O canoísta piauiense Luís Carlos Cardoso está garantido nos Jogos
Paralímpicos Tóquio 2020, a segunda na carreira do atleta. A confirmação
veio em agosto passado, quando conquistou o título mundial na prova da
canoa, categoria VL2 200 metros, realizada em Szeged (Hungria). O
brasileiro concluiu o percurso em 51s68.
"No Rio de Janeiro [Rio 2016], fiquei a apenas seis centésimos do ouro.
Agora o meu grande sonho é ganhar essa medalha" sonha Luís Carlos, que
nos Jogos de 2016 ficou em quarto lugar (51s63). O mais rápido na prova
de caiaque KL1 200 m - categoria para atletas com pouco ou nenhum
funcionamento das pernas e do tronco - foi o polonês Jakub Tokarz
(51seg08), e o húngaro Robert Suba (51s12) ficou com a prata. O
britânico Ian Marsden (51seg22) chegou em terceiro e levou o bronze.
Para ter um desfecho diferente em Tóquio, nem mesmo a pandemia do novo
coronavírus (covid-19) foi capaz de tirar o piauiense da trilha. "Nas
primeiras semanas fiquei um pouco chocado. Mas vi que não adiantava
ficar reclamando. O negócio era aproveitar esse tempo e aperfeiçoar o
meu desempenho. Sempre digo que a limitação maior não é a física, é a
mental".
Segundo o atleta, a rotina de treinamentos foi completamente afetava.
As águas da Represa Billings, em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista,
onde o atleta reside, tiveram que ser deixadas de lado. "Procuro evitar
ao máximo sair de casa. Com o acompanhamento à distância da minha
equipe multidisciplinar, estou fazendo o possível para me manter em
forma. Isso vai passar. Então, é importante se manter focado para sair
melhor lá na frente", aconselha.
Mudanças
Até 2009, a vida de Luís Carlos era dedicada à dança. "Foram nove anos.
Viajei muito fazendo shows com bandas de forró. Dançava no grupo do
Frank Aguiar", recorda. Mas, em dezembro de 2009, ele ficou paraplégico,
depois de contrair esquistossomose. Enquanto estava acamado, sofreu
outro baque: a morte da mãe. "Ela sempre foi a minha fã número um. Tudo
indicava que eu deveria parar, desistir ... ". Mas foi aí que o esporte
entrou na vida do piauiense. "A paracanoagem me trouxe de volta aquela
alegria que eu sentia nos palcos. Comecei através da fisioterapia.
Queria me recuperar. Foi amor à primeira vista".
As primeiras competições foram em 2011. E, a partir dali ele não parou
mais de colecionar medalhas e histórias, como em 2012, no Mundial de
Poznan (Polônia). "Era a primeira viagem internacional. Eu tinha
colocado uma sonda permanente. Tive hemorragia e acabei competindo com
pontos. Muita dor. Mas, graças a Deus, veio a medalha de prata".
Dois anos depois, em 2014, no Mundial de Moscou, na Rússia, Luís Carlos
enfrentou outros problemas, antes de subir ao pódio. "Estiquei muito o
braço e machuquei a costela. Não podia ser medicado por causa do
antidoping. Fui para a final assim mesmo e ganhei o ouro. Só no Brasil
que fui descobrir que tinha fraturado a costela".
Em 2015, no torneio de Milão, na Itália, dois ouros, um deles
inesperado. "Treinava apenas para disputar a prova na canoa. Só que, no
começo do ano, saiu a decisão de que apenas o caiaque faria parte dos
Jogos do Rio. Não foi fácil, mas cheguei ao ouro depois de apenas seis
meses de treino", lembra.
Com informações de: Agência Brasil
Foto: DIuvlgação
1 Comentários
Parabens Luis Carlos. Sucesso!
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