República Tcheca e Japão ganharam as últimas medalhas individuais do Mundial de Judô, que está sendo realizado em Tóquio (JPN).
Na categoria acima de 100kg masculina, Lukas Krpalek (CZE) fez história ao se tornar o primeiro judoca campeão nas categorias -100kg e +100kg. Krpalek derrotou na final Harasawa Hisayoshi (JPN) na decisão do ouro. As medalhas de bronze foram para Kim Minjong (KOR) e Roy Meyer (NED).
Já pela categoria acima de 78kg feminina, Akira Sone (JPN) derrotou Idalys Ortiz (CUB) para faturar o título. Sarah Asahina (JPN) e Kayra Sayit (TUR) ficaram com as medalhas de bronze.
Brasileiros ficam perto, mas não ganham medalhas nas categorias pesadas
No último dia de disputas individuais do Campeonato Mundial de Tóquio, o judô brasileiro foi representado na arena Nippon Budokan por seu quarteto de pesos pesados formado por Maria Suelen Altheman (+78kg), Beatriz Souza (+78kg), David Moura (+100kg) e Rafael Silva Baby (+100kg). Todos eles venceram suas primeiras lutas no evento e chegaram ao bloco final entre os top 8 do Mundial, mas as medalhas não vieram. Bia, Suelen e Baby ficaram em quinto lugar e David Moura ficou em sétimo, caindo na repescagem.
Dona de duas medalhas de prata em Mundiais (2013 e 2014), Suelen precisou de muita determinação e força para superar a gigante chinesa Yan Wang por ippon na primeira rodada. A brasileira seguiu focada e derrotou Melissa Mojica, de Porto Rico, e Iryna Kindzerska, do Azerbaijão, número cinco do mundo, para chegar à semifinal. O penúltimo combate foi contra sua maior rival pan-americana, a cubana Idalyz Ortiz, atual vice-campeã olímpica e mundial.
No tempo normal, a luta terminou sem pontuações, mas com duas punições à Suelen. No golden socre, Idalys conseguiu encaixar o golpe e marcou o waza-ari que a levou à final, mandando a brasileira para a disputa de bronze. Foi a 17ª vitória de Ortiz em 17 confrontos com Suelen. Na luta pela medalha, Suelen encarou novamente uma "pedreira" contra a então campeã mundial, Sarah Asahina, do Japão, que faturou o bronze em casa ao projetar Sussu por ippon.
Na mesma categoria, Beatriz Souza, atual vice-campeã mundial júnior, veio para Tóquio como cabeça de chave e demonstrou segurança nas primeiras rodadas para derrotar por ippon Nina Cutro-Kelly, dos Estados Unidos, e Mercedesz Szigetvari, da Hungria.
Nas quartas, porém, a brasileira, que já derrotou Ortiz cinco vezes em disputas por equipes, foi imobilizada pela cubana e teve que lutar a repescagem pelo bronze com a azeri Iryna Kindzerska. Mais uma vez, Bia mostrou força e derrubou a número cinco do mundo para chegar à disputa pelo bronze.
Logo nos primeiros segundos de luta com a turca Kayra Sayit, Bia tentou uma entrada e, ao defender a queda, sentiu uma entorse no joelho direito que dificultou toda a sua movimentação durante a luta. Cada vez que ia ao chão, levantava-se com dificuldade e a adversária aproveitou-se da desvantagem física da brasileira para imobiliza-la e conquistar o bronze.
Na chave masculina, quem chegou mais longe foi Rafael Silva com vitórias sobre o bósnio Harun Sadikovic e o romeno Vladut Simionescu nas preliminares. Nas quartas, Baby parou no japonês Hisayoshi Harasawa, nas punições, e foi para repescagem, onde demonstrou muita garra para derrotar o holandês Henk Grol por ippon.
Na luta pelo bronze, porém, o brasileiro acabou sofrendo ippon diante do sul-coreano Minjong Kim e também terminou o Mundial em quinto lugar. Há dois meses, aproximadamente, Baby fraturou a mão esquerda treinando com japoneses na Universidade de Kokuchkan, em Tóquio. O judoca precisou ser operado e se superou narápida recuperação para disputar o Mundial.
"Ter voltado de lesão foi difícil, porque faltou um pouco de força. O limite dele estava melhor, mas eu estou feliz com o resultado, voltando dessa lesão. Vou brigar pela vaga olímpica. Queria terminar melhor, é claro. Eu tentei inverter o golpe dele, não consegui e, nesse detalhe, perdi a luta. Fiquei feliz de deslanchar na competição e brigar pela medalha. Competição por competição, eu vou tentar melhorar", projetou Rafael Silva ao sair do tatami.
Além dele, o Brasil ainda teve o pesado David Moura em ação neste sábado. Nas preliminares, David, que era o número três do ranking mundial, derrotou o saudita Rakan Zaidan e o esloveno Vito Dragic por ippon, mas caiu para Minjong Kim por ippon, nas quartas, após começar vencendo por waza-ari. Na repescagem, o brasileiro levou a pior diante do holandês Roy Mayer e despediu-se da competição em sétimo lugar.
"Eu acho que sempre tem o que melhorar, evoluir. Não esperava perder no chão assim mais, meu braço ficou preso, tive que rodar. Mas é digerir os erros para as próximas. Quando perco eu tenho perdido por golpe baixo. Tenho que melhorar isso", avaliou David Moura.
A seleção volta à Nippon Budokan na madrugada deste domingo para buscar um pódio no Mundial por Equipes Mistas, prova que também acontecerá nos Jogos Olímpicos em 2020. Cada equipe é composta por seis atletas dos pesos 57kg, 70kg, +70kg, 73kg, 90kg e +90kg. Cada confronto pode ter até seis lutas e se houver empate com três vitórias para cada lado uma luta extra com categoria sorteada define o vencedor.
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