Nesta quinta-feira (18), a Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt) proporcionou um bate-papo entre campeões olímpicos. Em live no Instagram, o campeão olímpico das argolas Arthur Zanetti, e o campeão olímpico do salto com vara Thiago Braz, conversaram sobre suas dificuldades durante a pandemia do Covid-19 e falaram sobre suas conquistas e expectativas para os Jogos Olímpicos de Tóquio.
Em uma conexão Itália-Brasil, o saltador Thiago Braz comentou sobre as dificuldades do início da pandemia e a frustração pelo adiamento dos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020.
"Foi duro, muito complicado. Treinei forte desde outubro para as Olimpíadas. O meu maior
objetivo do ano foi cancelado. Eu me senti meio mal e depois fui tentando
entender", revelou o único medalhista do atletismo brasileiro na Rio 2016.
“É um baque o que a gente está passando. A gente gostaria de saltar muito bem e estava se preparando pra isso. A gente tava super feliz e depois que veio essa bomba, isso cortou nossas pernas, a gente ficou bem desanimado", relatou Thiago.
Campeão olímpico em Londres 2012 e prata no Rio 2016 nas argolas, Zanetti também contou seu desapontamento pelo adiamento dos Jogos.
"Também fiquei bem chateado, porque depois que a gente
conseguiu classificação olímpica, em outubro de 2019, a gente já começa o foco
total para as Olimpíadas. A gente dorme pensando em Olimpíadas, acordava em
Olimpíadas, [pensando] estratégias de treinos".
“Pensando pelo lado atleta foi ruim porque a gente tem essa
expectativa e ansiedade de competir as Olimpíadas. Por outro lado foi até bom, porque com todos
ginásios fechados a gente não ia conseguir se preparar, não ia dar tempo. Isso
pra gente ia ser muito ruim. O nível das Olimpíadas ia cair muito. A Olimpíadas é o "tchan", onde você bate recordes e tira as maiores notas. Com certeza, se ocorresse
este ano, não ia acontecer [recordes e maiores notas]. Pelo lado da saúde foi o
correto", finalizou o ginasta.
Thiago Braz agora tenta readaptar o foco olímpico após retorno de suas atividades em Fórmia, na Itália, onde ele treina no Centro de Treinamento Olímpico Italiano (CONI). Campeão e recordista olímpico com 6,03m saltados na Rio 2016, Thiago vê com bons olhos o reencontro às pistas.
"A primeira semana [de retorno] para nós tentarmos readaptar algum objetivo do ano, nossa, foi muito pesado. Fui migrando meus objetivos e agora vou tentar aproveitar o máximo da minha técnica e dos meus objetivos próximos".
"Voltamos com mais garra às atividades, com outros valores. Não dá ainda para almoçar e jantar fora e é difícil relaxar da pressão dos treinos, mas temos um horizonte pela frente”, concluiu.
Thiago Braz também agradeceu ao técnico ucraniano Vitaly Petrov, que, segundo ele, foi crucial para ajudar a manter o foco durante essa situação de pandemia.
Eu agradeço até ao Vitaly, porque ele já passou por muitas experiências, então nesse momento ele pôde ajudar bastante a gente, nos mantendo em pé, felizes todos os dias, tentando buscar algum objetivo diário para tentar melhorar algum exercício de casa. Pra mim foi algo desconhecido, mas ele já passou por Segunda Guerra Mundial, então ele conheceu muitas coisas. Todos os dias ele se manteve forte, é muita experiência
Zanetti lembrou que estava em uma etapa da Copa do Mundo no Azerbaijão quando teve que arrumar as malas rapidamente para retornar ao Brasil.
"A gente tava em uma etapa da Copa do Mundo, no Azerbaijão,
e no dia seguinte, quando eu ia competir a final, recebi a notícia de que tinha
que arrumar a mala porque a gente ia embora. As duas primeiras semanas a gente praticamente (não) fez nada. Foi
bem complicado", destacou Zanetti.
Próximo de ser papai do Liam, Arthur disse que estar próximo da sua esposa, vendo o momento final da gravidez, é um "fator motivacional para Tóquio". Zanetti pretende levar suas argolas para os Jogos de Tóquio: sua esposa Jessica e seu filho Liam.
"Acredito que vai dar tudo certo ano que vem. Participar das
Olimpíadas me causa uma alegria enorme. Estou motivado e focado para isso", finalizou.
Foto: Reprodução/Instagram
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