O nadador norte-americano Caeleb Dressel conquistou 15 medalhas em campeonatos mundiais, sendo 13 delas de ouro, além de dois títulos olímpicos com a equipe de revezamento. Mesmo assim o atleta de 23 anos afirma que não quer ser famoso e se incomoda por estar na mídia. Seu único interesse é a água.
"Eu nunca fui de gostar dessas coisas midiáticas. Sinto muito. Eu não quero ser famoso. Se dependesse de mim, seria eu, a água, meu treinamento, meu treinador Gregg Troy e meus companheiros de equipe. É isso. E nunca quero perder essa mentalidade. Além disso, única preocupação da maioria das pessoas de minha faixa etária é ver apenas os melhores momentos. Honestamente, se eu chegar em segundo lugar e eu tiver certeza que este foi o meu limite, o meu melhor, estarei feliz", revelou Dressel em entrevista ao site da Federação Internacional de Natação (Fina).
Em 2019, Dressel foi eleito o atleta do ano na natação em premiação realizada pela Fina. Mas apesar de ter sido o primeiro nadador a conquistar oito medalhas em um único mundial, o norte-americano considera que sua temporada não tão boa quanto dizem.
"Muita gente acha que eu tive um ótimo ano. Eu não acho que tenha sido ótimo. Eu acho que foi bom. Estava feliz com as medalhas no campeonato mundial, mas não satisfeito", declarou Dressel. "Depois daquilo eu estava com fome de voltar para a água, começar a treinar novamente e procurar formas de melhorar. Eu nunca vou me acomodar. Eu sei que poderia ter sido melhor. Assim que o mundial acabou eu já estava em 2020".
Foto: Divulgação/Lusa |
Dressel afirmou que após o mundial pôde melhorar em alguns aspectos, não só na piscina, como fora dela também. "Eu não diria que melhorei em algum traço em particular. Neste ponto da minha carreira é importante aprender a equilibrar natação com o trabalho. As coisas da mídia, as aparências, lidar melhor com isso, saber que é um trabalho. Percebo que tenho muita sorte de fazer carreira a partir de algo que amo. Sinceramente, não sei o que eu faria se não soubesse ou não pudesse nadar. Estou obcecado em tentar melhorar", reiterou.
No ano passado, Dressel quebrou o recorde mundial dos 100m borboleta ao superar a antiga marca feita por Michael Phelps em 32 centésimos. Mas medalhas e recordes não fazem o jovem nadador acreditar que atingiu o ápice da carreira.
"Meu maior medo é chegar no ápice. Começar a baixar o rendimento. Eu acho que não tenho um ápice. As vezes tenho maus momentos em uma temporada, mas sempre uso isso de forma positiva, penso, analiso, aprendo. Quando você está lutando para melhorar é possível evoluir. Acaba aprendendo sobre si. Se um dia eu chegar ao ponto de não conseguir aprender mais nada certamente será o momento de me afastar do esporte. Mas da forma como faço as coisas, acho que isso nunca vai acontecer", disse Dressel.
Inevitavelmente são feitas comparações após a quebra de recorde dos 100m borboleta. Mas Dressel garante que é um atleta completamente diferente de Phelps.
"Por exemplo, nós nadamos de formas diferentes. Temos golpes muito diferentes, honestamente. Braçadas diferentes, nossa envergadura é de tamanhos diferentes, peitoral de tamanhos diferentes, ombros também. Ele tem um corpo totalmente diferente de mim. Ele é um ser humano completamente diferente", falou Dressel.
O nadador admite que as vezes tenta utilizar técnicas novas após assistir outros atletas nos treinamentos, mas nunca cópia essas fórmulas. "Quando eu vejo as pessoas fazerem coisas, não estou tentando copiar e sim me adaptar. O que funciona com outra pessoa pode não funcionar para mim, mas estou mais do que feliz em tentar diferentes técnicas. Talvez funcione em certo ponto e após isso eu faça mudanças adicionais para me adaptar melhor. É tudo uma questão de aprender", concluiu.
Foto: SIPA USA
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