Os Jogos Olímpicos de Tóquio não começarão em 24 de julho. Foi o que disse Dick Pound, membro do Comitê Olímpico Internacional (COI), ao portal americano "USA TODAY Sports", nesta segunda-feira, 23. De acordo com ele, a Olimpíada de Tóquio será adiada por conta da pandemia do coronavírus, provavelmente para 2021, com os detalhes sendo divulgados nas próximas quatro semanas.
"Com base nas informações que o COI tem, o adiamento foi decidido", disse Pound em entrevista por telefone. "Os parâmetros daqui para frente não foram determinados, mas os Jogos não começarão em 24 de julho, pelo que sei", completou ele.
Dick Pound é o membro mais antigo do COI. Ele já havia dito, no começo da epidemia, que a entidade teria até maio para decidir o futuro do maior evento esportivo do planeta. Na ocasião, foi muito criticado por diversas partes.
"Isso acontecerá em etapas", disse ele. "Adiaremos primeiro e começaremos a lidar com todas as ramificações de mudar o planejamento, que são imensas", finalizou.
A declaração de Pound surgiu um dia após o presidente do COI, Thomas Bach, admitir, pela primeira vez, que existe a possibilidade de adiamento da Olimpíada. Em uma reunião de caráter emergencial, o Conselho Executivo do COI deu um prazo de quatro semanas para tomar uma decisão final sobre os Jogos de Tóquio.
Se a pressão sobre o COI já era grande nos últimos dias, aumentou ainda mais depois do discurso deste domingo. Alguns países já anunciaram boicote à Olimpíada caso esta não seja adiada, como Canadá e Austrália. Outros comitês, como Alemanha, Brasil, Grã-Bretanha, Noruega, Países Baixos e Portugal declaram apoio ao adiamento.
Caso se confirme e a Olimpíada realmente seja adiada para 2021, esta será a primeira vez que uma edição olímpica acontecerá em um ano ímpar. De acordo com a Carta Olímpica, tal realização fere as diretrizes do Movimento Olímpico.
Na história, os Jogos foram cancelados em apenas três oportunidades: em 1916, por conta da Primeira Guerra Mundial; e em 1940 e em 1944, por conta da Segunda Grande Guerra. O presidente Thomas Bach e o primeiro-ministro japonês Shinzo Abe já declararam que o cancelamento da edição de Tóquio é algo "impensável".
Foto: Kyodo News
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