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“Olimpíada dos Sonhos” - Nathalie Moellhausen leva ouro e judô brasileiro tem 100% de aproveitamento no primeiro dia


Com colaboração de Wesley Felix

Inspirado nos geniais Guilherme Costa, do Brasil em Tóquio, no Globoesporte.com, e Saulo Próspero, do Os Olímpicos, do Olimpíada Todo Dia, o Surto Olímpico resolveu entrar na brincadeira e imaginar como seriam os Jogos Olímpicos se eles realmente estivessem acontecendo agora, em 2020, sem coronavírus, e com muita aglomeração de gente reunida celebrando!

A diferença é que já que é para sonhar, vamos sonhar bem alto mesmo! Aqui vamos ter uma tendência declarada a pensar nos melhores resultados possíveis - e imaginários - para os brasileiros. 

Ou seja, o que eles conseguiriam fazer em um dia dos sonhos, em uma campanha que nem o mais otimista de nós poderia imaginar, mas tudo dentro do possível ainda, mesmo que com um toque de humor e ironia por vezes (mas uma profunda torcida pelo melhor de todos os brasileiros)… mas lembrem-se que isto é, antes de mais nada, uma brincadeira fantasiosa (vide a equipe da ginástica artística competindo aí embaixo)! De qualquer maneira algumas escolhas duras tiveram que ser feitas especialmente para selecionar o “Time Brasil”.

Estou um pouco atrasado, ainda no primeiro dia… mas já já alcançaremos o “tempo real” (confira os próximos dias no fim do texto)! Ao fim do texto, você confere os links para os próximos dias.


Dia 1- Sábado, 25 de Julho de 2020

Parece um déjà-vu de 2012, mas o Brasil ficou a frente do quadro de medalhas por alguns instantes, quando conquistamos um ouro e dois bronzes no primeiro dia das disputas dos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020. A responsável por isso, claro, foi a esgrimista Nathalie Moellhausen, que conseguiu a improvável dobradinha título mundial e título olímpico na espada feminina, com uma campanha quase perfeita, mas com a ajuda de Eric Takabatake e Nathália Brigida.

O quase ficou pelo susto na primeira rodada, ao se recuperar de um 10-7 para empatar com a russa Tatiana Gudkova, campeã mundial em 2017 e atual 37 do mundo, por 11-11, antes de vencer o ponto de ouro na prorrogação. O embate nas oitavas diante de Jung Hyojung, campeã asiática pela Coreia do Sul não foi fácil, mas Nathalie sempre esteve na frente, até finalizar com 15-13.

Nas quartas-de-final, a torcida brasileira se preocupou pois lá estava a norte-americana Katherine Holmes, bicampeã pan-americana, inclusive com vitória sobre Nathalie nas semifinais de Toronto 2015 e Lima 2019. Mas tudo acabou com uma vitória tranquila da brasileira. Um 15-7 e ela já na briga por medalhas.

A semifinal foi especialmente difícil pois do outro lado da pista estava a amiga tunisiana Sarra Besbes, também treinada por Daniel Levavasseur, mestre da brasileira e que também havia caído nas quartas da Rio 2016. Em um confronto nervoso, Berbes começou liderando e chegou a ter 6 a 3, mas a brasileira se recuperou e terminou por vencer por 13-10 e garantir lugar na final.

Em uma modalidade tão apta a surpresas como a espada feminina, o que ninguém esperava acabou acontecendo, com as duas principais favoritas chegando a grande final. E no final deu a lógica, com vitória da número 1 do mundo, Nathalie Moellhausen por 15-12 sobre a romena Ana Maria Popescu, prata em Pequim 2008. A comemoração mais intensa ainda do que aquela vista no Mundial foi completa com o abraço no pódio na amiga Besbes que venceu o bronze diante da estoniana Katrina Lehis.

Eric Takabatake comemora vitória em Tóquio

Entre os ligeiros do judô vieram as primeiras surpresas do Brasil no quadro de medalhas. A campanha de Eric Takabatake, nos 60kg, começou com vitória diante de Dashdavaa Amartuvshin, da Mongólia, após três shidos do adversário. Nas oitavas, uma surpresa: o brasileiro venceu com um belíssimo ippon diante do georgiano campeão mundial em 2019, Lukhumi Chkhvimiani - uma revanche, já que ele havia derrotado Eric naquela ocasião.

Nas quartas, uma vitória por wa-zari contra o neerlandês Tornike Tsjakadoea, antes de uma derrota no golden point contra o belga Jorre Verstraetten, que estava num dia inspiradíssimo e calaria a torcida japonesa na final. Na disputa do bronze, Eric teve dificuldades diante do espanhol Francisco Garrigós. Chegou a ter dois shidos contra, mas conquistou um ippon decisivo faltando 12 segundos para o fim da luta e subiu ao pódio.

Se a medalha de bronze de Eric já era surpreendente, o que dizer do pódio de Nathália Brigida? A judoca, que teve que passar por uma cirurgia na coluna em julho de 2019, ficando de fora dos Jogos Pan-Americanos e do Mundial de Judô, conseguiu a vaga olímpica de última hora ao ficar a frente de Gabriela Chibana e saiu de Tóquio com o bronze nos 48kg.  

Sua campanha teve dois ippons seguidos, diante da israelense Shira Rishony e da portuguesa Catarina Costa, antes de perder para a ucraniana Daria Bilodid nas quartas. Na repescagem, venceu Eva Csernoviczki, da Hungria, e conquistou o bronze com um ippon diante da alemã Katharina Menz. Na grande final, Paula Pareto conquistou o bicampeonato olímpico e terceira medalha olímpica diante de Bilodid.  

Nathália Brígida comemora bronze e mascote, que lembra o do Pan de Toronto em 2015, onde ela também levou bronze

O futebol feminino se salvou de uma eliminação precoce nos acréscimos do segundo tempo, quando Marta fez um passe perfeito e Formiga arrancou o empate diante da Austrália em jogo que terminou 1 a 1. A veterana de sete Jogos Olímpicos (feito inédito entre futebolistas e recorde brasileiro ao lado de Jaqueline Mourão, Robert Scheidt e Rodrigo Pessoa) e porta-bandeira do Brasil na abertura segue em busca de um ouro inédito. O Brasil segue em terceiro no grupo com 2 pontos e com chances de classificação desde que vença Zâmbia, lanterna do Grupo G na terça-feira.

No handebol masculino, o Brasil iniciou sua campanha com vitória sobre o Bahrain por 30 a 17. Na segunda-feira, o Brasil enfrenta a Croácia, que iniciou a campanha com derrota para a Dinamarca por 29 a 27. A Alemanha divide a liderança após a vitória por 35 a 28 contra Egito. Já no vôlei, o time liderado por Renan dal Zotto começou sua campanha em busca do quarto ouro olímpico com vitória protocolar diante da Tunísia, pro 3 a 0 (25-17, 25-14, 25-20).

Na estreia do vôlei de praia, resultados distintos: vitória tranquila de Ágatha e Duda diante de Maita Cousin e Letendrie Nathalie, das Ilhas Maurício, mas Alison e Álvaro Filho foram derrotados de virada para a dupla catari Cherif Younousse–Ahmed Tijan, campeã dos Jogos Asiáticos de 2018.

E enquanto Nathalie Moellhausen dava seus primeiros passos diante do título olímpico, um jovem esgrimista mostrou ser uma das principais promessas para o Brasil no próximo ciclo. Na disputa do sabre masculino, Bruno Pekelman, de apenas 19 anos e que conquistou a vaga olímpica por meio do Pan-Americano da modalidade, venceu na primeira rodada o vietnamita Vũ Thành An por 15-10. Ele ainda chegou a liderar o confronto contra o norte-americano Eli Dershwitz por 8-4, antes de ver o rival virar e fechar por 15-12.

Outros esportes

Badminton
No início do badminton, Ygor Coelho venceu sem sustos seu adversário de Moldova por 2 sets a 0 (21-10 e 21-14)

Boxe
Keno Machado (75kg) venceu por decisão unânime Shabbos Negmatulloev, que ontem foi o porta-bandeira do Tajiquistão na cerimônia de abertura, na primeira rodada de sua categoria. Jucielen Romeu (57kg) também venceu sua luta de abertura, contra Keamogetse Kenosi, de Botswana, e busca uma revanche contra a campeã mundial Nesthy Petacio, na segunda-feira. Na primeira rodada do mundial, a filipina venceu por 3-2 rumo ao título.

Abner Teixeira teve o azar de enfrentar o atual campeão mundial na categoria até 91kg, Muslim Gadzhimagomedov, e deu adeus aos Jogos de forma precoce.

Ginástica artística
Em fase classificatória, o destaque ficou com a equipe de ginástica masculina que conquistou um sexto lugar e a vaga na final. Arthur Zanetti também garantiu vaga na final das argolas, enquanto Arthur Nory vai disputar ouro na barra fixa e no solo - aqui novamente em companhia de Diego Hypolito, que conseguiu um retorno inesperado ao alto nível. Caio Souza também está na final do individual geral. A promessa da ginástica brasileira, Diogo Soares, ficou no quase e é o primeiro alternate. 

Hipismo adestramento
Único representante do Brasil na disputa, João Victor Macari Oliva conseguiu sua melhor marca de sua vida, impressionantes 80.493 e é por enquanto o segundo melhor da disputa. Amanhã, definirá os classificados para o Grand Prix Special (espécie de semifinal), mas é improvável que o cavaleiro não participe.

Levantamento de pesos
Conquistando seu melhor resultado ao levantar um combinado de 186kg, Nathasha Rosa terminou em oitavo lugar na competição dos 49kg.

Natação
Foi um primeiro dia dos sonhos para o Brasil no Centro Aquático de Tóquio, em que quase todos brasileiros que caíram na piscina avançaram.

O destaque foi o revezamento 4x100 feminino, que superou os problemas de planejamento e as críticas e conseguiu uma vaga na final, batendo recorde sul-americano que já durava cinco anos com 3:37.20, algo impensável quando o time não foi buscar uma vaga olímpica no Mundial de 2019.

Nos 400m livres, Guilherme Costa bateu seu próprio recorde sul-americano, com 3:46.20, e se garantiu com o sétimo melhor tempo na final a ser disputada na manhã (japonesa) de domingo. Luiz Altamir Melo fez seu personal best, 3:47.70 (mais de um segundo abaixo da marca anterior), o suficiente para lhe dar a 12ª colocação. 

Nos 100 peito, João Gomes Júnior e Felipe Lima classificaram-se para a semifinal, a ser disputada no domingo. Outro brasileiro classificado para a final foi Brandonn Almeida, com o sexto melhor tempo nos 400m medley, com 4:14.50. Leonardo dos Santos melhorou mais de dois segundos sua antiga melhor marca, mas os 4:17.82 o deixaram em nono lugar na mesma prova, primeiro atleta fora da final.

Já em sua quarta Olimpíada, Daynara de Paula conseguiu vaga na semifinal com o 13º melhor tempo, enquanto Giovanna Diamante fez sua melhor marca da vida, com 58.20, para conseguir sua última vaga. Já Maria Eduarda Sumida, uma das promessas da natação brasileira aos 19 anos, ficou em 12º lugar nos 400m medley, prova em que os 8 primeiros vão direto a final.

Remo
Representante do Brasil no remo, Uncas Batista classificou-se pra as quartas-de-final no skiff simples, ao terminar em segundo na primeira repescagem do dia, se recuperando do resultado da sexta-feira. O atleta, que foi bicampeão sub-23 e levou medalha de bronze no skiff duplo no Pan de 2019, volta às águas japonesas na segunda-feira em busca de uma vaga nas semis.

Tênis
Thiago Wild, número 35 do mundo, iniciou sua campanha com uma vitória sobre  o argentino cabeça 15, Diego Schwartzman, por 2 sets a 0 (6-4, 6-1) e enfrenta o canadense Félix Auger-Aliassime, carrasco do brasileiro nas quartas-de-final de Roland Garros e 20º melhor do mundo. Nas duplas, Luisa Stefani e Bia Haddad Maia caíram diante das irmãs Serena e Venus Williams por 2 set a 1 (4-6, 7-5, 7-5), em busca do quarto título olímpico da parceria.

Tênis de Mesa
Na estreia do torneio de mistas, Bruna Takahashi e Vitor Ishiy surpreenderam a dupla norte-coreana formada por Cha Hyo Sim e Ham Yu Song em uma vitória de virada e enfrentarão os donos da casa Jun Mizutani e Mima Ito neste domingo, pelas quartas de final. Uma vitória deixa os brasileiros perto do pódio.

No simples feminino, Jéssica Yamada venceu a jovem síria Hend Zaza, de 12 anos, por sets diretos (11-7, 11-9, 11-2, 11-0), e avançou à segunda rodada. Nos respectivos torneios individuais, Bruna Takahashi e Gustavo Tsuboi estreiam no domingo, em confrontos válidos pela segunda rodada, enquanto o cabeça de chave quatro, Hugo Calderano estreia direto na terceira rodada.

Tiro com Arco
Na disputa por duplas mistas, a dupla brasileira formada por Ana Marcelle dos Santos e Marcus Vinicius D'Almeida enfrentaram logo de cara a dupla coreana e perderam por 5 a 1, ainda na primeira rodada.

Surte+

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Foto: BizziTeam / Federação Internacional de Esgrima/ Reprodução

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