Três ciclistas russos que foram proibidos de disputarem as
Olímpiadas do Rio de Janeiro devido ao escândalo de doping russo entraram com
processo contra a Agência Mundial Antidopagem (WADA) e contra o canadense Dr.
Richard McLaren, autor do relatório que apontou o esquema de doping russo
patrocinado pelo estado.
Em julho de 2016 a primeira parte de um estudo independente
encomendado pela WADA, denominado relatório McLaren, revelou indícios de que o
estado russo patrocinava o doping em seus atletas desde o ano de 2011. Com o
apoio da Agência Russa de Antidopagem os exames dos atletas russos testados
positivo para substância proibidas eram trocados por amostras não contaminadas.
O foco principal do esquema era as Olimpíadas de Inverno de Sochi, em 2014, na
Rússia, mas foi utilizado por mais de mil atletas russos, de praticamente todas
as modalidades do país.
Assim, a Wada recomendou que todos os atletas russos fossem
proibidos de competir nas Olimpíadas e Paralímpiadas do Rio de Janeiro. O
Comitê Olímpico Internacional decidiu que cada modalidade decidiria a punição
que poderia vir a ser aplicada aos russos, e a União Ciclística Internacional
(UCI), que regula o ciclismo, decidiu pela exclusão dos atletas da modalidade. Kirill
Sveshnikov, Dmitry Strakhov e Dmitry Sokolov estavam classificados para a prova
de perseguição por equipes no ciclismo de pista, mas acabaram banidos dos jogos
após a decisão da UCI. Os três ciclistas alegam inocência e que foram
injustamente punidos, mas tiveram um recurso negado pela Corte Arbitral do
Esporte (CAS), em Lausanne, na Suíça, antes das disputas dos Jogos Olímpicos.
Apesar de não terem sido apontados no relatório da WADA, os
três atletas alegam que "sofreram grandes danos à reputação" e
apresentaram uma ação judicial no Tribunal Superior de Justiça de Ontário,
reclamando danos morais. "Juntos,
Wada e o Dr. Richard McLaren nos impediram de alcançar nosso objetivo de vida,
de participar das Olimpíadas do Rio, o pináculo do nosso esporte, e alegamos
que eles incorretamente associaram nossos nomes com trapaceiros e com o doping.
Pedimos ao tribunal para rever todas as provas e nos indenizar”, disse
Sveshnikov. A WADA se recusou a comentar o processo.
Foto: Getty Images Sport
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