A
estreia promissora, com uma vitória sobre o britânico William Bayley -
então melhor do mundo - já mostrava que Israel Stroh poderia ter uma Rio
2016 para lá de vitoriosa. A cada rodada, a cada triunfo, a cada
comemoração, a previsão se mostrava certeira. Passo a passo, Israel fez
história e se transformou no primeiro brasileiro a chegar a uma final de
tênis de mesa na história de um evento olímpico/paralímpico.
Stroh admite que resultados em competições anteriores lhe mostravam
que era possível, sim, ir longe, mas ressalta que, ainda assim, foi um
resultado surpreendente. Além disso, apontou qual caminho seguiu para
que os bons resultados acontecessem.
"Eu achava possível, o que é diferente
de esperar. Eu vinha de vitórias contra dois deles em eventos diferentes
e acreditava que o fator casa me deixaria um pouco mais forte. Aí,
achava que tinha sim uma chance de brigar em cima, mas uma chance apenas. Fiz uma avaliação minuciosa de cada adversário. Sabia os pontos fortes e fracos de cada um e o que eu deveria fazer para vencê-los", disse ele, que completou:
"Absorvi muito bem a torcida ao nosso favor, me senti realizando um
sonho de criança e tudo o que eu via eu transformava em energia boa".
O feito e as experiências vividas no decorrer da Rio 2016, garante Israel, serão lembrados por muitos e muitos anos.
"Todas as imagens que tenho me arrepiam até hoje. Cada grito do
público em cada ponto meu... com certeza vai ser meu assunto favorito
para contar aos meus netos (risos)", garante.
Os sorrisos e comemorações pela conquista fizeram Stroh ter uma nova
visão sobre a responsabilidade de um atleta que defende o Brasil, seja
em qual competição for.
"É incrível você notar que pode mexer com tanta gente e em um momento
tão importante. A gente nota que tem importância real para muita gente.
Nossa vitória pode ser a vitória de toda sua população. Isso é
gigantesco e me engrandeceu muito no Rio", assegura.
O topo do pódio, claro, é um objetivo para Israel, mas, mesmo que
consiga o ouro nos Jogos Paralímpicos futuramente, ele afirma que nada
ultrapassará o que sentiu no Rio.
"Foi a minha primeira Paralimpíada, torneio que naturalmente é o mais
importante. Mas no Brasil, sem dúvida que será a melhor da história.
Mesmo que eu consiga esse sonhado ouro no Japão, lá no fundo acho que a
prata no Rio vai ser mais especial", concluiu.
Foto: MPIX/CPB
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