Para daqui a exatos 365 dias está programada a abertura oficial dos Jogos Olímpicos de Tóquio, mas sua celebração ainda é incerta, já que a pandemia do coronavírus segue assustando a cidade-sede do megaevento. Somente nesta quinta-feira, foram registradas 366 novas infecções do vírus, o mais alto número confirmado em um único dia desde fevereiro, quando o primeiro caso foi notificado.
Esta também foi a primeira vez que Tóquio bateu a marca de 300 registros em 24 horas. O recorde diário anterior era da última quinta-feira (16), quando a capital japonesa teve 293 casos. Com os altos números registrados nos últimos dias - foram mais de cem em todos os dias de julho -, a prefeitura chegou a 10.756 casos totais, segundo dados da Kyodo News.
"Eu gostaria que os moradores de Tóquio fossem cautelosos sobre infecções por vírus e agissem com cuidado, já que um feriado de quatro dias no país já começou", disse a recém-reeleita governadora de Tóquio, Yuriko Koike, se referindo a um feriado prolongado iniciado nesta quinta e que vai durar até o próximo domingo.
Apesar da preocupação com uma iminente segunda onda de infecções, Koike voltou a relacionar o crescimento do número de casos com o aumento da quantidade de testes realizados. Segundo ela, no começo do mês 2.500 pessoas eram testadas diariamente, enquanto agora são cerca de 5 mil.
Seguindo o embalo da crescente de casos na capital, o Japão também bateu um novo recorde de infecções nesta quinta, pelo segundo dia consecutivo. Foram 980 casos confirmados, 150 a mais do que os da quarta-feira. Com os números, o país chegou aos 28,5 mil infectados e mil mortes pela Covid-19.
O alerta da pandemia em todo o território japonês está no nível quatro, o mais alto dos estágios de preocupação. O governo central está cauteloso quanto implementar um novo estado de emergência e está estudando a situação. Um decreto do tipo esteve em vigor durante sete semanas entre abril e maio e foi o principal responsável pela redução da "primeira onda" de infecções, já que diminuiu o fluxo de pessoas nas ruas com o fechamento do comércio não essencial.
Autoridades e especialistas já falaram que há uma diferença da primeira para a segunda onda quanto à faixa etária das pessoas atingidas. Nos primeiros meses do ano, a preocupação maior era com os idosos. Agora, a infecção se propagou para as populações mais jovens, com idades entre 20 e 30 anos, muito por conta da reabertura de bares e casas noturnas.
Foto: Kyodo News
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