O Conselho de Supervisão da agência de antidoping da Rússia (RUSADA) pediu às autoridades esportivas do país na quarta-feira (05) que considerem demitir o diretor-geral da entidade, Yuri Ganus, devido a alegações do Comitê Olímpico (ROC) da Rússia de graves irregularidades financeiras na sua gestão.
Alexander Ivlev, presidente do conselho, disse que considerou as alegações verdadeiras e recomendou que os fundadores da agência, os Comitês Olímpicos e Paralímpicos da Rússia, ponderassem demitir Ganus, como informou a agência de notícias Interfax. O ROC disse que em breve definirá uma data para se reunir com o Comitê Paralímpico para decidir sobre o destino do diretor.
"A decisão do conselho de supervisão hoje sobre desconfiança no diretor-geral da RUSADA, Yuri Ganus, e a inconveniência de ele permanecer neste cargo, que foi adotado quase por unanimidade, parece inequívoca", disse Stanislav Pozdnyakov, presidente do ROC.
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Em julho, Pozdnyakov havia afirmado que uma auditoria da atividade financeira da RUSADA em 2018 e 2019 identificou várias "violações significativas", conforme relatado pela Reuters à época. A alegação veio depois que um usuário do Telegram acusou Ganus de "conflito de interesses e corrupção". Segundo o usuário, Ganus teria se apropriado de pelo menos 110 milhões de rublos (cerca de 1 milhão e 546 mil dólares) nesse período. Também foi declarado que Ganus usava dinheiro da RUSADA para pagar táxis e aulas de inglês, enquanto outras autoridades podiam tirar férias com o pretexto de viagens de negócios internacionais.
Ganus, nomeado diretor-geral da agência em 2017, negou as alegações feitas pelo Comitê Olímpico da Rússia no mês passado e as retratou como um ataque político à sua agência e a seus esforços para melhorar a imagem esportiva da Rússia.
Principal órgão de controle antidoping na escala global, a Agência Mundial Antidopagem (WADA) disse que estava extremamente preocupada com a recomendação do conselho de supervisão e que buscaria esclarecimentos junto às autoridades russas.
A RUSADA foi suspensa em 2015 depois que um relatório encomendado pela WADA encontrou evidências de doping em massa entre atletas russos de atletismo. A agência foi restabelecida condicionalmente em setembro de 2018, mas foi novamente punida no final do ano passado depois que a WADA descobriu que o Laboratório de Moscou havia fornecido dados alterados.
A agência apelou contra a proibição de quatro anos de atletas russos competirem em grandes eventos esportivos internacionais sob sua bandeira como punição por essa alteração de dados. O caso será julgado pela Corte Arbitral do Esporte (CAS) de Lausanne, na Suíça, em novembro.
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