Os equipamentos foram doados à Superintendência de Desportos do
Estado do Rio de Janeiro (Suderj) por indicação do Ministério do
Esporte. Paulo Carvalho, o CT ainda receberá outros materiais, como
barcos que atualmente estão com a Confederação Brasileira de Remo (CBR).
Investimentos
Em 2017, a Confederação Brasileira de Remo receberá R$ 2,7
milhões de recursos da Lei Agnelo/Piva. Entre 2011 e 2013, o Ministério
do Esporte celebrou três convênios com o Clube Pinheiros e o Grêmio
Náutico União, no valor total de R$ 11,6 milhões, para aquisição de
equipamentos para modernizar diversas modalidades, entre elas o remo.
Essas parcerias possibilitaram a compra de 17 novos barcos da
marca italiana Filippi, os mais utilizados por equipes de outros países
que disputam as principais competições no mundo, além de equipamentos
auxiliares específicos do remo.
Outro investimento federal que beneficia o remo é a Bolsa
Atleta. Atualmente, 149 remadores recebem o benefício. As bolsas pagas
anualmente somam R$ 2 milhões. Do total, 134 atletas são olímpicos, que
somados recebem R$ 1,7 milhão, e 15 são paralímpicos, para os quais
serão destinados em 2017 outros R$ 319,2 mil. Além disso, o remo
paralímpico teve atletas com os planos esportivos aprovados para o
recebimento da Bolsa Pódio em 2017.
A remadora carioca Fernanda Nunes disputou as Olimpíadas do Rio e afirmou que o legado dos Jogos vai além do novo CT. “Tem
um legado moral, que foi o nosso país poder acompanhar de perto uma
Olimpíada e valorizar vários outros esportes que muitas vezes não são
tão divulgados. O remo já foi um esporte popular, ele perdeu essa
popularidade e a gente viu (nas Olimpíadas) o estádio de remo cheio de
gente, torcendo. Tivemos também as obras no estádio. A gente já
frequentava o box da Federação e ele passou por reforma. Tudo isso veio
de positivo. A gente ganhou catamarãs e oficializou que a nossa lagoa é
uma lagoa olímpica, capaz de receber regatas de grande porte. Isso tudo,
para mim, é legado”, concluiu a atleta.
Foto: Ministério do Esporte
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