A decisão de adiar os Jogos Olímpicos de Tóquio para 2021 aliviou a pressão sobre o Comitê Olímpico Internacional (COI), mas parece que o mínimo de sossego não durou muito tempo. De acordo com o executivo-chefe dos Jogos de Tóquio, um novo alerta foi ligado pela organização com o recente crescimento de casos de coronavírus no Japão e o próprio dirigente disse não garantir que o evento possa ser realizado, de fato, no próximo ano.
O primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, decretou estado de emergência em sete prefeituras no início desta semana. Tóquio é o epicentro da pandemia no país e tem registrado recordes de novos casos a cada dia. Nesta sexta-feira, 10, mais de 190 casos foram registrados na capital japonesa. Ao todo, mais de 1.700 pessoas foram infectadas na cidade.
Com uma bomba de contaminações prestes a explodir, a organização das Olimpíadas já se preocupa com o evento, mesmo faltando 15 meses para sua abertura, em 23 de julho de 2021. "Eu não acho que alguém possa dizer se será possível controlá-lo em julho próximo ou não", disse Toshiro Muto, CEO do comitê organizador de Tóquio-2020, em uma entrevista coletiva realizada remotamente nesta sexta.
Foto: AP Photo/Jae C. Hong
"Decidimos adiar os Jogos em um ano", acrescentou Muto. "Então, isso significa que tudo o que podemos fazer é trabalhar duro para nos preparar para eles. Esperamos sinceramente que, no próximo ano, a humanidade consiga superar a crise do coronavírus".
Questionado se existem planos alternativos para caso os Jogos não possam ser realizados em 2021, Muto despistou e disse que todos devem se esforçar para manter o evento como planejado. "A humanidade deve reunir toda a sua tecnologia e sabedoria para trabalhar duro para desenvolver tratamentos, medicamentos e vacinas", declarou.
Outros assuntos também foram pauta na entrevista coletiva, como os custos adicionais do adiamento. Muto disse ser muito cedo para estimar novos valores, mas admitiu que a organização contratou apólices de seguros. Segundo cálculos da mídia japonesa, deve haver um aumento de US$ 2 a 6 bilhões em relação ao plano inicial dos Jogos.
Quanto à exibição da chama olímpica em Fukushima, cancelada após o decreto de estado de emergência, Muto preferiu não comentar sobre o assunto, mas garantiu que ela voltará a ser exibida em breve. No momento, está sob a tutela da organização de Tóquio-2020. Rumores indicaram que o COI possa levar a chama por uma turnê internacional, como símbolo de esperança na batalha contra o vírus.
Foto: Reuters
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