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Comitês internacionais são pressionados para tomarem ações mais efetivas no combate ao racismo


O Comitê Olímpico e Paralímpico dos Estados Unidos (USOPC) mostrou-se aberto a desafiar as regras impostas pelo Comitê Olímpico Internacional (COI) que proíbem protestos durantes as Olimpíadas. 

CEO da USOPC, Sarah Hirshland anunciou recentemente a criação de um grupo liderado por atletas, para que estes desafiem as barreiras existentes dentro da própria entidade, incluindo o direito de protestar. 

No entanto, alguns atletas que seriam ajudados com esse apoio que o Comitê deseja disponibilizar, estão irritados pelo fato de não poderem participar das decisões tomadas, como contou o CEO do atletismo nos EUA, Max Siegel em entrevista à Associated Press. 

"Não acho que sejam más ideias. Mas o fato é que as partes interessadas que você está tentando ajudar, também querem se envolver no processo", afirmou. 

Uma das queixas que ganharam destaque nos últimos dias é que caso o USOPC estivesse de fato preocupado e comprometido com os atletas negros e a causa de combate ao racismo, teriam encerrado a punição imposta para a arremessadora de martelo Gwen Berry, ouro nos Jogos Pan-americanos de Lima 2019, por protestar no pódio durante a cerimonia de premiação

Outra responsabilidade assumida por Hirshland é que o grupo criado estará focado não só nas restrições que a 'regra 50' da carta do COI impõem (“nenhum tipo de manifestação ou propaganda política, religiosa ou racial é permitida em quaisquer locais, arenas ou outras áreas olímpicas"), como também deseja ampliar o debate sobre o racismo, conscientizando mais pessoas sobre o combate a este preconceito.

A Global Athlete, movimento internacional liderado por atletas também posicionou-se contra a regra 50 da carta do COI. "Pedimos ao COI e ao (Comitê Paraolímpico Internacional) que acabem com essa hipocrisia, fiquem ao lado de seus atletas e abolam a Regra 50. Os atletas não serão mais silenciados".

Logo após o posicionamento do USOPC, que tem muito prestígio junto ao COI, o presidente Thomas Bach disse que debateria com o grupo de atletas da entidade para "explorar" diferentes formas de expressão de opiniões durante os Jogos, "respeitando o espírito olímpico". 

Mas Siegel, que se aproximou mais dos atletas para ouvi-los em relação a essas questões, revelou que pouco mudou até o momento. "Durante as conversas, acho que o que ficou cristalino é que a própria natureza da Regra 50 personifica o racismo sistêmico", disse ele. "Se você entende ou não o que eles estão tentando alcançar com a regra, já significa uma espécie de expressão restrita".

Foto: Doug Fitzgerald / The Gazette

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