Naomi Osaka e Dominic Thiem foram os campeões do US Open na chave de simples. No entanto, esses títulos têm significados diferentes.
No caso da tenista japonesa, ela entra de vez para o grupo das maiores deste esporte. Com apenas 22 anos este foi seu terceiro título de Major, o segundo em terras estadunidenses. O resultado lhe proporcionou um salto no ranking mundial, saindo do nono lugar e indo para a terceira posição. Em 2019 ela já havia atingido a liderança na classificação, após vencer o Australian Open.
Muito mais que isso, Osaka fez o que prometeu. Usou seu espaço como grande atleta e protestou contra o racismo. Usou sete máscaras, uma por jogo, para mostrar ao mundo os nomes de pessoas inexplicavelmente mortas por causa do preconceito.
A japonesa enfrentou diversas críticas dentro da comunidade mundial de tênis após dizer que não jogaria sua partida de semifinal no WTA Premier de Cincinnati, (evento que antecedeu o US Open), como um protesto ao ataque à Jacob Blake. Mesmo assim foi em frente com os protestos no Major. Saiu de lá com um troféu de campeã e mais prestígio do que já tinha.
Sua adversária na final, Victoria Azarenka, também foi gigante. Mesmo perdendo sua terceira decisão no Major nova-iorquino, a sendo a segunda de virada, Vika mostrou a força que tem e deverá brilhar mais ainda daqui em diante. Voltar a vencer títulos deste porte é uma questão de tempo.
O mesmo já não se pode dizer de Serena Williams. A cada Grand Slam disputado, mais dúvidas pairam sobre a chance que ela tem de igualar e bater o recorde de títulos de Majors, que hoje é de Margaret Court. Não dá para saber exatamente o que ocorre. Mas o peso da ainda possível conquista é enorme.
Mesmo com seis das dez melhores tenistas do mundo desistindo do US Open, a história contada pelo torneio da chave feminina foi mais legal que na masculina. O que demonstra a falta que fazem Roger Federer e Rafael Nadal.
Enquanto a WTA tem ouro nas mãos, com seis, sete, até oito tenistas que podem dominar o circuito nos próximos anos, a ATP não tem essa força toda e a primeira final de Major sem o Big Four (Federer, Nadal, Djokovic e Murray) desde 2014, foi bastante criticada, principalmente nos quatro primeiros sets disputados.
Junte o nível técnico abaixo do esperado no confronto entre Dominic Thiem (3°) e Alexander Zverev (7°), com o medo dos tenistas de perder a oportunidade de vencer um Grand Slam e você tem a receita certa para uma partida 'arrastada' como foi a final do US Open masculino.
Ainda assim, o jogo proporcionou muita emoção no set final, que foi definido no tiebreak. Provavelmente a partida seria mais tensa ainda caso a quinta parcial fosse longa, com um GPS tenistas precisando abrir dois games de vantagem para conquistar o título.
Mesmo com todas as críticas em relação à qualidade da partida, é muito legal ver Thiem se tornar um campeão de Grand Slam. Ele havia perdido suas outras três finais disputadas, estava com uma derrota encaminhada nesta quarta decisão, mas acreditou até o fim e virou de forma memorável pra cima de Zverev, que acabou sentindo a pressão quando sacou para o jogo.
Quem obteve bom desempenho foi o australiano Alex de Minaur, que chegou pela primeira vez na fase de quartas de final de um Major. Apesar de perder por 3 a 0 de Thiem, o tenista de 21 anos tem tudo para fazer outras boas campanhas em Grand Slams.
Smash!
- O Brasil voltou a ganhar um título de Grand Slam. Bruno Soares e seu parceiro croata Mate Pavic faturaram o título das duplas após alcançarem seu melhor desempenho ao longo de torneio, justamente na final contra Nikola Mektic (CRO) e Wesley Koolhof (NED). Placar de 2 sets a 0, com parciais de 7-5 e 6-3.
- Esse é o terceiro título de duplas masculinas na carreira de Soares. Ele venceu também o Australian Open e o US Open, ambos na temporada de 2016.
- Soares também triunfou três vezes nas duplas mistas, com títulos no US Open de 2012 e 2014 e no Australian Open de 2016.
Foto: USTA
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