Troféu Maria Lenk de Natação começou nesta terça-feira (2), disputado no Rio de Janeiro, com recorde brasileiro e de
campeonato nos 400m livre feminino e masculino, e a volta do campeão
olímpico Cesar Cielo fechando o time vencedor do 4x50m livre, o
Pinheiros.
Os
tempos de Henrique Martins e Felipe Lima, nas eliminatórias dos 100m
borboleta e 100m peito, respectivamente, e de João Gomes Junior e
Guilherme Costa, nas finais dos 100m peito e 400m livre, mexeram com o
time que representará o Brasil em Budapeste.
Joanna
Maranhão veio com força para o Maria Lenk 2017. Com 4m09s41, a
nadadora da Unisanta superou o recorde brasileiro de Manuella Lyrio,
do Maria Lenk de 2016 (4m09s48). A gaúcha Viviane Jungblut, melhor
tempo das eliminatórias, ficou com a prata, enquanto a medalhista
olímpica e companheira de clube de Joanna, Poliana Okimoto, fechou o
pódio.
"Estou me sentindo leve. Nunca imaginei que faria este tempo de hoje e
ainda tinha mais gás. Quanto a conseguir vaga no Mundial, só posso
controlar a minha raia e vou nadar o mais rápido possível nas
outras três provas que irei disputar. Nadei uma travessia em março
e me diverti. Vou tentar uma vaga no Mundial na prova dos 5km das
maratonas. Muita arrogância minha em lutar contra Ana Marcela e
Poliana Okimoto, mas vou tentar na seletiva de Foz de Iguaçu/PR, na
semana que vem. Se não der, vou continuar treinando."
A
revelação Guilherme Costa, da Unisanta, levou a melhor na final dos
400m livre. Guilherme marcou 3m49s49 e ficou a a três centésimos do
recorde brasileiro, de Brandonn Almeida, do ano passado. Seu tempo é
novo recorde de campeonato, que pertencia a Leonardo de Deus, desde
2015, 3m49s62. Luiz Altamir, do Pinheiros, e Giuliano Rocco, do
Pinheiros, empataram na segunda colocação e vão dividir a medalha
de prata, exatamente um segundo depois.
"Eu queria muito este recorde e foi por pouco. Sabia que o Altamir
iria começar forte e eu tinha que confiar no meu final de prova, e
deu certo. A natação brasileira vem crescendo muito e pode crescer
ainda mais. A nova geração é muito forte e vamos com tudo para
Tóquio/2020. Treinei 100% para minha melhor prova, os 1500m livre,
mas me sentia muito bem para competir nos 400m e valeu a pena" disse Guilherme Costa, o “Cachorrão” (o apelido foi porque ele
foi mordido por um cachorro na praia, e este veio a morrer), que
competia pelo Fluminense e ainda treina no Rio, exatamente no parque
aquático Maria Lenk, “Treino nesta piscina todos os dias e sempre
é bom nadar em casa”.
Nos
100m borboleta masculino, um pódio mineiro. Os três primeiros
colocados são nadadores do Minas Tênis, a começar por Henrique
Martins, que consolidou ainda mais seu domínio no estilo, nadando
pela terceira vez na carreira abaixo dos 52 segundos, 51s82. Ao seu
lado no pódio, uma esperança brasileira, Vinícius Lanza, e um
veterano que já foi recordista mundial, Kaio Márcio.
"Estava batendo na trave para nadar nos 51 segundos há alguns anos,
desde 2009. Agora chegou um novo técnico no Minas, o Sérgio
Marques, que mudou o nosso trabalho, e isto me ajudou muito, nos
fundamentos (saídas e viradas). Ainda dá para melhorar, mas foi um
bom começo. Lógico que seria melhor terminar a prova e já saber o
resultado, se estamos na seleção ou não, mas isto não está no
nosso controle. Depende dos outros nadadores também e torço pelos
colegas. Agora não tem o que fazer, é aguardar."
Na
versão feminina da prova, Daiene Dias, da Unisanta, levou a melhor
sobre a eterna rival do estilo, Daynara de Paula, do Sesi: 58s98
contra 59s07. Giovana Tomanik, do Pinheiros, terminou na 3ª
colocação, 1m00s48.
"Este primeiro semestre foi difícil para conseguir um clube. Mas
recebi todo o apoio da Unisanta, e queria muito nadar hoje para 58
segundos e consegui. Todos nós viemos aqui para fazer seu melhor e o
resto é consequência. Sei que vai ser escolhida a melhor seleção
e a natação brasileira será bem representada" concluiu Daiene,
que continua a treinar na capital de seu estado natal, Vitória.
João
Gomes Junior voou na piscina do Maria Lenk e colocou o Pinheiros no
lugar mais alto do pódio dos 100m peito, com 59s41. Felipe Lima, do
Minas Tênis e melhor tempo das eliminatórias, ficou com a prata,
1m00s05. O bronze foi para Pedro Cardona, também do Pinheiros,
1m00s12. No feminino, domínio argentino com Macarena Ceballos, do
Minas, e Julia Sebastian, da Unisanta. A melhor brasileira foi nossa
representante nos Jogos do Rio, Jhennifer Conceição, do Pinheiros,
na terceira colocação.
"De manhã entrei
errado, foi complicado, mas uma sucessão de fatores me fez errar. Sabia
que estava treinado e preparado e foi que me fez ter sangue frio para
nadar
agora à noite e acertar o que eu tinha errado. Eu vou a 2020, é meta que
vou concluir! Essa vaga é minha de novo e não vou deixar ninguém tirar
ela
de mim. Não vou nadar mais um ou dois anos, eu vou nadar quatro, vou
buscar minha
medalha. Saí ano passado feliz, por ser minha primeira Olimpíada, por
conquistar o melhor resultado do Brasil, mas hoje ninguém valoriza isso,
falam que a Natação foi um fiasco. Saí um pouco frustrado também,
porque treinei muito para
buscar medalha e não consegui. Mas, Deus escreve o certo por linhas
tortas, e o que é meu está guardado. Por isso falo que vou a 2020, vou
lutar por
essa medalha" comentou João Gomes Junior.
No
revezamento feminino do 4x50m livre, vitória da Unisanta, com 1m41s27. No
masculino, o Pinheiros teve Cesar Cielo fechando o quarteto vencedor,
com 1m27s15. Cielo marcou 21s32 em seu parcial.
"Se repetir isto na prova vai ser muito bom" brincou Cielo, sabendo
que o tempo é lançado e por isso não dá para comparar com seu
recorde olímpico (21s30) da vitória em Pequim, há nove anos. " Foi boa a performance, mais encaixada do que esperava. Na prova vou
poder forçar um pouco mais no início do que hoje. E quanto a não
termos certeza quanto a ida ao Mundial, independente de qualquer
coisa, temos que fazer o nosso melhor. O importante é cada um tem
que fazer o seu e deixarmos nas mãos dos técnicos para ver quem
vai. E o melhor é que o Brasil tem que levar o melhor time, espero
que os mais bem ranqueados façam parte da equipe. Estou tentando
voltar e ser feliz novamente com a natação. Tem sido bacana ter
sido um pouco de mentor da garotada do Pinheiros. Estou mais como um
atleta-professor e torço por eles. Se eles nadarem bem aqui faz
parte do meu objetivo pessoal de adicionar algo a eles" concluiu
Cielo, que quer ajudar de alguma forma o esporte o consagrou, pois
“quando Thiago anunciou a aposentadoria, achei que ia ser muito
pesado, eu parar também. Chamar um pouco a atenção para o esporte,
atrair mídia, já justifica minha volta”.
Foto: Divulgação
0 Comentários