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Brasil conquista bons resultados no mundial de skate street

Aconteceu na noite da última sexta-feira (15), em Los Angeles, o Super Crown, campeonato mais importante do ano no skate street, que será olímpico nos Jogos de 2020.

O skate street, uma das duas modalidades escolhidas pelo Comitê Olímpico Internacional para estrearem em Tóquio,é disputado em um circuito que simula obstáculos de rua, onde o atleta tem que fazer manobras em elementos como escadas, corrimões, rampas, dentre outros. Potência nesse esporte, o Brasil tem conquistado grandes resultados ao longo dos anos na modalidade. E ontem não foi diferente.

O Super Crown, considerado o campeonato mundial da modalidade, é disputado anualmente reunindo apenas os oito melhores atletas do skate street, de acordo com o ranking mundial, em ambos os gêneros. O Brasil conseguiu classificar Letícia Bufoni e Pamela Rosa no feminino e Carlos Ribeiro, Kelvin Hoefler e Tiago Lemos entre os homens. No formato da competição cada atleta faz duas apresentações na pista, com duração de 45 segundos, chamadas de "best run" e depois tem direito a apresentar cinco manobras cada, parte da prova conhecida por "best trick". Das sete notas, as quatro melhores são contabilizadas e ganha o atleta com a maior soma entre elas.

No feminino, a briga estava o tempo todo entre duas atletas que haviam vencido o torneio nos últimos anos, a brasileira Letíca Bufoni, campeã em 2015, e a americana Lacey Baker, vencedora em 2016. No skate, um esporte onde tudo pode mudar na última manobra, Letíca que liderou praticamente toda a prova perdeu a medalha de ouro com uma incrível manobra de Baker, com nota 8.7 na última tentativa. 

A brasileira, que visivelmente sentiu dores no joelho e preferiu não arriscar muito no final da prova, como tradicionalmente faz, repetiu o segundo lugar conquistado em 2016. Na ocasião, inclusive, Letícia teve uma queda, batendo com a cabeça no chão e saindo imobilizada da arena, protagonizando uma cena muito forte. A diferença entre Baker e Bufoni foi de apenas um ponto,o que no skate é muito pequena: 30,4 x 29,4. Como tudo muda na última manobra, trazendo muita emoção para esse esporte, a americana Mariah Duran começou mal a competição, com notas baixas nas best runs, que ela inclusive descartou. 

Do sexto lugar na primeira fase passou para a medalha de bronze, surpreendendo a japonesa Aori Nishimura e a brasileira Pamela Rosa que brigaram entre elas em todas as fases por um lugar no pódio. Mariah terminou em terceiro com 28,8 e Pamela, de apenas 18 anos, foi quinto lugar, com 25,6.

Se no feminino o Brasil "perdeu" o ouro na última rodada de manobras, no masculino ganhamos o bronze na mesma fase. O torneio que contava com o favoritismo dos três últimos campeões mundias, Nyjah Houston dos Estados Unidos em 2014, Kelvin Hoefler do Brasil em 2015 e Shane O'Neill da Austrália em 2016, ainda contou com um surpreendente Louie Lopez boa parte na liderança. Lopez, americano, não costuma ser tão regular no circuito mundial, mas parecia estar no dia da vida, algo comum em competições de skate, em que acertava tudo que fazia, começando com duas fortes notas acima dos nove na liderança. O reinado de Lopez foi caindo aos poucos na fase de best trick, onde as manobras valem muitos pontos. Mesmo também acertando, foi a hora que o trio de favoritos começou a crescer.

Primeiro Nyjah assumiu a liderança e jogou Louie pra segundo, que na rodada seguinte também foi superado pelo australiano. Na rodada final, Nyjah Houston anotou mais um título mundial na carreira e Shane O'Neill levou a Austrália ao pódio com a prata. Como dito, na última rodada de manobras o Brasil pode comemorar muito, com Kelvin subindo degrau a degrau e faturando o bronze após tirar uma nota nove e ver Louie Lopez cair na sua vez. 

O terceiro lugar de Kelvin, que esse ano ainda venceu o X Games concorrendo contra os mesmos atletas, foi muito especial para o atleta que ficou um ano sem treinar e competir. No início do ano passado o brasileiro quebrou a rótula do joelho, uma lesão muito séria, que o impediu de tentar o bicampeonato no mundial do ano passado. Em um campeonato de mais alto nível dos últimos anos, a diferença entre os atletas foi bem pequena na pontuação: Nyjah Houston (37,0), Shane O'Neill (35,9) e Kelvin Hoefler  (35,4). Os outros brasileiros tiveram bons momentos na competição, porém, não foram regulares e carregaram notas baixas no seu somatório. Carlos Ribeiro terminou em sexto com 22.9 e Tiago Lemos em oitavo com 15,0.

Além do street, outra modalidade de Skate estará presente em Tóquio, o Park. No sábado que vem (23), em Shangai, na China, acontecerá o campeonato mundial da modalidade, com a presença de quatro brasileiros: Pedro Barros, favorito ao título, e Murilo Perez no masculino e Yndiara Asp e Dora Varella no feminino.


Foto: Jake Darwen e Justin Crawford


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