A Agência Antidopagem da Rússia (RUSADA) nomeou um novo diretor-geral
na última semana como mais uma etapa na tentativa de recuperar sua imagem
manchada pelo escândalo de doping. Yuri Ganus, de 53 anos, assume a RUSADA com
a missão de revogar a suspensão imposta pela Agência Mundial Antidopagem (WADA)
e de seus esportistas suspensos pela federação internacional de atletismo
(IAAF).
A RUSADA está suspensa pela WADa desde novembro de 2015,
quando um relatório (conhecido como McLaren) levantado pela entidade apontou
evidências de um esquema de dopagem com a participação da RUSADA e de membros
do governo russo escondendo casos positivos de atletas do país. Apesar de negar
o esquema, as autoridades russas se comprometeram a seguir as recomendações da
WADA para que a agência possa voltar a ser credenciado.
Em comunicado emitido na quinta-feira, a RUSADA informou que
Yuri Ganus foi escolhido por unanimidade como o novo diretor do órgão. Ganus
assumiu o poder dizendo ter como objetivo restaurar o mais rápido o possível a
confiança internacional no sistema antidopagem da Rússia. "A principal
tarefa é conseguir que todos os esportistas e federações russas sejam
readmitidos nas competições internacionais em curto prazo, suspender as restrições
à realização de competições internacionais em solo russo e para integrar o
trabalho da RUSADA no sistema internacional da WADA", afirmou Ganus no
comunicado.
A eleição de um novo presidente para a agência antidopagem
do país era uma das 12 exigências da WADA para que a mesma pudesse ser reintegrada.
O processo de escolha deveria seguir um processo de inscrição e recrutamento
transparente, externo e objetivo. Em julho, a WADA permitiu que a RUSADA
pudesse começar a planejar e coordenar os testes em esportistas russos, mas sob
a supervisão de especialistas internacionais e da Agência Antidopagem da
Grã-Bretanha. Em agosto a WADA disse que os russos ainda precisavam cumprir uma
série de compromissos, como permitir o acesso de especialistas da WADA a
amostras de urina de atletas russos armazenadas em um laboratório de Moscou. Para
esse mês de setembro está programada uma auditoria na RUSADA feita por membros
da WADA.
Um outro ponto de exigência feito pela WADA para que a
RUSADA possa ser liberada a realizar os testes em seus atletas é que
autoridades locais admitam a veracidade das conclusões do Relatório McLaren,
assumindo assim uma participação institucional do governo russo no patrocínio do
doping para os Jogos Olímpicos de Inverno de Sochi, em 2014.
Foto: Sputinik
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