A final dos 1500 metros feminino das Olimpíadas de Londres
2012 se tornou uma das provas mais emblemáticas da história do esporte, infelizmente
pelo aspecto negativo do que se revelou posteriormente. Após reanalises dos
exames das atletas finalista, foi provado que seis entre as nove primeiras
colocadas na prova competiram sob o efeito de doping. A campeã da prova, a
turca Asli Cakir Alptekin teve sua medalha de ouro caçada e foi suspensa do
esporte por dois anos, pois já era reincidente. De volta às pistas esse ano, a
atleta foi novamente pega no doping e recebeu uma punição definitiva: está
banida do esporte.
O primeiro caso de doping de Alptekin aconteceu em 2004,
quando a atleta texto positivo para substâncias proibidas durante o Campeonato
Mundial Junior. Ela cumpriu uma suspensão de dois anos. Após os Jogos de
Londres veio à tona o novo caso de doping, agora ainda mais polêmico. Em 2015, aos
32 anos de idade, foram retirados dela os títulos olímpico e europeu de 2012,
além de uma nova suspensão por oito anos pela Federação Turca de Atletismo. No entanto,
sua pena foi reduzida pela metade, e como sua suspensão começou a contar a
partir de 2013, a turca foi liberada para correr este ano.
Em fevereiro Alptekein voltou para as pistas na disputa do
cross coutry da Copa dos Campeões da Europa, disputada em Portugal. Ela terminou
em 11º e ajudou a sua equipe Uskudur Belediyespor a ganhar o título da
competição.
Dessa vez não foi divulgada em que ocasião e com qual
substância a atleta foi pega no antidoping. O presidente da Federação Turca de
Atletismo, Fatih Cintimar afirmou que sua entidade “nunca vai permitir o doping”.
A polêmica prova da final de Londres 2012 revelou o quão
entranhado pode estar o doping no esporte de alto rendimento. Entre as 12
finalistas, a metade já teve algum envolvimento com o doping. Entre as 9
primeiras apenas 3 nunca tiveram seus nomes ligados ao doping. Logo após aquela
final, ainda no Estádio Olímpico, a britânica Lisa Dobriskey, que terminou em
10º, disse à BBC Radio 5 em uma entrevista ao vivo: "Eu não acredito que
eu estou competindo no mesmo nível na pista", em uma clara referência ao
suposto uso de drogas por parte de suas rivais.
As seis atletas daquela final que já tinham se envolvido ou vieram a se envolver com o doping são:
A primeira colocada Asli Cakir Alptekin, da Turquia, com o
tempo de 4:10.23, já havia cumprido dois anos de suspensão por um caso de
doping ocorrido em 2004. Após ter seu ouro olímpico de 2012 caçado por
reincidência no doping, a atleta cumpriu uma suspensão de 4 anos que acabou
esse ano. De volta as pistas, Alptekin foi novamente pega no antidoping e agora
banida definitivamente do esporte.
A segunda colocada da prova, a também turca Gamze Bulut, que fez
na final a marca de 4:10.40. Até o início dos Jogos de Londres a melhor marca
da turca era 4:18.23, até que na semifinal daquela Olimpíadas marcou 4:01.18. A
atleta cumpre um longo gancho e segue suspensa por doping até 2020.
A quarta colocada, Tatyana Tomashova, da Rússia foi outra
das atletas pegas em antidoping. Antes dos Jogos de 2012, a campeão mundial de
2003 e 2005 cumpriu uma suspensão de mais de dois anos por manipular amostras
antes de um teste de doping.
Outra estrela do atletismo mundial, a atleta que hoje compete
pela Suécia, Abeba Aregawi, foi a quinta colocada. Na época ainda representando
a Etiópia, ela marcou 4:11.03 na final. A ex-campeã mundial foi suspensa
provisoriamente no ano passado após ter testado positivo para a substância
meldonium, que havia entrado na lista das proibidas da WADA em janeiro de 2016.
Natallia Kareiva, da Bielorrússia correu a distância naquela
final olímpica em 4:11.58, chegando em sétimo lugar. Em 2014 a atleta foi
banida após uma anormalidade em seu passaporte biológico e seu resultado
olímpico foi anulado.
A nona colocada, Ekaterina Kostetskaya, também da Rússia, que marcou o tempo de 4:12.90. A atleta foi afastada das competições por dois anos a partir de 2014, pois violou uma regra da IAAF contra "uso/tentativa de uso de uma substância/método
proibido" no Campeonato Mundial de 2011.
Foto: Getty Images
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