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'Sereia' Anna Giulia Veloso espera que sucesso no carnaval aumente visibilidade do nado artístico no Brasil


Antes do mundo parar por conta da pandemia de coronavírus, a atleta da seleção brasileira de nado artístico Anna Giulia Veloso se destacou. Dentro das piscinas como estava acostumada, mas em outro tipo de competição. Representando uma sereia na comissão de frente da escola de samba Viradouro, Anna acabou sendo um dos grandes destaques do carnaval,o que ficou ainda mais latente com o título de campeã do carnaval do Rio de Janeiro.

O coronavírus abreviou um pouco a repercussão de Anna, mas em uma live feita no instagram do Surto Olímpico na última sexta (1º), ela reiterou que espera que toda a divulgação de sua apresentação como sereia ajude a modalidade a ter mais visibilidade pelo público em geral:

"Foi uma coisa que mudou muito a vida. E eu queria isso mudasse não somente a minha vida, queria mudasse meu esporte, ajudasse minhas companheiras de treino, que essa história da sereia trouxesse uma visibilidade maior para o nado artístico, trouxesse patrocínios...Eu espero que eu tenha ajudado de alguma forma o meu esporte a ter mais visibilidade para o grande público", relata.

Anna conta que o convite para virar uma 'sereia' veio  em pleno mundial de esportes aquáticos, disputado em Gwangju (KOR) e que apesar de achar inusitado, ela prontamente topou o desafio. Treinando durante o dia e fazendo faculdade de publicidade durante a noite, Anna ensaiava com a comissão de frente de madrugada, o único horário em que podia as integrantes da comissão de frente, um rotina bem puxada em que ela admite que sofreu com a rotina pesada. Mas nem mesmo os treinamentos na madrugada, uma cauda e um aplique de cabelo pesados, além do nervosismo de  estar desfilando pela primeira vez e em um quesito importante, diminuíram o prazer de ver o público encantado com sua apresentação:


"Quando o carro descia e a sereia aparecia, eu estava debaixo d'água e não ouvia nada, eu tinha que ficar cantando a música na minha cabeça para saber o momento certo e eu ficava lá  no mundo da 'Ariel', fazendo a minha parte. Agora quando eu subia e via o que estava acontecendo...Eu fiquei doida! Nenhuma competição de nado (artístico) reúne tanta gente assim, o carnaval é um show gigante e ver todo aquele público aplaudindo, eu fiquei anestesiada...eu pensei 'Meu Deus, que sonho é esse?' Eu fiquei muito feliz! "

Anna revelou ainda que não acompanhou a apuração das escolas de samba, porque tinha um treinamento com a seleção brasileira marcado para o mesmo horário: "Eu pedi para minha técnica ficar acompanhando a apuração e aí no meio do treinamento, ela que usa megafone para passar as orientações para gente, começou a gritar 'A sereia ganhou, a Viradouro foi campeã!' Eu não acreditei na hora, de repente minhas amigas da seleção começaram a gritar, a gente até treinou melhor depois!"

O sucesso como sereia foi um alento para atleta, que está desde 2018 na seleção adulta e crê, que com uma seleção renovada, as chances da equipe brasileira de nado artístico se classificar para os jogos de Tóquio reduzida: "A gente sabe que vai ser difícil a gente se classificar por equipes. São poucas vagas, e a disputa vai ser muito acirrada. Mas eu acho que as chances do Brasil se classificar no dueto são muito maiores."

Anna também afirma que por ser uma seleção jovem, ela estará melhor preparada para buscar a classificação para os Jogos de Paris em 2024: "Muita gente entrou e a gente tá querendo dar mais experiência para as atletas mais novas...é como se fosse um ciclo novo e a gente estivesse começando agora"

Anna também espera que a seleção consiga viajar mais para disputar mais competições para a seleção ter mais experiência, algo que devido a crise da CBDA nesse ciclo olímpico, aconteceu muito pouco: "A gente não pode negar que melhorou muita coisa de um tempo para cá, mas a gente sabe que a seleção poderia viajar bem mais do que viajou nesse ciclo. A gente foi para duas competições importantes em 2019, mas a gente recebe vários convites para campeonatos e não vai por falta de verba. Minha geração viajou para competir bem pouco em relação a outras e acredito que a gente estaria bem melhor se tivesse mais condições"

Anna também espera que ao fim da quarentena ainda seja possível o nado artístico surfar na onda da 'sereia' para trazer mais pessoas para o esporte e ela não liga em ficar conhecida por essa alcunha: "Não teria nenhum problema! Eu já nem tenho mais nome, todo mundo já me chama de sereia mesmo (risos)!"

Fotos: Reprodução/instagram e AP

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