Dois meses e meio após o adiamento, 80% de todas as instalações envolvidas nos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Tóquio já foram asseguradas para o ano que vem. De acordo com Toshiro Muto, diretor executivo de Tóquio-2020, os organizadores seguem em negociações com os locais restantes e estão confiantes de que conseguirão renovar os contratos.
"Nós estamos esperando usar os mesmos locais para os mesmos esportes no ano que vem", disse Muto, em coletiva de imprensa nesta sexta-feira (12). Dos 43 locais que serão utilizados na Olimpíada, as únicas que apresentam pendências maiores são a Vila dos Atletas e o Tokyo Big Sight, o centro de mídia, e por isso estão sendo trabalhados com mais calma.
A Vila dos Atletas, assim como a maior parte das outras instalações, tem seu contrato encerrado no final de 2020. O problema maior é que alguns apartamentos do local já haviam sido vendidos para moradores, e estes deveriam se mudar no próximo ano. O Governo Metropolitano de Tóquio está conversando com as 11 empresas envolvidas na construção da Vila para resolver a situação.
“Em relação ao Tokyo Big Sight, para ser usado como IPC (Centro Internacional de Imprensa) e MPC (Centro Principal de Imprensa), ele também é de propriedade de Tóquio, mas muitas reservas já foram feitas por outros usuários para o próximo ano”, explicou o dirigente.
Entre as instalações já asseguradas, foram citados o Estádio Nacional, que receberá as cerimônias de abertura e de encerramento dos Jogos, a Arena de Saitama, do basquete, e a arena do hipismo. Já a Aomi Urban Sports, instalação temporária da escalada esportiva, foi desmontada e será reconstruída no ano que vem.
Toshiro Muto, CEO de Tóquio-2020 (Jae C. Hong/AP) |
A atualização desta sexta-feira foi a primeira realizada pelo Comitê Organizador após o adiamento. Sobre os custos adicionais, nenhum valor preciso foi divulgado - e possivelmente, não será tão cedo -, mas estipula-se que girem em torno dos U$ 3 bilhões. O COI (Comitê Olímpico Internacional) liberou U$ 650 milhões para serem gastos na reestruturação da Olimpíada. Até o momento, o Japão já arcou com U$ 12,6 bilhões na organização dos Jogos, gastos de forma oficial.
Tanto COI quanto organizadores japoneses pensam em variáveis para diminuir os altos custos e para se adequar ao "novo normal" causado pela pandemia do coronavírus. Até por isso, listaram cerca de 200 ideias para simplificar os Jogos de Tóquio nesta semana e trabalharão em cima delas. Itens como unificar as cerimônias das Olimpíadas e Paralimpíadas, limitar o público nas competições e até reduzir o número de atletas participantes são abordados.
Ainda nesta sexta-feira, Muto respondeu sobre questionamentos de uma possível desistência dos patrocinadores olímpicos após o adiamento dos Jogos. Em uma pesquisa encomendada pela rede japonesa NHK e divulgada na última quinta-feira (11), 65% das 57 empresas parceiras que responderam às perguntas disseram que estão indecisas se continuarão patrocinando os Jogos em 2021. Todos os contratos publicitários também se encerram no final de 2020.
Segundo a rede, algumas empresas demonstraram preocupação de que suas atividades promocionais no megaevento pudessem ser reduzidas com as inúmeras medidas restritivas que estão sendo propostas pelos organizadores, para realizar a Olimpíada em um modo alternativo, com a baixa presença de espectadores.
Muto disse que os organizadores ainda não entraram em contato com os patrocinadores, uma vez que o estado de emergência decretado no Japão durante sete semanas entre abril e maio impediu isto. "Não acho que haja alguém que possa realmente prometer que as Olimpíadas e Paralimpíadas serão realizadas em 2021 com certeza - 100% em qualquer circunstância", disse ele.
Foto: Divulgação/Tóquio-2020
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