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Atraso custa ao COI "várias centenas de milhões de dólares", diz Thomas Bach


O Comitê Olímpico Internacional (COI) perderá "várias centenas de milhões de dólares" em custos adicionais por causa do adiamento dos Jogos Olímpicos de Tóquio, disse Thomas Bach, presidente da entidade, em entrevista ao portal Die Welt. 

Os organizadores estimam que o adiamento deverá custar de US$ 2 bilhões a US$ 6 bilhões. Exceto a parte que cabe ao COI, qualquer custo adicional será pago pelo Japão, de acordo com o contrato de cidade sede, assinado em 2013. 

Mas Bach disse que  ainda é impossível, por enquanto, dimensionar a extensão dos custos adicionais para o COI causados pela pandemia de coronavírus. 

"Concordamos com o primeiro-ministro, que o Japão continuará a cobrir os custos que teria feito nos termos do acordo existente para 2020, e o COI continuará sendo responsável por sua parte nos custos", afirmou Bach. "Para nós do COI, já está claro que perderemos várias centenas de milhões de dólares em custos adicionais", completou Bach.

Antes do adiamento, os organizadores japoneses colocam o custo oficial dos Jogos em US$ 12,6 bilhões. No entanto, um relatório de auditoria do governo em 2019 disse que os custos eram pelo menos o dobro disso. Tóquio disse que os Jogos de 2020 custariam cerca de 7,3 bilhões de dólares quando venceram a disputa da escolha da sede.

Bach foi questionado sobre a chance de haver outro adiamento da Olimpíada. Ele não foi direto na resposta, mas disse que os organizadores e o primeiro-ministro Shinzo Abe "deixaram muito claro que o Japão não poderia administrar um  adiamento para além do próximo verão".

O presidente foi perguntado também se a pandemia oferecia uma oportunidade para alguns atletas violarem as regras de doping, com a diminuição dos testes. Bach respondeu que o atraso poderia permitir o desenvolvimento de novos métodos de testes. Ele disse ainda que os testes feitos antes das Olimpíadas seriam salvos por 10 anos para novos testes. "Ninguém deve sentir-se confiante de que não será pego" afirmou.

Foto: Damien Meyer/AFP

Caso Rússia


No ano passado a Rússia foi atingida com o banimento de quatro anos de esportes internacionais, incluindo as Olimpíadas, por causa de um escândalo de doping. No entanto, muitos atletas russos poderão competir se puderem provar que estão livres de substancias. Thomas Bach foi questionado sobre o tema e manteve cautela. "Não é correto comentar isso. A situação da Rússia está sendo analisada pela Corte Arbitral do Esporte (CAS)", disse.

Reeleição

Na primavera européia de 2021 ocorrerá uma nova eleição para a presidência do COI. O mandato dura oito anos, podendo estender-se por mais quatro anos, totalizando no máximo 12 anos. Thomas Bach declarou que ainda não definiu se concorrerá no que poderia ser sua ultima reeleição.

Bach deverá notificar o COI de sua intensão de candidatar-se à presidência, pelo menos seis meses antes da eleição. Sobre o caso, ele disse "Ainda há muito tempo". 

Foto: Fabrice Coffrini/AFP

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