A União Ciclística Internacional (UCI) tomou drásticas medidas para tentar amenizar o impacto financeiro sofrido pela entidade com a pandemia da Covid-19. De acordo com um comunicado de quinta-feira, 09, cancelamentos de eventos e até o adiamento dos Jogos Olímpicos de Tóquio provocados pelo vírus fez a federação perder uma parte considerável de suas receitas.
Assim, visando evitar um colapso econômico na entidade, todos os 130 funcionários da sede da federação, na Suíça, e seus líderes, incluindo o presidente, ficarão em "lay-off" e terão seus salários reduzidos. O recrutamento de novos membros ficará congelado por tempo indeterminado.
A UCI indicou que prestará total apoio às 196 federações nacionais e "redimensionará" os projetos de solidariedade voltados para estas. A federação internacional, no entanto, indicou que os pagamentos na íntegra referentes ao segundo semestre de 2020 poderão atrasar e ser fornecidos somente em 2021.
Foto: Reprodução
“A nossa federação internacional está passando por uma crise que não vivenciávamos desde a Segunda Guerra Mundial. A inatividade está atingindo atletas, equipes, organizadores, parceiros e a grande maioria das pessoas e organizações que contribuem para a vitalidade deste esporte", declarou o presidente, David Lappartient.
Além de já ter suspendido o calendário até 1º de junho, a UCI destacou que já recebeu mais de 650 solicitações de organizadores para cancelar ou adiar eventos próximos. De acordo com a federação, isto representa um total de 30% de seu calendário anual sendo afetado. O ciclismo de estrada e o mountain-bike são as disciplinas que mais sofrem com as suspensões.
Giro d'Italia, Tour des Flandres e Paris-Roubaix encabeçam a lista dos eventos de ciclismo de estrada modificados. No mountain-bike, o Mundial de Cross-Country foi adiado, enquanto diversas etapas da Copa do Mundo foram remarcadas. O Mundial de BMX também foi cancelado, enquanto o de Estrada segue planejado para setembro até segunda ordem, assim como o Tour de France, para junho.
Foto: Paul Hanna/REUTERS
De acordo com a Associated Press, os campeonatos mundiais totalizaram cerca de 45% da receita total de US$ 187 milhões da UCI no período datado entre 2015 e 2018. Com os cancelamentos deste primeiro semestre, as taxas de inscrição destes eventos estão sendo reembolsadas.
As reservas financeiras da entidade - cerca de US$ 46,5 milhões em suas contas de 2018 - não estão dando conta dos gastos. É provável que a entidade receba empréstimos para lidar com a crise.
O presidente destacou também o prejuízo na receita anual causado pelo adiamento de Tóquio-2020. A federação já esperava contar com os pouco mais de US$ 20 milhões a que tinha direito com o evento global este ano.
+ FIG libera ginastas de 2005 para a Olimpíada
+ FIBA divulga calendário atualizado com novas datas dos Pré-Olímpicos
O presidente destacou também o prejuízo na receita anual causado pelo adiamento de Tóquio-2020. A federação já esperava contar com os pouco mais de US$ 20 milhões a que tinha direito com o evento global este ano.
+ FIG libera ginastas de 2005 para a Olimpíada
+ FIBA divulga calendário atualizado com novas datas dos Pré-Olímpicos
"O adiamento dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Tóquio 2020, a multiplicação de adiamentos e cancelamentos de eventos no Calendário Internacional da UCI e a incerteza que pesa na segunda parte da temporada estão causando um grande impacto em nosso esporte em geral e em nossa federação em particular", disse ele.
As corridas olímpicas das modalidades tuteladas pela UCI foram paralisadas em 3 de março e só retornarão quando todos os atletas, de qualquer nação que seja, tiverem condições seguras de realizar viagens internacionais sem restrições. O novo cronograma de qualificação ainda está em discussão com o COI e será divulgado em breve.
Foto: Divulgação/Le Tour de France
0 Comentários