Em meio à incertezas se os Jogos Olímpicos de Tóquio de fato poderão ser realizados no próximo ano, o membro sênior do Comitê Olímpico Internacional (COI), Dick Pound, afirmou que, caso a Olimpíada de 2021 seja cancelada, é bem provável que a Olimpíada de Inverno de Pequim também siga o mesmo caminho e não aconteça em 2022.
Desde que foram adiados por conta da pandemia do coronavírus, os Jogos Olímpicos de Tóquio estão programados para 23 de julho a 8 de agosto de 2021. Os Jogos de Pequim ocorrerão menos de seis meses depois, entre 04 e 20 de fevereiro de 2022.
Segundo Pound, caso a crise sanitária permaneça até o próximo ano, o COI será obrigado a cancelar a edição de verão, o que poderá acarretar em um efeito dominó indireto na edição de inverno, já que é bem improvável que os países consigam retomar o controle sobre a pandemia num intervalo de tempo tão curto.
"Tirando o lado político do momento, digamos que há um problema da Covid em julho e agosto do próximo ano em Tóquio, é difícil imaginar que não haverá um efeito indireto na mesma área cinco meses depois", disse Pound, em uma entrevista à Reuters, nesta quarta-feira.
O "lado político" citado pelo membro se refere às complicações políticas envolvendo o país-sede, a China, e algumas das principais potências mundiais, como os Estados Unidos. A relação entre estes dois está bem desgastada, com os líderes de ambos os países se atacando constantemente.
Membro mais antigo do COI em atividade, Pound foi o primeiro dirigente da entidade a falar na possibilidade de um adiamento da Olimpíada, ainda em fevereiro. Foi ele também o responsável pelo "furo" de que a decisão já havia sido tomada e que o megaevento havia sido transferido para o próximo ano. Por isso, as declarações do canadense costumam ser bem repercutidas.
Apesar do possível efeito dominó, Pound destacou que a Olimpíada de Tóquio é a prioridade neste momento, mas acrescentou que Pequim será pauta a partir do final do ano.
"Ela (China) certamente não será discutida na próxima sessão do COI na sexta-feira. Serão principalmente relatórios e preocupações sobre como estamos lidando com Tóquio. Pequim realmente não está sobre a mesa no momento e acho que seria uma coisa desnecessariamente complicada trazer isso porque simplesmente ainda não sabemos sobre isso", disse ele.
Vale destacar que, além dos Jogos Olímpicos de Verão e de Inverno num período tão curto, o COI ainda tinha os Jogos Olímpicos de Verão da Juventude para lidar em 2022, totalizando três grandes eventos em menos de um ano. No entanto, a entidade e o governo de Senegal, sede da próxima edição olímpica da juventude, entraram em acordo e transferiram a competição multi-esportiva para 2026.
Foto: Associated Press
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