A pandemia de Covid-19 impôs uma série de desafios para todos os atletas de elite pelo mundo. Para o judoca britânico Elliot Stewart, portador de deficiência visual, não foi diferente. As academias e instalações esportivas permanecem fechadas no Reino Unido - até o fechamento desta matéria, houve mais de 312.000 casos confirmados de COVID-19 no país europeu, resultando na morte de mais de 43.700 pessoas - o que teria afetado os treinamentos do atleta.
No entanto, Stewart, que está focado nos Jogos Paralímpicos de Tóquio do ano que vem, conseguiu seguir se preparando e mostrou gratidão a seus treinadores por mantê-lo concentrado durante a pandemia, em entrevista ao site da Federação Internacional dos Desportos para Cegos (IBSA).
"Temos videochamadas semanais com toda a equipe para acompanhar e manter todos atualizados sobre nossos treinamentos e pensamentos", disse Stewart. "Neste período, treinamos, mas nos concentramos em coisas pessoais, como concluir cursos, atingir objetivos pessoais e passar tempo com a família. As atividades que me mantêm positivas são qualquer tipo de atividade com minha família, de modo que isso manteve nossa equipe motivada".
Além do aspecto esportivo, Stewart está tentando equilibrar a vida com seus três filhos e sua esposa e tem recebido apoio para ajudá-lo a continuar.
"O tempo é um dos maiores problemas que tenho, quero estar com minha família o dia todo e quero treinar no tatami o dia todo, o que é impossível", relatou. "Com a ajuda de todos os funcionários do Centro Britânico de Excelência em Judô, criaram um cronograma e estratégias para lidar com isso. Com essa equipe atrás de mim, sou capaz de competir em alto nível e ser pai e marido ao mesmo tempo".
Elliott Stewart é filho de Dennis Stewart, medalhista olímpico de bronze em Seul 1988. Ele foi diagnosticado com ceratocone, uma condição ocular que faz com que a córnea inche e ofusque a visão, o que o levou a se mudar para o judô para atletas com deficiência visual na universidade.
Stewart fez sua estréia no Campeonato Europeu de Judô em 2007, em Walsall, na Grã-Bretanha e, no ano passado, alcançou dois pódios na categoria até 90 kg. Depois de conquistar o bronze no Campeonato Europeu, ele conquistou outro bronze no Qualificatório Internacional de Judô da IBSA em Fort Wayne, nos Estados Unidos.
Apesar das conquistas, o britânico de 32 anos acredita que tem potencial para crescer ainda mais e está confiante com um bom resultado em Tóquio.
"Este é um ótimo resultado e estou muito orgulhoso, mas sei que meu melhor desempenho ainda está por vir", afirmou. "Ainda não cheguei ao auge e, quando o fizer, se tudo der certo, estarei de pé no pódio dos Jogos Paralímpicos. Se eu me sair bem, o resultado virá - se eu continuar treinando da maneira que estou treinando agora, terei a chance de me tornar campeão paralímpico".
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