Nesta terça-feira foi disputado o segundo dia do Campeonato
mundial de ginástica Artística. Na parte da manhã foi disputada a quarta e
última subdivisão da fase de qualificação com a participação da equipe
brasileira. Arthur Zanetti em oitavo lugar nas argolas e Caio Souza em 14º no
individual foram as únicas finais alcançadas pelos homens. Na parte da tarde
teve início as classificatórias femininas com a disputa de duas subdivisões.
Ontem a CBG anunciou também o corte de Rebeca Andrade do mundial após a atleta
romper os ligamentos do joelho durante um treino no último domingo.
O dia começou com a disputa da última subdivisão que contou
com a presença de brasileiros, holandeses e sul-coreanos. O Brasil contou com a
participação de três atletas. Arthur Zanetti, medalhista de prata nas argolas
nas Olimpíadas do ano passado, só participou do aparelho que é sua
especialidade. Com erros de execução que fogem da sua característica, o atleta
alcançou apenas a nota de 14.700, mas ainda o suficiente para avançar para a
final com a oitava e última nota.
Medalhista de bronze no solo nas Olimpíadas do Rio de
Janeiro, Arthur Nory voltou recentemente de cirurgia e não competiu no
individual geral, focando apenas nas provas em que tinha chances de avançar
para a final, o solo e a barra fixa. No solo Nory fez 14.033 e ficou em 16º lugar,
não avançando para a final. Na barra fixa, a sua melhor chance nesse mundial,
Nory também passou perto ao fazer 13.866, ficando apenas 1 décimo atrás do
oitavo e último classificado para a final.
Caio Souza foi o único atleta brasileiro a participar de
todos os aparelhos. Caio iniciou a competição no solo onde fez uma boa série e
em seguida foi para o cavalo com alças, seu pior aparelho, onde não conseguiu
boa nota. Com boas passagens pelas argolas, salto e barras assimétricas, Caio
brigava para terminar o dia entre os 10 primeiros colocados do individual
geral. No entanto, o ginasta acabou caindo no último aparelho, a barra fixa e
terminou em 14º lugar, conseguindo a vaga na final.
Destaque na rotação também para os holandeses e sul-coreanos.
A Coreia do Sul conseguiu colocar dois atletas na final de salto, incluindo o
favorito ao ouro, Hakseon Yang, que terminou em primeiro na qualificação, e um
atleta na final de solo. Já os holandeses brilharam na barra fixa e também
colocaram dois atletas na final do aparelho, entre eles Epke Zonderland,
conhecido como “O holandês voador”, grande favorito ao ouro.
Já no final da subdivisão uma polêmica acabou marcando a
prova de solo. Os holandeses eram os últimos a disputarem o aparelho e fizeram
boas apresentações, mas marcadas por algumas falhas e inclusive quedas. Assim
que acabou a participação dos holandeses eles entraram com recurso alegando que
o tablado do solo estaria quebrado. A organização reviu o aparelho, corrigiu o
erro e autorizou que os holandeses repetissem suas séries. Na segunda chance Bram
Verhofstad acabou conseguindo a oitava colocação no aparelho com 14.433 e
avançou para a final com a última vaga. A situação revoltou o chileno Thomaz
Gonzalez que havia ficado com a última vaga anteriormente. Participando da
mesma rotação dos holandeses e tendo competido minutos antes, o chileno
reclamou em suas redes sociais e alegou que competiu no mesmo solo e nas mesmas
condições que os holandeses.
Feminino:
Antes do início da fase de classificação feminina a
Confederação Brasileira de Ginástica (CBG) anunciou o corte de Rebeca Andrade
da delegação, que rompeu os ligamentos do joelho direito enquanto se aquecia no
salto pouco antes do Treino de Pódio no domingo. Rebeca passará por uma
cirurgia e deverá ficar afastada dos ginásios entre 6 e 8 meses. Essa é a
segunda vez que a ginasta sofre esse tipo de lesão. A primeira vez aconteceu em
2015 pouco antes dos Jogos Pan-Americanos de Toronto, também no Canadá, e fez
com que a atleta perdesse também o mundial disputado naquele ano. Com o
desligamento de Rebeca Andrade da equipe, o Brasil contará apenas com Thaís
Fidélis na disputa feminina. Ela competirá na quinta subdivisão, às 20 horas
desta quarta-feira em todos os aparelhos.
Tradicionalmente as primeiras subdivisões sofrem com um
julgamento mais rigoroso por parte da arbitragem, já que estes não possuem séries
e atletas como referência para o início das avaliações. Ontem nas duas
primeiras subdivisões isso foi visto. A primeira subdivisão do dia contou com a
presença da forte equipe da Grã-Bretanha. O principal destaque da equipe foi
Cláudia Fragapane que terminou o dia como líder da prova de solo com 13.933.
Amy Tinkler, medalhista de bronze no solo nas olimpíadas do Rio de Janeiro,
ficou apenas com a quarta nota do dia no aparelho com 13.333 e com mais três
subdivisões a serem disputadas, dificilmente avançará para a final. Tinkler foi
ainda a quinta colocada no individual geral com 52.831, onde já assegurou um
lugar na final, e quinta colocada no salto, ainda tendo chances de disputar a
final.
A Austrália também esteve presente na primeira subdivisão. O
país que em um passado recente contava com equipes de destaque, tendo inclusive
conquistado medalhas em mundiais, vêm decaindo nos últimos anos e isso pode ser
visto ontem. O melhor resultado foi o de Georgia Godwin na trave com 12.666,
tornando muito difícil sua classificação. No individual geral Godwin ocupa o
oitavo lugar e ainda briga por um lugar entre as 24 finalistas.
A segunda subdivisão contou com a tradicional Rússia, com o
Canadá, anfitrião do evento, e com a ascendente equipe belga de Nina Derwael.
Competindo diante de sua torcida as canadenses brilharam e foram os destaques
do primeiro dia. Lideradas por Ellie Black as canadenses não sentiram a
pressão e se aproximaram de várias finais. Black lidera o individual geral com
55.766, a trave com 13.433, está em terceiro lugar no salto, terceiro lugar no
solo e quinto lugar nas barras assimétricas (contando com um descarte russo
pela regra de apenas duas atletas por país nas finais). Uma das favoritas na
prova de salto, Shallon Olsen saltou um Cheng, um dos mais difíceis do código,
e teve a média final de 14.649, terminando em segundo lugar no aparelho.
Destaque também para Brooklyn Moors, que encantou a torcida com o seu solo e
somando 13.866 terminou em segundo lugar do dia, se aproximando da final. Moors
está ainda provisoriamente em sétimo lugar no individual geral.
A Rússia, que não conta com Aliya Mustafina, que teve um filho
recentemente, viveu altos e baixos na noite canadense. Com absoluto domínio nas
barras assimétricas, o país colocou três entre as quatro primeiras do dia no
aparelho. As favoritas ao pódio Elena Eremina, com 15.100, e Anastasiia
Iliankova, com 15.066, terminaram nas duas primeiras colocações. Angelina
Melnikova com a nota de 14,966 está em terceiro lugar, mas como apenas duas
atletas por país podem avançar para a final, ela está fora da disputa por medalhas.
Destaque também para a prova de salto da equipe. A atual medalhista de prata
olímpica, Maria Paseka, realizou dois saltos de alta dificuldade e terminou em
primeiro lugar com 14.933 de média. Melnikova terminou em quarto lugar com
14.116 e ainda tem chances de disputar a final.
Se as russas brilharam nas barras assimétricas e no salto, o
mesmo não pode ser dito da participação no solo e na trave. Com um festival de
quedas e outros erros, as russas ficaram distantes das finais no solo. Uma das
favoritas no aparelho, Melnikova teve duas quedas e teve a modesta nota de
11.166. Na trave, apesar de Elena Eremina ter terminado o dia em segundo lugar
e Mennikova em sexto, as baixas notas conseguidas dificilmente renderão finais
para as atletas. No individual geral Elena Eremina está em segundo lugar com
54.999 e Melnikova está em quarto com 53.132.
O último destaque do dia foi a belga Nina Derwael. A ginasta
que é uma das favoritas ao pódio na prova de barras assimétricas somou 14.966
no aparelho e terminou o dia empatado em terceiro lugar com a russa Angelina
Melnikova. Nina foi ainda a terceira colocada no individual geral com a soma
total de 53.598.
Foto: Getty Images
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