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Atletas interrompem NBA e WNBA em protesto após novo caso de violência policial contra negros


Em um ato histórico, jogadores da NBAWNBA boicotaram as rodadas desta quarta-feira (26), em protesto contra mais um caso de violência policial contra negros. Os seis jogos das duas ligas que estavam previstos para esta quarta foram adiados e não possuem novas datas definidas. Além do mais, as temporadas correm o risco de não serem concretizadas.

O caso em questão, que originou uma segunda onda de protestos contra o racismo nos Estados Unidos, foi o de Jakob Blake, cidadão negro que levou sete tiros de um policial branco, no último final de semana, no estado do Wisconsin. Ele tentava tentava apartar uma briga entre duas mulheres quando foi baleado, estando desarmado e perto dos filhos. O rapaz está internado e, segundo familiares, perdeu o movimento das pernas.

Toda a situação atingiu o basquete no final da tarde desta quarta, quando os atletas do Milwaukee Bucks (localizado em Wisconsin) decidiram não entrar em quadra para a disputa da quinta partida da série playoff contra o Orlando Magic. A equipe adversária chegou a iniciar o aquecimento, mas sentindo a ausência de Giannis Antetokounmpo e companhia, resolveram apoiar a causa e voltaram aos vestiários. 

Com a impossibilidade da realização do duelo, a liga confirmou o adiamento do confronto. Logo na sequência, inúmeros comentários em prol à ação dos jogadores tomaram conta das redes sociais. Assim, os outro jogos da noite também foram adiados: Houston Rockets x Oklahoma City Thunder e Los Angeles Lakers x Portland Trail Blazers, também válidos como duelos de número 5 das séries.

Sem clima, os três jogos da rodada da WNBA também foram adiados, um deles do Minnesota Lynx, da brasileira Damiris Dantas, que duelaria contra o Los Angeles Sparks, pelo 14º jogo da temporada regular. Além desta partida, jogariam Atlanta Dream x Washington Mystics e Phoenix Mercury e Connecticut Sun.

Pós boicote, atletas das duas ligas ainda realizaram outros protestos em defesa de Jakob Blake. Os jogadores do Bucks participaram de uma reunião via teleconferência com o procurador-geral de Wisconsin, Josh Paul, e o vice-governador Mandela Barnes, onde leram um comunicado oficial da equipe.


"Os últimos quatro meses lançaram uma luz sobre as injustiças raciais em curso que as comunidades afro-americanas enfrentam. Cidadãos de todo o país têm usado suas vozes e plataformas para se manifestar contra esses delitos", iniciou a carta.

"Estamos pedindo justiça para Jacob Blake e exigindo que os oficiais sejam responsabilizados. Para que isso ocorra, é imperativo que o Legislativo do Estado de Wisconsin se reúna após meses de inação e tome medidas significativas para tratar de questões de responsabilidade policial, brutalidade e reforma da justiça criminal", continuou. 

"Incentivamos todos os cidadãos a se educarem, a tomarem medidas pacíficas e responsáveis ​​e a se lembrarem de votar em 3 de novembro", terminou o comunicado, se referindo às eleições presidenciais nos Estados Unidos.

Já as jogadoras da WNBA povoaram uma das quadras da IMG Academy, em Bradenton, na Flórida, algumas vestindo camisas pretas, em referência ao movimento "Vidas Negras Importam", e outras com as letras do nome de Jakob Blake, marcadas com desenhos de balas de tiros às costas.


Repercussão
Além do basquete, o caso Jakob Blake repercutiu em outras competições esportivas norte-americanas. Na MLB, liga de beisebol, três jogos foram adiados, em Milwaukee, San Diego e San Francisco. Na Premier 5 de Cincinnati (tênis), a japonesa Naomi Osaka anunciou que não jogará a semifinal do torneio nesta sexta.

Surte +: Especial: O esporte na luta contra o racismo

Foto: Reprodução/Twitter

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