Campeã olímpica dos 100 metros rasos em Londres 2012 e do salto em distância na Rio 2016, ambos na classificação T44, a paratleta francesa Marie-Amélie Le Fur revelou sua indecisão antes de postergar a aposentadoria após o adiamento dos Jogos Paralímpicos de Tóquio para 2021.
Já estava tudo certo para a estrela francesa, dona de sete medalhas paralímpicas se afastar das competições após o evento. Até que veio a pandemia de coronavírus e atrapalhou os planos de Le Fur, que é presidente do Comitê Paralímpico e Esportivo da França (CPSF) e resolveu manter-se na ativa para disputar por medalhas em Tóquio.
"Sou mãe há 10 meses", disse a paratleta em entrevista ao portal francês 20minutes. "Eu havia me preparado para 'sacrificar' o primeiro ano com minha filha, com muitas ausências, treinos, viagens, fins de semana agitados", disse.
"Mas, tendo que passar dois anos nesse modelo, foi realmente necessário questionar sobre a continuidade com a família", ressaltou Le Fur.
"Também discutimos com os treinadores, para descobrir como poderíamos integrar este ano adicional, respeitando o fato de que eu não sou apenas uma atleta, mas também presidente da CPSF e uma mãe que precisa estar com sua filha. Levamos todo o tempo do confinamento para refletir".
O trabalho como presidente da CPSF
Le Fur tem atuado junto aos paratletas para discutir as necessidades deles durante a pandemia de coronavírus, tentando ajustar o momento certo para retomar os treinamentos.
"Um vínculo foi mantido pelas Federações, e o monitoramento realizado pela Agência Nacional de Esportes garantiu que não tivéssemos atletas em dificuldades demais ou que poderiam ter desistido", afirmou a paratleta.
"A recuperação pós-bloqueio foi condicionada a um check-up médico, para verificar não só o estado físico, como também o estado psicológico dos esportistas. E isso foi muito importante", concluiu.
Foto: Christophe Simon/AFP
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