Em meio as dúvidas cada vez mais crescentes em relação à
segurança dos Jogos Olímpicos de PyeongChang e após vários países colocarem em
xeque a sua participação nos Jogos, como França, Alemanha e Áustria, a organização
do evento recebeu um importante apoio, vindo do Japão. O país asiático, apesar
de divergências históricas com seu vizinho e de a organização ter feito um mapa
para a seção “programa dos sonhos” em seu site oficial onde não aparecia o
Japão, garantiu a presença nas Olimpíadas, o que também ajuda a impulsionar a venda de ingressos do evento.
O problema com o mapa já foi corrigido no site oficial após
a Japan Sports Agency, através de sua embaixada na Coréia do Sul, ter perdido a
correção após receberem reclamações da população. A organização afirmou que a ausência do Japão
no mapa foi na verdade um “erro simples”, de acordo com a Associated Press. Os dois
países possuem tensões históricas envolvendo questões territoriais. O mapa feito
por PyeongChang ainda usa o nome "Mar do Leste" para águas entre os
dois países, enquanto os japoneses utilizam o nome de "Mar do Japão".
Mesmo com todas essas questões, o presidente do comitê japonês
garantiu a participação nos Jogos e disse confiar na segurança do evento, mesmo
com os problemas envolvendo os testes com armas nucleares e mísseis balísticos
feitos pela Coreia do Norte na península coreana. “O JOC (Comitê Olímpico
Japonês) está ansioso para participar dos Jogos Olímpicos de Inverno
Pyeongchang 2018 e estará em Pyeongchang junto com os atletas e a delegação
japonesa que vem treinando nos últimos quatro anos. Eu sei que Pyeongchang 2018
irá garantir Jogos seguros para toda a família olímpica", disse o
presidente Tsunekazu Takeda.
A ex-esgimista e hoje ministra dos esportes da França, Laura
Flessel, disse na semana passada que o país poderia ficar de fora dos próximos
Jogos se a segurança de seus atletas e demais membros da equipe não pudesse ser
mais assegurada.
O Comitê Olímpico Internacional (COI) contatou todos os 205
Comités Olímpicos Nacionais pedindo que condenassem quaisquer questionamentos
da mídia a respeito da situação da Coreia do Norte. A intensão do COI é evitar
que se repita algo parecido com o que ocorreu com a edição olímpica do Rio de
Janeiro no ano passado, quando vários turistas deixaram de visitar a cidade
durante os Jogos após uma série medos infundados que foram ventilados na mídia
internacional sobre o Zika vírus.
A mensagem passada pelo Japão é fundamental para o sucesso
dos Jogos que serão realizados em fevereiro do ano que vem, já que a
expectativa é que um grande número de japoneses viaje até a Coreia do Sul para
acompanhar ao vivo as Olimpíadas. O presidente do Comitê de Pyeongchang 2018,
Lee Hee-beom, afirmou que espera se encontrar em breve com representantes do
JOC e do Comitê Olímpico Chinês (COC). Ao contrário do comitê japonês, o comitê
chinês não emitiu nenhuma mensagem similar de apoio à PyeongChang.
O ministro da Cultura e dos Esportes da Coréia do Sul,
Jong-whan, disse que o país espera que o esporte possa trazer um período de paz
na região e no mundo durante os dias de disputa das Olimpíadas. "As
Olimpíadas de Inverno de Pyeongchang são uma boa oportunidade para enviar uma
mensagem de paz e reconciliação ao mundo", afirmou Jong-whan. Uma
"resolução de trégua" foi submetida à Assembleia Geral das Nações
Unidas na semana passada na tentativa de forçar uma suspensão nas guerras e
tensões ao redor durante as Olimpíadas de Pyeongchang 2018.
Foto: AFP/Divulgação
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