O dia 5 de agosto marcaria a despedida de Usain Bolt da
prova dos 100 metros rasos do atletismo. O palco para a última corrida do
tricampeão mundial e olímpico da prova era o Estádio olímpico de Londres. No
local uma multidão acompanhava na arquibancada ansiosa para ver o ídolo se
despedir com a medalha de ouro, mas não foi o que aconteceu. O norte-americano
Justin Gatlin acabou vencendo a prova e Bolt terminou com o bronze, para a tristeza,
e também revolta da torcida. Uma grande vaia ao norte-americano se estendeu por
todo o estádio. Mas engana-se quem pensa que esse tipo de reação ao americano foi
inédito. As vaias ao americano se tornaram constantes ao redor do mundo devido
ao seu passado ligado ao doping, onde foi pego, por mais de uma vez, com
substâncias ilegais.
Nesta semana, Justin Gatlin resolveu se desculpar com os fãs
do atletismo que, de alguma forma, se sintam ofendidos por ele ainda disputar
provas no atletismo. Gatlin admitiu que se sentiu ferido com as vaias recebidas
após vencer a prova em Londres, mas ainda assim pediu desculpas por possíveis
erros que possa ter cometido. "Se eles querem uma desculpa oficial, “desculpe”.
Eu sinto muito. Peço desculpas por qualquer irregularidade que levei ao
esporte" afirmou o atleta.
Gatlin foi punido por duas vezes ao ser pego em exames
antidoping. Na primeira, o norte-americano foi condenado há dois anos de
suspensão em 2001, ao ser pego com um estimulante proibido. Ele alegou que tomava
o remédio desde a infância, quando foi diagnosticado com déficit de atenção.
Ele teve então a sua pena reduzida pela metade. Após cumprir a suspensão,
Gatlin voltou a competir e se sagrou campeão olímpico de 2004 e mundial de 2005.
Na segunda vez, Gatlin testou positivo para testosterona em
2006, e foi inicialmente suspenso por oito anos, mas teve a pena novamente
reduzida pela metade. Ele afirmou que a testosterona havia entrado em seu
organismo de forma involuntária após uma massagem nas pernas feitas por um
terapeuta que teria problemas pessoais com ele.
Questionado sobre a ideia que se tem de que nunca havia
pedido desculpas antes o velocista afirmou que fez uma carta pedindo desculpas
à IAAF e que participou de programas educacionais de combate ao doping com
crianças. Ele afirmou ainda que não sabe o motivo de a carta que escreveu ainda
em 2010 ter permanecido oculta por quase seis anos. “Eu escrevi uma carta
pessoal para a IAAF, antes do julgamento, antes de ser sentenciado, escrevi uma
desculpa. Eu comecei um programa onde eu encontrava e conversava com as crianças
e contava sobre as armadilhas de ficar atrás das pessoas erradas, ficar no caminho,
fazer as coisas certas. A carta que escrevi, que saiu em 2015, foi suprimida
por quase seis anos e não tenho certeza de quem ou por que a reprimiram, mas eu
pedi desculpas" concluiu o atleta.
Foto: Getty Images
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