Dentre as repercussões do anúncio da FIG nesta quinta-feira veio uma notícia ruim para a ginástica brasileira: Rebeca Andrade não tem mais chances de conquistar uma das vagas pela série de oito Copas do Mundo entre 2018 e 2020. Sua única chance agora é no Campeonato Continental que servirá de pré-olímpico e distribuirá duas vagas para América.
O especialista em ginástica e ex-membro do Surto Olímpico Erik Ulysses acredita que “a vaga provavelmente será de Rebeca Andrade, que em forma e sem a concorrência das americanas é a grande favorita na disputa”. A expectativa era que se Rebeca garantisse uma das vagas pela Copa do Mundo abriria chance para uma terceira ginasta em Tóquio pelo continental, provavelmente Jade Barbosa.
Apesar de ter passado nas eliminatórias em segundo na trave e em terceiro nas barras assimétrica, ela viu suas principais rivais terem uma vitória decretada e as vagas asseguradas. Rara Ashikawa (JPN) levou a vaga na trave pela série de Copa do Mundo e Fan Yilin (CHN) também se assegurou nos Jogos de Tóquio garantindo vaga pelas barras assimétricas. Andrade foi campeã no salto, barras e trave na etapa de Cottbus 2018, primeira das etapas mas só faltou a cinco eventos antes de retornar à disputa no Azerbaijão.
Com o resultado de Baku incluído, sete de oito etapas contam para a disputa, sendo que apenas os três melhores resultados contam. O primeiro lugar distribui 30 pontos, o segundo 25 e o terceiro 20. Andrade e outras brasileiras tentarão conquistar uma vaga no individual-geral no pré-olímpico continental e tentarão se juntar a Flávia Saraiva em Tóquio.
Rússia deve levar mais vantagem com mudanças
Três das quatro integrantes russas do Mundial Juvenil de Ginástica Artística em 2019 podem estar em Tóquio |
Erik ainda comentou a respeito da decisão da FIG em liberar atletas nascidas em 2005 para a disputa dos Jogos Olímpicos, já que respeitarão à regra mantida de ter 16 anos no fim do ano. Entre as ginastas brasileiras que ele acredita entrarem na disputa para o pré-olímpico estão “Júlia Soares, que foi finalista de trave no mundial júnior, Ana Luiza Lima, que já tirou mais de 14 em uma prova de solo no Campeonato Brasileiro e Christal Bezerra”, ainda que Andrade siga como principal favorita.
No cenário internacional, o jornalista destaca a Rússia, especialmente a possibilidade de Viktoria Listunova, campeã do individual geral do primeiro mundial júnior em Gyor 2109, rechear o plantel russo e estrear já em Tóquio. “O mais provável é que a Rússia tenha sua equipe formada pelas três ginastas que estiveram no mundial júnior e que venceu os Estados Unidos: Elena Gerasimova, Viktoria Listunova e Vladislava Urasova. Angelina Melnikova deve completar a equipe”.
Listunova teria a mesma idade de Simone Biles, quando a norte-americana despontou ao mundo no Mundial de 2013 aos 16 anos.
Erik ainda lembra que Listunova venceu o ouro e foi prata no solo em Gyor e acredita que “sobre as americanas é mais difícil fazer um prognóstico pela alta concorrência, mas a princípio Konnor McClain é um bom nome para brigar por uma vaga na equipe”.
Já no masculino, em que a idade mínima é 18 anos, “o processo de amadurecimento é mais tardio que no feminino, dificilmente terá algum ginasta nascido em 2003 nos Jogos de Tóquio” , ainda que ele lembre que é possível já que Diogo Silva, nascido em 2002, “tinha chances de já estar em Tóquio, mas são casos mais raros”.
Foto: Ricardo Bufoni / FIG
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