Uma das entidades mais tradicionais do esporte olímpico japonês está sentindo de forma direta os efeitos da pandemia de Covid-19. Sem adotar medidas de isolamento social durante o início do mês de abril, a Federação Japonesa de Judô (AJJF) chegou à marca de 17 membros com testes positivos para o coronavírus neste final de semana.
Entre os infectados, está o diretor administrativo da entidade, Soya Nakazato. O dirigente testou positivo na última segunda-feira, 13, e foi o nono caso confirmado dentro da federação. Em uma semana, o número de infecções praticamente dobrou dentro da federação.
Dos 17 casos confirmados, cinco são mulheres e 12 são homens, de acordo com a agência de notícias chinesa Xinhua. Apenas uma pessoa testou negativo dentre as que apresentaram sintomas.
O presidente da AJJF, Yasuhiro Yamashita, campeão olímpico em Los Angeles-1984, comunicou que os 38 funcionários da federação só tiveram contato com a primeira pessoa infectada depois de 1º de abril. A primeira confirmação da doença se deu três dias depois, em 4 de abril.
O número de casos de Covid-19 dentro da federação poderá aumentar ainda mais, uma vez que outras seis pessoas também sentiram sintomas da Covid-19 nas últimas semanas, mas ainda não realizaram o teste PCR ou aguardam resultados deste para confirmar a presença do vírus no organismo.
Coronavírus no Japão
A pandemia do coronavírus no Japão tem se intensificado nos últimos dias. O país ultrapassou a marca dos 11 mil infectados e já tem mais de 230 mortos pelo vírus. Tóquio é o epicentro, com cerca de um terço do total de casos.
As medidas de contenção, no entanto, foram tomadas de forma tardia pelo governo japonês, quando o surto já estava instaurado no território. O estado de emergência, que permite o fechamento de serviços não essenciais e diminui o fluxo de pessoas nas ruas, só foi alargado para todo o país em 16 de abril, exatos 2 meses após a confirmação do primeiro caso no Japão.
Até mesmo a realização dos Jogos Olímpicos de Tóquio, no próximo ano, tem sido motivo de dúvidas. Especialistas já disseram que organizar o megaevento pode ser "irreal" sem que uma vacina seja encontrada até julho de 2021.
Foto: Kyodo News
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