Finalmente saiu a primeira marca de um velocista brasileiro abaixo dos 10s!! Paulo André Camilo de Oliveira comprovou a sua excelente fase e confirmou o título de rei da velocidade do País ao vencer na quinta-feira (29/8) a prova dos 100 m do Troféu Brasil de Atletismo, com o tempo de 9.90.
Entretanto a marca de Paulo André não será homologada porque foi obtida com a ajuda do vento (3.2), superando o limite de máximo de 2.0. O atleta nascido em Santo André (SP) e radicado em Vila Velha (ES) conquistou o tricampeonato da competição, em Bragança Paulista.
O atleta de 21 anos, completados no último dia 20, comemorou muito o resultado e correu na contramão na pista em busca do pai e treinador, Carlos José Camilo de Oliveira, para festejar a marca e o título. "Estou muito feliz porque a marca abaixo dos 10:00 está nas minhas pernas", disse Paulo André. "Tenho certeza de que se o vento estivesse normal teria corrido em 9.97, 9.98. Fica um pouco de frustração, mas também dá mais confiança para o Mundial de Doha", admitiu, referindo-se ao principal torneio da temporada, que será disputado de 27 de setembro a 6 de outubro, no Catar.
Embora adore os 100 m, Paulo André mostra maturidade ao comentar as chances do Brasil no Mundial. "Nossa realidade é o revezamento 4x100 m, prova em que podemos lutar por uma medalha. O objetivo é repetir o ouro do Mundial de Revezamentos de Yokohama, no Japão, e no Pan-Americano de Lima, no Peru", lembrou. "Vamos participar de um camping em Bangcoc para afinar o entrosamento na troca de bastão."
"O Paulo tem tudo para correr isso de novo. Ele está preparado fisicamente e mentalmente", comentou Camilo, ex-velocista, muito emocionado no final da prova.
Derick de Souza (Pinheiros) ficou em segundo lugar, com 10.10, seguido de Vitor Hugo dos Santos (Orcampi Unimed), com 10.12. Nas semifinais, Vitor Hugo obteve o índice nos 100 m para o Mundial de Doha, na segunda série, ao correr a distância em 10.07 (1.6 m/s), também sua melhor marca pessoal.
O brasileiro mais rápido do Brasil, no ranking com a ajuda do vento, era Arnaldo de Oliveira, que em 1985, venceu os 100 m em 10.06 (7.7), no Japão.
Na final dos 100 m feminino foi a vez de Rosangela Santos (Pinheiros) conseguir a marca mínima para o Mundial. Ela venceu com 11.23 (1.6 m/s), superando os 11.24 exigidos pela IAAF.
"Estou extremamente feliz porque minha participação no Troféu Brasil não estava assegurada. Descobri na semana passada, que tenho uma pequena fratura por estresse na base da coluna e estou treinando no limite da dor", disse Rosangela, que mora e treina nos Estados Unidos, com Rama Reider, técnico de Crhistian Taylor e Andre Degrassi. "Comecei a temporada só em fevereiro e fizemos uma preparação com muita calma, pensando na Olimpíada de Tóquio. Graças a Deus teremos O Mundial pela frente."
Duas jovens atletas completaram o pódio: Lorraine Barbosa Martins (CT-DEO), com 11.36, e Ana Carolina Azevedo (Orcampi Unimed), com 11.41.
Vitor Hugo alcança o índice a tarde
O velocista Vitor Hugo dos Santos (Orcampi Unimed) estabeleceu a tarde o índice nos 100 m para o Mundial de Doha, Catar, na segunda série semifinal da prova, ao correr a distância em 10.07 (1.6 m/s), também sua melhor marca pessoal. Na mesma série, Aldemir Gomes Junior (Pinheiros) chegou bem perto do índice mínimo exigido pela IAAF para o Mundial (10.10). Mas correu 10.13, sua melhor marca pessoal. Paulo André (Pinheiros) foi o melhor atleta da primeira série, com 10.08, mas com vento acima do permitido de 2.1 m/s. A final da prova será às 19:10.
Abraçados, os velocistas gritavam "ele merece, ele merece" para Vitor Hugo que não competiu nas duas últimas edições do Troféu Brasil por causa de uma lesão no reto femural da perna direita que enfrenta desde 2017.
"Estou muito feliz. Os treinos estavam saindo bem. Mas todos os dias eu treinava pensando em voltar a competir no Troféu Brasil. Fiquei dois anos fora sem correr. Foi o amor pelo Troféu Brasil que me fez correr tão bem. Voltei 100%, estou bem depois de muita dificuldade, de treinar uma semana e a lesão voltar", disse Vitor Hugo que treina com Victor Fernandes.
Carlos de Oliveira Santos (Pinheiros) foi o primeiro medalhista do Troféu Brasil ao vencer os 1.500 m em 3:45.52. "Estou superfeliz por ser o primeiro a ganhar uma prova no Troféu Brasil, isso nunca aconteceu", disse Carlos que forçou a partir dos 800 m e passou as duas últimas voltas em primeiro lugar. "A partir dos 400 m corri para ganhar." Carlos também faz corrida de rua, dos 10.000 m a Meia Maratona, quando o calendário de pista deixa. Mora em Bragança Paulista e treina no CNDA, com Clodoaldo Lopes do Carmo.
Tatiane Raquel da Silva (IPEC) foi a campeã dos 1.500 m entre as mulheres com 4:30.06. "As meninas saíram bem fraco para deixar para o final. Resolvi puxar na segunda volta e graças a Deus deu certo", afirmou Tatiane, que ainda vai correr os 3.000 m com obstáculos e os 5.000 m. Mãe de Letícia, de 11 anos, que ficou com o pai e avó em Guarapuava, Paraná, disse que como não tem índice para o Mundial vai descansar após o Troféu Brasil e depois treinar para a sua primeira São Silvestre. Ainda vai conversar com o treinador Adauto Domingues sobre uma mudança gradativa para distância maiores.
Allan da Silva Wolski (Pinheiros) ganhou o martelo com 71,07 m e Ederson Pereira (Pinheiros) levou os 10.000m com 29:35.62.
Foto: CBAt/Wagner Carmo
Allan da Silva Wolski (Pinheiros) ganhou o martelo com 71,07 m e Ederson Pereira (Pinheiros) levou os 10.000m com 29:35.62.
Foto: CBAt/Wagner Carmo
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