O irlandês Patrick Hickey renunciou ao cargo de membro do
Conselho Executivo do Comitê Olímpico Internacional (COI) com “efeito imediato”
no sábado, dia 9 de setembro. Atualmente Hickey está suspenso de todas as
posições do COI enquanto tenta esclarecer as acusações de roubo, evasão de
divisas, lavagem de dinheiro e associação criminosa após sua prisão no Brasil,
feita no ano passado.
Hickey era membro do Conselho Executivo do COI desde 2012
tendo sido eleito representante da Associação dos Comitês Olímpicos Nacionais
(NOCs), onde é vice-presidente sênior. Apesar da renúncia no Conselho
Executivo, Hickey, de 72 anos, segue como membro ordinário do COI.
Um porta-voz do COI confirmou a renúncia de Hickey e
informou que o seu lugar no Conselho Executivo ficará vago até a próxima
reunião do COI, que será realizada em Lima, Peru, ainda esse mês. “O Sr.
Patrick Hickey informou ao COI de sua renúncia como membro do Conselho
Executivo com efeito imediato. O senhor Hickey foi eleito pela Sessão do COI
com o objetivo de representar os interesses dos Comitês Olímpicos Nacionais. Este
posto agora vago será preenchido por eleições durante a próxima sessão do COI
em Lima", afirmou o porta-voz.
A reunião no Peru não contará com a participação de Hickey,
que se prepara para o seu julgamento no Rio de Janeiro, no dia 29 de novembro.
O irlandês se encontrou com o presidente do COI, Thomas Bach, no domingo, 3 de
agosto, pela primeira vez em mais de um ano durante o Campeonato Mundial de
Judô, em Budapeste.
Segundo o COI, na carta de demissão Hickey deixou claro que
se afastava para poder se dedicar à sua defesa, e que no futuro pretende voltar
a exercer suas funções como membro ordinário do COI. "Na sua carta de
demissão, Hickey enfatizou que quer proteger o COI e assegurar que os
interesses dos NOCs (Comitês Olímpicos Nacionais) sejam representados na Junta
Executiva. Ele também reiterou sua inocência em relação a todas as acusações e
confirmou que ele espera exercer suas funções como membro do COI no futuro”,
afirmou. O COI ainda frisou que o seu membro permanece suspenso de todas as
funções na instituição, mas que a presunção de inocência permanece. "A auto suspensão do Sr. Hickey de todas
as outras funções do COI, que foi confirmada pelo EB do COI em 2016, permanece
em vigor. No entanto, o COI reitera que a presunção de inocência prevalece”,
garantiu o COI.
Com a renúncia de Hickey, passam a ser três os cargos vagos
na Diretoria Executiva do COI e que deverão ser preenchidas na próxima reunião,
no dia 16 de setembro. Ivan Dibós, do Peru, Nicole Hoevertsz, de Aruba, Habu
Gumel, da Nigéria, Denis Oswald, da Suíça e Pal Schmitt, da Hungria, já
revelaram que planejam se candidatar para os cargos no Conselho Executivo.
Um desses cargos vagos é o de vice-presidente que era
ocupado pelo australiano John Coates, que chegou ao fim do mandato. Até o
momento apenas a americana Anita DeFrantz manifestou interesse no cargo. O
prazo para se candidatar é até o dia 15 se setembro.
Foto: AFP
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